Tarzan salva Jane

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Quando acordei não sabia direito onde estava, olhei em volta e vi um homem de terno e chapéu branco fuçando na minha bolsa de mão. Um homem branco baixinho magrelo grisalho de bigode que parecia o Santos Dummont, ele carregava um terço de missangas e apesar dele não ser o típico vilão das histórias... esse homem baixinho e magricela me dá arrepios. Ele olhou o conteúdo da bolsa, as velas, os frascos cheios de ervas e sangue de vampiro e riu.

-Velas e flores. Que coisa de menina.- Caçoou o homem.

Mal sabe ele que estas flores são extremamente poderosas. Algumas são alucinógenas, outras venenosas potentes o suficiente para matar um elefante. Mas, eu não falei nada fiquei quieta. Não sou idiota de entregar o meu trunfo para ele. Deixe que este senhor me subestime pior para ele e melhor para mim.

-Permita que eu me apresente. Eu sou Leon Rom.- Apresentou-se o homem.

-Lady Jane Clayton.- Me apresentei fria.

P.O.V. John Clayton III/ Tarzan.

Os soldados vieram á noite, atacaram a aldeia... vieram direto para cima de mim. E levaram a Jane, eu a ouvi gritar, chamar por mim... os vi enfiando ela no barco. Um dos homens a carregou já que estava inconsciente. Outros homens também foram levados, amarrados e obrigados a subirem num barco a vapor. Com um pouco de esforço logo descobrimos para onde o barco rumava, para Opar a lendária cidade dos diamantes. Isso é vingança. Mbonga mandou estes mercenários atrás de mim, ele quer que eu pague pelo meu pecado. 

Traçamos uma rota, vamos andando por dentro da selva e pegar o caminho que passa pelo território dos Mangani. Concordamos em seguir pelo caminho onde estão construindo a ferrovia pelo menos até a metade do trajeto será mais rápido assim.

-Eu vou com você.- Ouvi George dizer.

-Você não me acompanha.- Respondi.

-Eu posso não acompanhar o Tarzan, mas com certeza acompanho você.- Disse George.

-Ficar para trás é morte certa.- Alertou Wasiri.

-Eu já estive na selva e ninguém é melhor do que eu com um rifle.- George protestou.

E eu fiquei puto, agarrei-o pelo pescoço.

-Se você tivesse...

-Se eu tivesse o que? Deixado você na Inglaterra, no seu castelo...- Ele me provocou.

-Estão com a minha mulher. E as famílias deles.- Disse mal contendo a minha fúria.

Nada neste mundo vai me impedir de salvar a Jane. E se eles encostarem um dedo na minha esposa vou eviscerar os desgraçados.

P.O.V. Jane.

Este Rom não é burro. Ele não me deixa andar pelo barco, me mantém quase sempre presa com grilhões de ferro que ficam atados á uma grade portanto apesar de eu estar perto do rio não posso me locomover livremente muito menos pular na água. Como me cansei de ficar em pé agachei-me para descansar um pouco e vi uma linda borboleta azul passar voando por mim. Isso é bom. A borboleta azul significa boa sorte, esperança, recomeços e cura. É um bom sinal. Até que enfim. 

Mesmo estando aqui acorrentada e agachada posso ver o meu captor olhando para mim com olhos cheio de lascívia, de luxúria. Que nojo. Então... a borboleta azul pousou no meu ombro e só então seguiu seu caminho. Logo o senhor Rom se aproximou e eu me levantei, não permitirei que este infeliz me olhe de cima.

-Deve saber, senhor Rom que estamos aqui á convite real. Somos convidados do Rei Leopoldo.- Afirmei. Se ele nos ferir, me ferir... vai se encrencar.

-Eu sei. Eu mesmo escrevi o convite, mas a senhora não estava incluída Lady Clayton. Nem o Doutor Williams. Saiba que uma tribo de selvagens está tentando destroçar seu marido, talvez desossa-lo e comê-lo. E eu pretendo entregá-lo a eles. E assim que derem um fim nele, o Doutor Williams de certo não será deixado como testemunha. Resta-nos a questão como a senhora fica nisso? - Disse o homem de terno branco.

Uma tribo de selvagens... Mbonga. O chefe Mbonga é o Rei da cidade de Opar e tem uma rixa com o meu marido, á muito quer vingar-se dele por uma desavença do passado. Leopoldo está endividado e este Leon Rom é o enviado do Rei Leopoldo, seu emissário por tanto imagino que Mbonga tenha prometido os lendários diamantes de Opar em troca dele trazer John para ser morto.

Eu só dei de ombros como resposta a afirmação do senhor Rom. Deus, me ajude. Preciso pensar num jeito de escapar. Posso usar um feitiço do sono para colocar Rom e seus homens para dormir, porém eu não conheço o território e perambular pela selva á esmo, sozinha e sem comida ou água é suicídio pelo menos onde estou tenho comida, água e abrigo. Estou segura por enquanto e sei John virá por mim e é isso que me preocupa.

Enquanto isso na ferrovia, dentro do trem...

 P.O.V. John.

Invadimos o trem em movimento e além de libertarmos aqueles que estavam sendo escravizados descobrirmos que o pau mandado do Rei Leopoldo, Leon Rom está no comando de tudo por aqui. Ele encomendou um exército de vinte mil homens, construiu fortes e está pronto para dominar esta terra, entretanto o exército de mercenários ainda não chegou já que Leopoldo está falido e não pagou aos bandidos.

-São vinte mil cretinos armados com rifles de repetição e metralhadoras. Se o exército chegar aqui, vão escravizar o país inteiro em questão de semanas. O povo não terá chance.- Ouvi George dizer.

Que merda. Mas, sinceramente pouco me importa isso. Não consigo pensar em nada que não seja a Jane. Resgatá-la. Como ela estará? Onde estará agora? Será que está ferida? O que estará fazendo?

De volta ao barco...

P.O.V. Jane.

Parece que vou jantar com meu inimigo. É uma boa chance de recolher informações.

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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A Lenda de Tarzan. -Minha VersãoOnde histórias criam vida. Descubra agora