Capítulo 12 - Meu suporte

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Bill estava acomodado na copa da casa da fazenda, ao lado de Adam, saboreando uma generosa fatia do bolo caseiro preparado por sua mãe, Madalena. O aroma doce e quente do bolo preenchia o ambiente enquanto a risada dos dois enchia o ar. Entre uma garfada e outra, Bill ouvia Adam narrar os momentos embaraçosos e, de certa forma, hilários do encontro entre Miranda e a matriarca da família.

— Sua avó é sempre assim — lamentou Bill, ainda rindo. — Mas Andrea... burra feito uma porta! Ela acha que consegue mentir para a mamãe? Que é só dizer qualquer coisa e esperar que ela acene e sorria?

Adam gargalhou, concordando com o pai.

— Andrea parece que esquece que vovó Madalena conhece ela melhor do que qualquer um — respondeu, pegando mais uma garfada do bolo. — Mas, pelo menos, as pequenas gostaram dela. E, se te consola, elas estão na sala ouvindo vovó contar as histórias de fantasmas da fazenda. Já estou até vendo os olhos arregalados delas!

Bill riu com a imagem das duas meninas, encolhidas e atentas, com os olhinhos brilhando enquanto escutavam as aventuras misteriosas de Madalena.

— E a madame? — perguntou Bill, arqueando uma sobrancelha enquanto tomava um gole do café. Ele se referia a Miranda, é claro.

Adam deu de ombros outra vez, mas um sorriso de cumplicidade surgiu em seus lábios.

— Andrea foi andar com ela pela fazenda.

Bill soltou uma risada curta, mas seu olhar carregava um toque de preocupação que não passava despercebido.

— Bom, nos resta esperar pra ver qual vai ser o desfecho disso entre Andrea e a tal madame — disse ele, rindo levemente, mas logo emendou num tom mais sério. — Quero dizer, um dia essas férias chegam ao fim, não é? E você sabe como sua irmã é... Andrea prefere perder uma perna a ter que ir para a cidade grande.

Adam concordou, refletindo sobre a questão. Ele também conhecia bem a aversão da irmã pelo ambiente urbano. Para Andrea, a fazenda era mais que um lar; era uma extensão dela mesma, um lugar onde ela podia ser exatamente quem era, sem filtros. E Bill sabia que a fazenda representava tudo o que ela prezava: liberdade, natureza e um ritmo de vida autêntico, distante das pressões e do caos das grandes cidades.

— A madame é de outro mundo, pai. Viver numa cidade como Nova York é a definição de vida para ela, e só de ver o jeito que ela fala sobre o trabalho... é fácil ver que ela não vai largar tudo isso — comentou Adam, suspirando enquanto cruzava os braços. — Mas, ao mesmo tempo, tem sido interessante ver minha irmã se meter nesse tipo de situação. 

Bill assentiu, pensativo.

— E talvez seja exatamente isso que ela precisa, sabe? — disse ele, com um sorriso. — Alguém pra tirar ela dessa zona de conforto. E a madame... tem algo de diferente nela, de teimoso, mas... genuíno. Não sei, parece que ela e Andrea têm uma química que até a vovó percebeu.

Adam riu, lembrando-se do olhar afiado da avó e de como ela fazia questão de provocar Andrea e Miranda desde o momento em que as viu juntas.

— Vovó Madalena não deixa passar nada, não é? — riu Adam. — E, quer saber? Ela tem um bom ponto. Às vezes, parece que Miranda e Andrea se entendem sem precisar dizer nada. E com aquele jeito de madame, Miranda provoca minha irmã sem nem precisar fazer esforço.

Bill balançou a cabeça, ainda um tanto pensativo.

— Mas e quando tudo isso acabar? Miranda vai voltar para a vida dela em Nova York, e Andrea... Bom, você conhece sua irmã. Não a vejo saindo daqui, nem por ninguém.

Adam concordou com um aceno de cabeça. Ele conhecia bem a teimosia da irmã e o amor dela pela fazenda.

— É, Andrea é teimosa como uma mula, mas, ao mesmo tempo, ela nunca pareceu tão à vontade com alguém como tem estado com Miranda. Quem sabe? Talvez isso a faça reavaliar algumas coisas.

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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