Reunião familiar (Especial)

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Cristal - 10 anos de idade.

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Trancada em meu quarto, eu chorava baixinho, meu pai havia me colocado de castigo por mentir para ele, treinar sozinha e criar uma arma. Vê-lo quebrar a minha preciosidade me deixou devastada, queria fugir daquele lugar.

Mas, um guarda bateu em minha porta, chamando por meu nome, e fui obrigada eternamente a respondê-lo.

- O rei quer ver sua filha agora.

- Fale para ele que estou de castigo. - Falei sem pensar, ainda com raiva.

- Melhor você vim, tem uma reunião importante.

Reunião? Que eu saiba, isso é feito apenas em ocasiões importantes, e eu era uma criança, isso não era coisa de adulto? Que seja, me levantei do chão e segui o guarda, que me acompanhou até a sala do rei, quando entrei, ele estava conversando com um homem e uma garotinha estava segurando sua mão ao seu lado.

Fiquei confusa, quem eram aquelas duas pessoas? Eram parentes? Mas, o papai havia me dito que não tinha contato com sua família, ou no caso a minha família, mas quando o mesmo me viu, me chamou com aquele sorriso falso que tanto me atormentava.

- Cristal, esse é o meu irmão e sua filha Gawain, ou seja sua prima, vamos os comprimente.

- Não. - os olhos do papai se arregalaram.

- Vamos, não seja tímida, minha linda.

- Não a obrigue irmão, se ela não quiser, tudo bem.

Eu não quero mesmo, nem queria sair daquele meu maldito quarto.

- Mesmo assim, eu a ensinei a ser educada com os convidados, que tal ela e a Gawain brincarem um pouco?

- Claro, você quer filha? - o homem perguntou de forma doce a garotinha.

- Acho que sim...

- Ótimo, Cristal seja uma boa menina e leve a sua prima para conhecer o seu quarto.

O papai pegou em minha mão, e em vez de apertar de forma suave, ele começou a apertar de forma rude, o que foi pra mim um sinal, eu soltei sua mão da minha e concordei e ele me chamou de "minha princesinha", que falso.

Eu levei Gawain até ao meu quarto, e ao abrir a porta, a garotinha entrou animada, procurando por algum brinquedo ou boneca que poderíamos usar para brincar.

- Você não tem brinquedos? - Ela perguntou curiosa e animada, acenei com a cabeça dizendo que não.

- Eu não tenho tempo pra brincar, prefiro ler ou escrever.

- Que chato, você é tão sem graça. - Ela disse revirando os olhos.

- E você parece ser bem chatinha.

- Você parece irritada, o que houve? - Eu fiquei surpresa com a sua pergunta.

- Eu apenas briguei com o papai, só isso.

- Eu sei que o Arthur é uma pessoa difícil, o meu pai me disse isso, você dar bastante trabalho.

Quando ouvi essas palavras, percebi o quanto meu pai talvez me odiasse ainda, sou uma filha que dar trabalho demais e também que desobedece suas ordens. As lágrimas pareceram cair sobre meu rosto novamente, e eu me sentei na cama, chorando baixinho.

Gawain ficou confusa ao me ver chorando, então se aproximou e me abraçou, acho que tentando me consolar. Se fosse outra pessoa, talvez me afastaria, mas acho que era aquilo que eu estava precisando, um abraço.

𝚄𝚖 𝙰𝚖𝚘𝚛 𝙽𝚊̃𝚘 𝙿𝚕𝚊𝚗𝚎𝚓𝚊𝚍𝚘 - 𝙇𝙖𝙣𝙘𝙚𝙡𝙤𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora