《11》

2 1 6
                                    

Deitado na cama, o silêncio do quarto parecia amplificar cada batida do meu coração. Meus olhos estavam grudados no teto, mas tudo o que eu conseguia enxergar era a imagem de Patrick, aquela cena, aquele quase beijo que não saía da minha cabeça. Era como se cada detalhe estivesse gravado a fogo na minha memória — a expressão dele, a respiração entrecortada, o jeito como o ar parecia se encher de eletricidade, como se o mundo ao redor tivesse congelado só para nós dois.

Senti o rosto esquentar e tive que cobrir os olhos com as mãos, frustrado. "Por que isso está mexendo tanto comigo?", sussurrei para mim mesmo, sem realmente esperar uma resposta. Mas, à medida que o silêncio persistia, meu coração continuava a martelar no peito. Uma faísca de curiosidade, uma espécie de ânsia quase desesperada, começou a queimar lá no fundo. Me vi imaginando como teria sido se não tivéssemos interrompido aquele momento, se eu tivesse deixado ele tomar o próximo passo.

Fechei os olhos, tentando sufocar esses pensamentos, mas cada detalhe parecia só crescer na minha mente. Eu conseguia visualizar Patrick se aproximando, a mão dele envolvendo minha cintura, o toque dos dedos dele na minha pele... e então meu coração começou a correr ainda mais rápido. Imaginei como seria sentir o corpo dele colado ao meu, o calor, a proximidade. Meu rosto ficou quente, e a sensação de estar me afogando nesses pensamentos me pegou completamente desprevenido.

Antes que eu percebesse, meu corpo estava reagindo, um aperto desconfortável nas calças que só me deixava mais nervoso. “Que diabos, Gabriel”, murmurei para mim mesmo, sentindo o rosto esquentar ainda mais. Com um pulo, saí da cama e fui direto para o banheiro, abrindo o chuveiro com a água o mais fria possível, esperando que o frio me tirasse dessa confusão interna.

A água gelada era um choque, mas bem-vindo. Deixei que ela escorresse pela minha pele, tentando lavar não só o calor, mas também os pensamentos que pareciam ter se infiltrado em cada parte de mim. “Ele é só um amigo. Certo? Ele... é só meu amigo”, repetia para mim mesmo, como se pudesse convencer meu coração disso.

Foi então que o celular vibrando em cima da pia me tirou desse transe. Peguei o aparelho, e vi que era uma mensagem de Patrick. Uma mensagem de voz. Respirei fundo, curioso e ansioso ao mesmo tempo. Apertei o play, e a voz dele preencheu o silêncio do banheiro, rouca, baixa, quase íntima demais. A voz dele parecia um sussurro que chegava direto no meu ouvido, quase um toque, e senti um arrepio percorrer minha espinha, um frio que nada tinha a ver com a água gelada.

“Ei, Gabriel... tava pensando, o que acha de a gente ir a um show na sexta-feira? Tem uma banda de rock que vai tocar um pouco fora de Derry. Começa lá pelas 23h34. O que me diz?”

Fiquei mudo por alguns instantes, o coração acelerado. Um show? Com Patrick? A ideia já me deixou empolgado e ansioso, mas a voz dele... parecia carregada de algo que eu não conseguia identificar, uma intenção escondida por trás de cada palavra. Respirei fundo, tentando controlar o nervosismo e manter a calma, e então enviei uma resposta de volta.

“Cara, vou nessa. Sério, eu não perco isso por nada”, mandei de volta, tentando esconder a excitação que transbordava. Já podia até imaginar o look que usaria para a ocasião. Eu queria fazer algo memorável, especialmente para ele. Pensei em me vestir de forma mais ousada, talvez com uma maquiagem gótica, algo que eu sabia que combinava comigo e que ele poderia gostar. A ideia de me montar para sair com Patrick, de estar ao lado dele em um show, enchia meu peito de uma ansiedade gostosa, de uma expectativa que eu não sentia há muito tempo.

Animado, acabei mandando mensagem para Melanie e Elijah, querendo compartilhar minha euforia. Chamei os dois para o show, mesmo sabendo que o estilo talvez não fosse o preferido deles, mas queria que fizessem parte disso também. Melanie foi a primeira a responder, e, para minha surpresa, ela disse que não gostava muito de rock. Logo em seguida, Elijah também respondeu, dizendo que preferia não ir. Fiquei um pouco desanimado, mas tentei não deixar isso me abalar. Tinha planejado um evento que queria compartilhar com meus amigos, mas agora parecia que só eu e Patrick iríamos.

Suspirei, mas logo uma ideia brilhou na minha mente. Mesmo que eles não fossem ao show, ainda podíamos fazer algo juntos. Lembrei de um dos nossos passatempos favoritos, algo que sempre fazíamos quando o tédio apertava ou queríamos um pouco de aventura. Peguei o celular e mandei outra mensagem para o grupo.

“Ok, já que vocês não querem o show, que tal algo que sempre curtimos? Domingo, que tal explorarmos o hospital abandonado?”

Melanie respondeu quase que imediatamente com um “Sim!” animado, e Elijah concordou logo em seguida. Um sorriso se abriu no meu rosto. A ideia de explorar aquele lugar antigo, com sua atmosfera assustadora e história sombria, sempre nos animava, e seria uma chance de estarmos juntos, de fazer algo que nos fazia sentir como crianças novamente.

Ver as respostas positivas dos dois me trouxe uma onda de alegria. Agora eu tinha duas coisas para esperar ansiosamente: o show com Patrick e a exploração do hospital com meus amigos. Enquanto guardava o celular, um sentimento quente cresceu no meu peito. Era como se algo estivesse mudando, como se aquela amizade, a conexão com Patrick, tudo estivesse se transformando em algo maior.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
"Era difícil entender o turbilhão que Patrick despertava em mim — um caos de emoções que se misturavam entre o medo e o desejo, como se o mundo inteiro dependesse de um só toque que nunca chegava."

______________________

1.Gostaram?

2.Esse show promete bastante e talvez patrick coma morango😈

3.O hospital abandonado tbm promete^^

Esse cap foi curto dsclp

993 palavras

☆•○《✨𝐵𝓇𝑜𝓀𝑒𝓃 𝑀𝒾𝓇𝓇𝑜𝓇𝓈✨》○•☆ Onde histórias criam vida. Descubra agora