P.O.V. William Clayton.
Depois de um bom descanso estou pronto para me vingar da Lady Gray. Fui até o cofre, peguei um bom montante entrei na carruagem e mandei o cocheiro me trazer para a parte mais pobre, feia e imunda de Londres onde me encontrei com alguns contatos meus e contratei um grupo de camponeses maltrapilhos para invadir a residência Gray e arruinarem a reputação e a vida de Lady Jane para sempre. Eu praticamente lhes desenhei um mapa da propriedade e contei qual quarto invadir.
P.O.V. Narrador Onisciente.
Acontece que naquela noite em particular, graças ao seu convidado especial Jane Gray trocou de quarto com sua irmã mais nova Lucinda que concordou em parar de ficar falando na cabeça dela em troca de poder dormir na suíte principal, o maior quarto da casa depois daquele que pertencia ao pai delas. Então, depois de trocarem de quarto, as duas ladies foram se deitar.
P.O.V. Jane.
Não consegui dormir, fiquei acordada lendo o diário de Lorde John Clayton II e analisando os documentos contidos nele. A certidão de nascimento do filho dele, uma espécie de carteira de identidade e lá estava eu analisando aquilo tudo quando de repente tenho uma sensação terrível e logo em seguida ouço Lucy gritar. Imediatamente me levanto e pego o rifle debaixo da cama, carrego e vou correndo até o meu quarto onde vejo pelo menos três homens encima da minha irmã. Engatilho a arma e atiro.
Não sei se errei ou acertei. Está escuro, as velas e luzes estão todas apagadas. Ligo o interruptor e sou logo atacada por um dos homens que está armado com um canivete. Graças ao treinamento que recebi de minha mãe e de outros mestres de artes marciais sou capaz de me desviar do golpe e agarrar o braço do infeliz, dou um contra golpe torcendo o braço dele. Mas, estou demasiadamente preocupada com a minha irmã.
-Lucy! Lucy!- Eu grito.
O meu adversário tenta me dominar, mas pego a primeira coisa que consigo agarrar e uso para bater na cabeça dele. Um vaso que se quebra, o homem me joga no chão e tenta me estuprar, mas agarro um dos cacos e enfio no pescoço dele. O imbecil no pânico arranca o caco fora e o sangue jorra matando ele mais depressa. Empurro o corpo e vou até os outros para ajudar a minha irmã que mordeu o dedo de um de seus agressores. Depois disso a luta foi violenta e tivemos uma ajuda inesperada.
Tarzan. A brutalidade e selvageria com a qual ele lutou me apavoraram, ele arrancou fora o dedo de um dos homens com uma mordida e bateu nele até matá-lo. Quebrou o pescoço de outro com sua força descomunal. Peguei a arma, enfiei a munição, engatilhei e atirei no homem que estava encima da minha irmã. Sem demora todos os invasores estavam mortos, mas infelizmente era tarde.
Lucy chorava, mas não fazia qualquer barulho. Tirei o cadáver do homem de cima dela, o sangue e os miolos do infeliz manchavam o rosto dela, seus olhos castanhos arregalados. Me aproximei dela devagar.
-Lucy. Lucy, precisa se levantar. Vem, vamos.- Eu a levantei, joguei água no rosto dela.
Eu a lavei com sabão e de repente Lucy começou a gritar. Ela gritava alto como se sentisse a pior dor do mundo e isso atraiu meu irmão e os empregados.
-Senhor Carson chame a polícia. Agora. Senhora Clark me ajude a cuidar da Lucy, ela precisa de um banho.- Ordenei.
E os empregados correram para me obedecer. Eu e a governanta a Senhora Clark tivemos que ajudar Lucy a tomar banho, ela se esfregava como se quisesse arrancar a própria pele. A polícia não pode saber que Lucy foi violentada porque se souberem, se qualquer um souber infelizmente não a tratarão como a vítima, mas sim como a acusada. Tive que prestar depoimento e eu menti. Menti para a polícia dizendo que os meliantes invadiram a casa para tentar roubar e Lucinda reagiu, teria confessado o assassinato, mas Tarzan assumiu a culpa e disse que matou os homens para nos proteger.
-Homens...-Eu sabia que o delegado iria dar voz de prisão para Tarzan.
-Delegado por favor, Tarzan foi criado na selva por gorilas. Ele nada sabe sobre nossas leis ou nossos costumes. Ele só matou estes homens para nos proteger, ademais eles eram meliantes, não pode dizer que sentirá a falta deles.- Falei.
Não me orgulho do que fiz, mas fiz. Eu subornei o delegado de polícia para ele acobertar aquilo tudo, mas isso não significa que não descobrirei o que aconteceu afinal... eles invadiram a casa, mas não tentaram levar nada. A polícia examinou a cena e a casa e não há sinais de arrombamento o que significa que alguém os enviou, alguém que conhece esta casa intimamente. Mas, porque eles atacariam a Lucy? Depois que ela dormiu fiquei pensando e pensando, analisando a situação até cansar. Me espreguicei e só então percebi que não estava no meu quarto e aquilo acendeu uma lâmpada na minha cabeça. Eu entendi. Lucy não era o alvo, eu era.
E quem teria motivos para querer me ferir? Quem teria o maior motivo para querer me ferir? A resposta veio rápida como um raio. William Clayton. Maldito! Infeliz miserável! Contratei detetives particulares para investigarem o caso. Demorou meses, mas finalmente eu tenho os arquivos com as identidades dos agressores e um retrato do doce lorde Clayton. Eu me vesti com uma das roupas que eram de minha mãe, uma que ela trouxe consigo do seu século, peguei as minhas facas e ao cair da noite fui até o lugar mais barra pesada desta cidade. Tive que drogar um dos imbecis, mas eu consegui a resposta e sim. William estava por trás daquilo tudo e amanhã... eu me vingarei dele. Vou destruí-lo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Lenda de Tarzan. -Minha Versão
FantasyEsta fanfic é uma continuação da minha história original SEPARADOS PELO TEMPO. Após a morte de sua mãe, Lady Jane Grey e sua família vão á uma viagem de pesquisa na África, mas ela não esperava encontrar lá um homem selvagem e muito menos se apaixon...