P.O.V. Jane.
Finalmente desembarcamos. Nós caminhamos por um bom tempo até encontrarmos o nosso anfitrião, o senhor Porter. Um caro amigo de papai que vive com a tribo Waziri para quem ele ensina inglês. Fomos muito bem recebidos e apresentados aos nativos que nos trataram com cortesia. Depois de uma boa noite de sono, nos levantamos cedo e saímos para nossa exploração. Como não sou tola nem nada, estou armada com duas adagas escondidas sob a saia.
Fomos nos embrenhando mais e mais na densa mata, o calor é realmente um incômodo. A selva é quente e úmida, estou desenhando e catalogando todos os animais exóticos que encontro no caminho especialmente os lindos pássaros de plumas coloridas, as plantas coloridas. Me lembro da minha mãe dizer-me uma vez que quanto mais colorido é um animal, mais venenoso ele é. Depois de muito caminhar com a minha irmã mais nova reclamando do calor, do cansaço, dos mosquitos, enfim de absolutamente tudo acabamos parando para descansar. Comemos e os outros dormiram. Estou empolgada demais para dormir então fiquei sentada sob a sombra de uma enorme árvore.
Mas, então eu vejo um macaquinho. É tão bonitinho que eu quero desenhá-lo. Mas, o animalzinho é arisco e foge correndo, movida por um impulso vou atrás do macaquinho e quando dou por mim percebo que estou perdida. Ai que coisa! Sentei-me sob um tronco e respirei fundo tentando pensar no que fazer. No silêncio posso ouvir os sons ao meu redor, o canto dos pássaros, o coaxar dos sapos e o mais importante de tudo o som de água corrente. Então levanto-me e vou atrás do som e deparo-me com uma visão absolutamente maravilhosa. Uma enorme cachoeira onde elefantes estão bebendo água. Aproximo-me devagar para não amedrontar os animais.
Paro bebendo um pouco d'água, jogo um pouco d'água no rosto, no pescoço e encho meu cantil. Depois disso começo a fazer o caminho de volta, já estava perto do ponto onde parei quando ouço algo se movendo entre os arbustos. Me abaixo devagar para tentar ver o animal e tudo o que consigo ver é um par de olhos. Olhos azuis. Aproximei-me devagar e tentei falar com ele, mas ele não me respondeu. Só continuou me encarando com aqueles olhos. Eu nunca em toda minha vida vi olhos iguais aos dele... são profundos e penetrantes.
Então, a criatura se mostrou. Levantou-se e por Deus! É um homem. Um homem enorme, o maior que eu já vi, está coberto de sujeira, seus cabelos são longos e loiros e estão enrolados como os dos homens da tribo Waziri, cheios de dreds, uma longa barba cobre o seu rosto e acima de tudo... ele está completamente nu! O estranho aproximou-se de mim, ele tocou o meu rosto, o meu cabelo e me farejou. Estamos tão próximos um do outro... estou a centímetros do seu peito nu e sinto minha respiração falhar, o calor me subir. Minha respiração está irregular, meu coração parece que vai explodir.
Porém, antes que qualquer coisa pudesse acontecer ouvi o inconfundível som de um tiro de espingarda. O que fez com que o homem selvagem se assustasse e fugisse. Maldito William! Sem demora, fui encontrada por William e meus irmãos que estavam todos muito preocupados.
-Lamento, eu... eu vi um macaquinho e vim atrás dele. Acabei me perdendo.- Falei ainda em choque com o que havia visto.
Meu irmão riu dizendo que aquilo era a minha cara. E nós voltamos para o acampamento já que o sol já se punha. Jesus, foi-se o dia e eu nem percebi. De volta ao acampamento fui direto para o meu alojamento onde me sentei e desenhei. Desenhei o rosto daquele desconhecido de belos olhos azuis. Devo tê-lo desenhado umas mil vezes e ainda assim não fui capaz de lhe fazer jus, especialmente os olhos que pareciam tão sem vida em comparação com os verdadeiros.
De qualquer forma era hora do jantar e por isso meu irmão veio chamar-me. Guardei minhas coisas e sai. Nós jantamos carne de caça, um enorme javali que foi morto pelos caçadores da tribo e agora está sendo assado no rolete. Para a entrada frutas e uma espécie de massa mole feita com farinha de milho e tudo isso acompanhado de cerveja artesanal.
Depois do jantar, sentamo-nos todos ao redor da fogueira e começamos a conversar. Logo as mulheres da tribo estavam cantando e decidi participar da comemoração. Fui até meu aposento e peguei meu violino, sai e comecei a tocar uma de minhas músicas favoritas. Ballroom of Romance, é uma música celta bem animada. E sem demora estávamos todos dançando ao redor do fogo.
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A Lenda de Tarzan. -Minha Versão
FantasyEsta fanfic é uma continuação da minha história original SEPARADOS PELO TEMPO. Após a morte de sua mãe, Lady Jane Grey e sua família vão á uma viagem de pesquisa na África, mas ela não esperava encontrar lá um homem selvagem e muito menos se apaixon...