P.O.V. Jane.
O baile está indo muito bem, eu não poderia estar mais feliz. Estávamos John e eu cumprimentando os presentes quando de repente eu sinto uma coisa, uma perturbação. Isso é magia. O Espelho. Alguém atravessou. Preocupada eu pedi licença e subi as escadas tentei não correr para não chamar a atenção e quando cheguei a porta da sala dos espelhos estava aberta e tinha uma pessoa lá dentro.
-O que está fazendo aqui Lorde Clayton?- Perguntei mal contendo a minha raiva.- Como você entrou?
William olhou para mim e parecia chocado. Alguém atravessou veio do futuro para o passado sei disso eu sempre posso sentir quando alguém usa o espelho de sangue, os Gray a nossa magia está ligada á magia do espelho. Alguém com certeza atravessou o espelho, saiu de dentro dele. Será que William viu? O pequeno Lorde não me respondia, então acho que terei que apelar. Usei a minha magia para fechar a porta e a minha chave para trancá-la. Então acho que com o barulho da porta batendo ele saiu daquele transe.
-William, o que está fazendo aqui e como você entrou nesta sala?- Perguntei sem a menor paciência.
Ele se virou para olhar para mim com um sorrisinho maldoso.
-Então esse é o grande segredo da família Gray? Habilidades mágicas. Interessante.- Ele se gabou.
E como esperado quis me chantagear disse que contaria para todos os nossos conhecidos que sou uma bruxa e isso faria com que os Gray tornassem páreas sociais, os outros nos perseguiriam.
-É? É mesmo? E que prova você tem de suas alegações?- Perguntei.- Este é o século vinte, se me acusar de bruxaria as pessoas pensarão que perdeu o juízo. Você não passa de um tolo invejoso William.
De repente ouvi a voz de John do outro lado da porta. Tenho que me apressar. Usei um feitiço paralisante para poder revistar William e encontrei no bolso do seu paletó uma chave, a chave da minha mãe. Ela foi enterrada com a chave no pescoço. O que significa que o primo de John violou o túmulo da minha mãe. De qualquer forma eu deixei quieto, uma vez que tomei a chave dele abri a porta e sai.
-Você está bem Jane?- Ouvi John perguntar.- O que estava fazendo ai dentro com o William?- John perguntou.
E William inventou que estávamos juntos e que eu não queria casar com John. Ele falou isso para o primo e para algumas testemunhas que já começavam a sussurrar e fofocar.
-Cale a boca William! Você violou o túmulo da minha mãe! E roubou isso.- Falei mostrando a chave que tirei dele.- Como se não bastasse ter contratado um bando de capangas para invadir a minha casa e me atacar enquanto eu dormia ainda foi perturbar os mortos e roubar deles. E pelo o que? Apenas para descobrir que a sala trancada é um quarto de vestir? Uma sala de espelhos? E ainda tem a coragem de me difamar!- Esbravejei.
Tivemos um verdadeiro escândalo e no fim a minha impulsividade funcionou contra mim porque eu não tinha provas de nenhuma das acusações sendo assim William conseguiu fazer eu me passar por louca. Culpou a minha "fragilidade feminina" e para piorar eu tive que pedir desculpas ao homem que pagou mercenários para invadirem a minha casa e me estuprar. Tive até que devolver a chave para ele, mas não importa. William pode entrar aqui quantas vezes quiser ele não vai conseguir viajar pelo espelho. Ele deu um sorrisinho maldoso, vitorioso, mas isso não vai ficar assim.
Bom, não posso pensar nisso agora tenho um casamento para planejar, o meu casamento e mesmo com a interferência de William estou certa de que John e eu seremos felizes. Mas, eu não posso casar com o John sem dizer a verdade primeiro. E apesar de ter me preparado para este momento, ensaiado o que vou dizer e fazer várias vezes eu ainda tenho medo de ser rejeitada. Mas, não tenho escolha preciso dizer a verdade porque se John casar-se enganado então de certo vai me odiar. Portanto já no dia seguinte levantei bem cedo, convidei o meu noivo para um passeio e seja o que Deus quiser.
P.O.V. John Clayton III/ Tarzan.
Jane está nervosa. Está com medo. Me trouxe até o seu quarto.
-Jane, o que está acontecendo?- Perguntei.
-Por favor, sente-se John. Há algo que precisa saber sobre mim antes de nos casarmos.- Disse Jane.
Me sentei na cama e ela sentou-se ao meu lado. Respirou fundo e começou a falar.
-Eu sei que estou prestes a dizer vai soar loucura, uma sandice total, mas esta é a verdade sobre mim. Sobre a minha família.- Disse Jane.
-E que verdade seria essa?- Indaguei.
-Eu sou uma bruxa.- Afirmou Jane.
Ela disse ainda que seus antepassados, seus pais, irmãos e todos os seus parentes também eram bruxos.
-Jane...- Tentei falar.
-Tudo bem, eu sabia que teria que provar.- Ela respondeu.
Então a janela do quarto abriu sozinha, mas isso não prova nada. A mobília se moveu, mas ainda assim isso não prova nada.
-Mas, que homem teimoso você é.- Reclamou Jane. Então ela fechou os olhos, respirou fundo e falou:- Akasha.- No que ela disse aquela palavra todas as velas do quarto se apagaram e então Jane tornou a falar: - Incendea. E as velas todas se acenderam sozinhas.
Muito bem agora estou com medo. Agora eu acredito.
-Imagino que deva estar assustado. Uma reação muito natural, mas precisa saber que assim como todas as outras pessoas no mundo bruxas tem a capacidade de fazer tanto o bem quanto o mal e a minha magia já te salvou uma vez. Eu usei um feitiço para aliviar a sua dor enquanto esteve acamado.- Disse Jane.
E sim, eu me lembro disso. Mas, pensei que fosse um delírio. Jane ainda fez questão de ressaltar que ela não deixaria de praticar magia mesmo depois de estarmos casados, disse que jamais abandonaria sua essência nem por mim nem por ninguém. Depois que ela terminou de falar eu disse que precisava de um tempo para pensar e retornei á minha casa. Minha cabeça está confusa por isso vim pedir conselhos ao meu avô. Apesar de não ter revelado o segredo de Jane eu contei que ela havia me contado um segredo e que ela não era quem eu pensava.
-E quem é? Além do mais meu filho... eu vi o jeito que olha para ela. Você a ama, são sortudos aqueles de nós que podem casar-se por amor. Na maioria dos casos na nossa classe os casamentos são apenas arranjos políticos onde o amor não é levado em consideração. E quando se ama alguém de verdade você o ama por quem ele é com todas as qualidades e defeitos. Este é o verdadeiro amor meu filho.- Disse o meu avô.
Demorei três dias para pensar, mas percebi que eu amo a Jane bruxa ou não. E vou casar com ela.
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A Lenda de Tarzan. -Minha Versão
FantasyEsta fanfic é uma continuação da minha história original SEPARADOS PELO TEMPO. Após a morte de sua mãe, Lady Jane Grey e sua família vão á uma viagem de pesquisa na África, mas ela não esperava encontrar lá um homem selvagem e muito menos se apaixon...