15 • Há males que vem para o bem

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O café da manhã é breve e bem farto

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O café da manhã é breve e bem farto. Pão de queijo, broa de fubá, queijo, requeijão, café, presunto e mussarela, algumas frutas e pão de sal.

Arthur adora fazer misto quente com presunto, então enquanto espera a luz ficar verdinha, meu irmão vai até a geladeira e pega o ketchup.

— Aí a Ágata virou na frente do moço e falou: "minha mãe mandou eu não dar papo pra cachaceiro". — E as risadas ecoam pela casa.

— A Aline deve ter ficado com a cara queimando — Comento e mamãe concorda com a cabeça. — A Gatita é tão expressiva e comunicativa.

— Comunicativa que tava saindo escondida pra ir conversar com as pessoas no bar, por isso sua irmã pediu pra ela não ficar dando papo, é perigoso e as gêmeas só tem cinco anos — Mamãe continua, tomando mais um gole do seu precioso café.

Levando atenção para o meu, agora, encaro a xícara branca com o líquido preto bem amargo, como eu gosto. Solto um sorriso leve e balanço a cabeça.

É bem melhor fixo na mesa do que vindo em direção ao meu notebook, me fazendo correr de salto atrás do motivo daquele acidente.

Mas nunca vou deixar de rir ao me lembrar daquele momento, e de vários outros desde que a conheci... Eu...

— Caramba, Adeline, que cara de idiota apaixonada — Arthur me dá uma cotovelada, me puxando dos pensamentos e assim que o café desce mais quente que eu esperava pela garganta, meus olhos captam as expressões dos Pinheiro a minha volta.

E em 3...2...1...

— Você tá pensando em comprar um anel pra ela? Não vi nenhum nos dedos de vocês.

— Quem pediu quem primeiro?

— Já tem planos pro futuro?

— Quando vai me contar como isso aconteceu? — Tia Magnólia, a irmã mais velha dos quatro filhos da vó Esmeralda e do vô Theodoro, se debruça sobre os cotovelos e me abre um sorriso. — Quando vocês aconteceram.

Faz questão de frizar o "vocês" e eu pego outro pão de queijo, como se ocupar a boca fosse me dar tempo, para que eu não precisasse responder tudo isso sozinha, até que ela acordasse e se arrumasse até que-

Ding dong

— Ela chegou! Convidei a Mellissa para o café da manhã antes de irmos. — Minha mãe se levanta com um sorriso no rosto, a caminho da sua pseudonora.

— Martinha! — Meu pai parece se surpreender com o quanto minha mãe se empolgou com essa notícia.

— Melissa, querida! Entra pra dentro aí, fica a vontade, viu? — Minha mãe abre a porta, a olhando com o maior sorriso que eu já vi em todos os meus vinte e sete anos.

Meu estômago chega a doer.

— O-Oi... senhora Pinheiro.

— Não precisa de vergonha, pode me chamar de Martinha. — Dá uns tapinhas no ombro da Alves e a puxa para dentro da casa da minha tia.

O Café Pode Ser a RespostaOnde histórias criam vida. Descubra agora