Assim que a gata sai, os ratinhos fazem a festa. Não chamando os pinheiro de ratos, claro que não, mas só sei que todos se juntam a minha volta na mesa gigante de madeira.
Engulo em seco, sem saber exatamente o que dizer ou se eles querem me falar algo. Vou ficar doidinha.
— Vão assustar a menina! — Ouço a voz de Jorge de aproximar e ele sorri balançando a cabeça, soltando a guia de um vira lata que eu finalmente conheço.
— Esse ai deve ser o Alfredo, tô certa? — Pergunto, criando coragem de interagir, e assim que escuta seu nome, o caramelo vem na minha direção abanando o rabo.
— Em pele e malandragem — Jorge responde, enquanto o cachorro se deita de barriga para cima aos meus pés. — Alfredo! Já chega assim se arreganhando?!
Me viro para o outro lado do banco com um sorriso e então espalho carinhos nele que tenta lamber meus dedos, sem conseguir pela barriga grandona.
— Você é uma graça, sabia? — Converso com o cachorro e Mariah começa a rir sentada ao meu lado.
— Uma graça bem arteira. Da última vez ele mordeu todas as pecinhas do brinquedo do meu filho — Toma um gole da sua cerveja e petisca bananinha frita da travessa enorme em cima da mesa, enquanto um rapaz coloca outra travessa repleta de carnes.
Churrasco de boi, porco, pão de alho, abacaxi, tudo que se pode existir.
— Vai assar o milho também, Dudu? — Arthur questiona, enquanto troca a música para Telegrama, do Zeca Baladeiro.
— Sim! Só esperando o pessoal ir chegando — Responde voltando para a churrasqueira e Arthur senta no lugar a minha frente.
— Aquele é o Eduardo, noivo da Aline. Essa do seu lado é a Mariah e a Julia tava aqui agorinha.
— Ah... eu conheci ela! É a que foi com a Addie, né? — Mariah confirma com a cabeça.
— Então quer dizer que é você quem tá morando com a minha irmã... Quem diria?! — Uma outra mulher se aproxima.
Ela me lembra os traços da Addie, mas é mais baixa, tem uma curvatura de cabelo diferente pintados de vermelho cereja escuro.
— Aline presente — Arthur brinca, comendo carne com uma expressão de satisfação genuína no rosto. — Senta aqui, neneca.
— Para com esse apelido, pelo amor! — Se aproxima se sentando ao lado do Arthur e dá uma cotovelada no irmão antes de se sentar. — Ela não é muito de falar, pelo jeito, né?
— E-Eu falo sim, sei falar — Digo envergonhada levantando a mão sem perceber e vou abaixando ela bem devagarinho enquanto Aline solta um sorriso na minha direção.
— Você é uma fofa, acho que combinam mesmo Arthur.
— E você trabalha com o que nos Estados Unidos?
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O Café Pode Ser a Resposta
RomanceAdeline Pinheiro é uma autora mineira prestigiada nacional como também internacionalmente e precisava, de alguma maneira, estar namorando no casamento da sua irmã. O problema estava bem ali, encontrar alguém que até o momento não parecia existir. O...