Adeline Pinheiro é uma autora mineira prestigiada nacional como também internacionalmente e precisava, de alguma maneira, estar namorando no casamento da sua irmã. O problema estava bem ali, encontrar alguém que até o momento não parecia existir.
O...
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— POR QUE VOCÊ É ASSIM ADELINE? — Grito jogando o meu corpo na cama de barriga para baixo e meu rosto afunda em meio aos meus milhares de bichinhos de pelúcia e almofadas.
Eu não sei porque me deixei levar pelas vozes da minha cabeça, nem mesmo estou acreditando que vou mesmo pedir para que ela finja ser minha namorada por um final de semana.
Viro meu corpo de barriga para cima e encaro minhas estrelinhas coladas no teto. Elas ainda brilham a noite, mesmo que estejam ali desde que eu era bem nova.
Deixo as duas mãos por cima da cabeça e me levanto de forma brusca, indo até o banheiro e me olhando no espelho, brava.
— Sua filha de uma égua! Olha onde coloca a gente! Para de ser tão impulsiva Adeline! — Grito comigo mesma fitando meus olhos e em seguida apoio meu corpo na bancada da pia. — Calma... se eu já consegui a parte um... O ponto mais difícil já passou, né?
Tento me acalmar respirando fundo, mas logo o lembrete de que em menos de duas horas eu buscaria Melissa em casa e iria propor a coisa mais maluca possível tenho vontade de sair gritando pela casa.
Por impulso, como se não fosse quase um hábito, dou um tapa no meu próprio rosto para colocar meus pés no chão.
— Você cavou a sua cova, queridinha. Agora dê seus pulo pra aparecer naquele casamento com uma suposta namorada! — Aponto para o espelho fixamente para meu rosto e meu indicador vai abaixando bem devagar quando tomo consciência de que estava brigando comigo mesma.
Coço a nuca, desviando o olhar do meu reflexo, e obrigando meu corpo a tomar um banho gelado, relaxar os ombros e repassar minhas possíveis palavras.
Melissa precisa voltar para o Brasil, não é? E eu preciso dela por dois dias... Não é algo tão absurdo assim.
Eu acho.
Balanço a cabeça para espantar esses pensamentos e já termino meu banho, saindo enrolada na toalha para trocar de roupa.
Fico mais tempo do que eu deveria pensando em qual roupa usar e então opto por um conjunto de alfaiataria laranja, tem o caimento perfeito no meu corpo. Visto as peças intimas, logo me sentando na cama para facilitar enquanto coloco a calça, e pego a parte de cima, sem as manguinhas e que abotoa na frente, como se fosse um terninho.
Eu amo usar acessórios dourados, e hoje não seria diferente.
— Por que tá se arrumando tanto? — Murmuro enquanto já estou a procura da minha maleta de maquiagens — Não é como se fosse um encontro ou coisa e tal. — Fecho o semblante me maquiando bem rapidinho e me olho no espelho fazendo pose, mandando um beijinho para meu reflexo.
Testo meu cabelo de várias maneiras, e nada me agradava o bastante. Os cachos até estavam definidos, mas os cabelos da frente não estão me agradando.
