☆•○《✨𝐵𝓇𝑜𝓀𝑒𝓃 𝑀𝒾𝓇𝓇𝑜𝓇𝓈✨》○•☆

☆《2》☆

A partir daquele dia, Patrick Hockstetter se viu imerso em um novo mundo. As manhãs eram diferentes; ele não precisava mais se esconder nas sombras da escola, e cada risada de Gabriel, Melanie e Elijah ecoava em sua mente como uma nova sinfonia. Era como se ele tivesse finalmente encontrado pessoas que, de alguma forma, compreendiam sua essência conturbada.

No entanto, Patrick ainda lutava com seu próprio entendimento da realidade. Ele se perguntava se realmente pertencia a esse grupo, se eles poderiam ver através de sua máscara de indiferença. Naquele dia, eles se encontraram novamente no mesmo canto dos fundos da escola, onde os grafites coloridos pareciam contar histórias de vidas perdidas e sentimentos reprimidos.

— Ei, Patrick! — Melanie gritou, acenando para ele com um sorriso iluminado. — Venha cá! Gabriel estava prestes a contar uma história de terror.

Patrick se aproximou, sentindo uma onda de excitação e nervosismo. Ele se acomodou entre eles, tentando ignorar o frio na barriga que sentia. Gabriel acendeu um cigarro, seus olhos azuis brilhando à luz do sol enquanto ele começava a narrar.

— Uma vez, eu estava em uma festa em Paris — começou Gabriel, sua voz calma e profunda. — E tinha esse cara, um verdadeiro idiota. Ele se achava o máximo. Bem, ele me desafiou para uma corrida de quem conseguia ficar mais tempo fora da casa à noite. Eu estava tão bêbado que pensei que poderia fazer isso.

Elijah, com seu jeito caótico, se inclinou para frente, os olhos arregalados. — E o que aconteceu depois?

— O idiota achou que era engraçado me trancar do lado de fora — continuou Gabriel, um sorriso sardônico se formando em seus lábios. — Eu fiquei lá fora, congelando e batendo na porta, enquanto todos riam lá dentro. Mas o que eles não perceberam é que eu tinha uma garrafa cheia de vinho tinto. E assim, eu fiquei ali, rindo, enquanto eles me deixavam de fora.

Patrick não pôde evitar uma risada. Era a primeira vez que ele ouvia uma história de alguém que não parecia se importar em ser rejeitado. Era refrescante e doloroso ao mesmo tempo. Quando os risos se acalmaram, Patrick percebeu que estava se sentindo mais confortável ali. Mas a verdade ainda pesava em seu peito, e ele se perguntava se algum dia conseguiria se abrir para eles.

— O que você faz quando as pessoas te veem como um esquisito? — Patrick se surpreendeu ao fazer a pergunta, a curiosidade superando seu medo. Todos os olhares se voltaram para ele.

— Ah, cara! Eu não ligo! — Elijah exclamou, sua voz cheia de entusiasmo. — Você não pode se deixar afetar pelo que os outros pensam. As pessoas são idiotas. Elas têm seus próprios problemas, e a maioria é tão medíocre que simplesmente não vale a pena o esforço. Eu só faço o que eu quero. O que mais você pode fazer?

— Verdade — concordou Melanie, olhando fixamente para Patrick. — Se você se preocupa demais com a opinião dos outros, você acaba perdendo a oportunidade de viver a sua verdade. Não seja um prisioneiro da sua própria mente.

Patrick sentiu um nó se formar em sua garganta. Havia um entendimento ali que ele nunca tinha encontrado antes. Eles eram estranhos, assim como ele, mas, ao mesmo tempo, pareciam tão livres. Era uma sensação que ele desejava ardentemente.

— Então, como você vive a sua verdade? — perguntou ele, sua curiosidade crescendo.

— Usamos drogas, nos embriagamos, quebramos algumas regras — disse Gabriel, dando de ombros. — É uma forma de escapar dessa realidade estúpida. Você deve saber disso.

Patrick ficou em silêncio, ponderando suas palavras. Ele nunca havia experimentado nada que pudesse o libertar de sua mente. Ele pensava em quantas vezes tinha se privado de momentos de felicidade por causa de seus pensamentos perturbadores. Era uma luta constante, mas a ideia de experimentar um pouco daquela liberdade parecia tentadora.

— Vamos sair hoje à noite — sugeriu Melanie, quebrando o silêncio. — Podemos ir a um bar que conheço. Tem uma festa rolando, e eles não se importam com idade. Vamos nos divertir e deixar essa cidade chata para trás, mesmo que só por uma noite.

A ideia parecia louca, mas também excitante. Patrick hesitou por um momento, pensando nas consequências, mas a possibilidade de se sentir livre, mesmo que por algumas horas, era irresistível.

— Eu vou — disse ele, a determinação crescendo em seu interior. Ele queria se sentir parte de algo maior, mesmo que fosse apenas por uma noite.

Os três trocaram sorrisos e risadas, e Patrick sentiu uma conexão forte como nunca antes. Ele não estava apenas cercado por esquisitos; ele estava cercado por amigos que não o julgavam, amigos que estavam prontos para aceitar suas imperfeições e desvarios.

Enquanto eles se preparavam para a noite, Patrick percebeu que, mesmo em meio à escuridão de sua mente, havia uma luz, uma centelha de esperança que começava a brilhar. A amizade deles era frágil, mas ele estava disposto a lutar por ela, por mais que tivesse que enfrentar seus demônios.

A música alta pulsava através do bar, enquanto eles dançavam e riam, cercados por estranhos e amigos. Patrick finalmente se sentiu como parte de algo — não apenas um espectador em sua própria vida, mas um participante ativo. E pela primeira vez em muito tempo, ele se perguntou se talvez a realidade não fosse tão ruim assim.
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"Viver sua verdade é se libertar das correntes invisíveis que a sociedade impõe; é abraçar a própria essência e transformar a dor em força, pois, ao final, somos os arquitetos do nosso destino."

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Olá, querido leitor(a)!

Obrigado por embarcar nesta jornada comigo. Esta fanfic é uma exploração das complexidades da amizade, da luta interna e da busca por identidade em um mundo que muitas vezes nos tenta moldar de maneiras que não refletem quem realmente somos.

Cada um dos personagens enfrenta seus próprios demônios e desafios, mas juntos eles aprendem que viver a própria verdade é a chave para a liberdade. Espero que você se conecte com eles, suas lutas e suas vitórias. Que esta história inspire você a abraçar sua singularidade e a nunca se sentir preso pelas expectativas da sociedade.

Aproveite a leitura!

Com carinho,
Chaos

1018 palavras