— S-Sua namorada?! — As palavras saem quando ela se levanta de forma brusca.
Arregalo meus olhos tendo a certeza de que eu não deveria ter sido tão direta.
— Sim, mas vai ser um final de semana só... Eu juro que não... Melissa? Melissa?! — Só então me assusto de verdade quando percebo seus olhos fechando bem devagar, meu coração acelerando enquanto seu corpo cedia a um desmaio.
Levo a mão a boca assustada, quando ela bate a testa na mesa ao cair, e uma mulher sentada ao lado solta um grito histérico. Um grito que eu com certeza soltaria se meu corpo não tivesse se movido e se colocado ao lado da figura caída de Melissa.
— Melissa! Ah, minha nossa! Melissa acorda! — Mexo em seus ombros enquanto o desespero toma conta do meu corpo e passo as mãos no cabelo querendo começar a chorar.
As pessoas em volta se amontoam ao nosso redor, meus olhos se enchem d'água e me pergunto: como tudo isso pode estar acontecendo em dois dias?
De repente paramédicos aparecem no restaurante, algumas pessoas parecem tirar fotos da situação e em um piscar de olhos estou no hospital, pagando uma conta do caramba onde contaram a ambulância, o atendimento em si e até o algodão utilizado na limpeza do curativo.
— Senhorita Pinheiro? — Uma enfermeira me chama enquanto meu telefone vibra em uma chamada. Desvio o olhar para ela primeiro — A senhorita Alves já acordou. — Agradeço com um aceno de cabeça e ela se afasta.
Vejo na tela o nome de Pietro e logo atendo enquanto vou caminhando de braços cruzados na direção do quarto onde Melissa está.
— Como foram parar no hospital?! — Praticamente grita no meu ouvido e eu afasto o telefone.
— Por que você tá berrando?
— Você me diz que vai pedir a uma estranha pra fingir ser sua namorada e termina o dia no hospital?
— Ela não é tão estranha assim... conheci ontem, fomos parar numa delegacia juntas, dei carona pra ela, duas vezes, ela veio na minha sala na editora, fomos jantar e agora...
— Você rodou Paradise Sea inteira com a menina? EM DOIS DIAS? — Meus olhos encontram Melissa sentada na cama de hospital e então apenas digo as palavras antes de desligar.
— Eu te conto tudo depois Pipi. Vou desligar, tá bem? — Aviso carinhosamente já apertando no botão vermelho e então deixo a mão na maçaneta, abrindo a porta enquanto os olhos verdes vem até a mim.
— Desculpa por tudo isso.
— Desculpa? Você me assustou Mellisa, achei que tivesse ido dessa pra melhor!
— Eu te assustei? Mas quem desmaiou de susto foi eu! — Protesta com os olhos arregalados.
— Eu... — Fico sem argumentos. — Sabe, eu deveria não ter sido tão direta.
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O Café Pode Ser a Resposta
RomansaAdeline Pinheiro é uma autora mineira prestigiada nacional como também internacionalmente e precisava, de alguma maneira, estar namorando no casamento da sua irmã. O problema estava bem ali, encontrar alguém que até o momento não parecia existir. O...