Giovanni é um adolescente normal tentando lidar com os dramas da adolescência e a pressão por ter ganhado uma bolsa de estudos em uma das escolas mais caras do país. Isso tudo é amplificado por ele ser gay e morar em uma Ilha. Giovanni só quer ter u...
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Eu tive um sono agitado com vários pesadelos me fazendo acordar ainda cansado no dia seguinte. Hoje não tem espaço em mim para mal humor, sou todo sono. Me arrumo o mais rápido possível e faço café para mim e minha mãe. Quando minha carona chega já estou sentado nos degraus em frente à casa.
Maria está carinhosa hoje, não sei se isso se deve ao fato de eu ter estado no meu limite ontem e ter chegado com cara de morto vivo hoje. Como não estudei resolvo fazer isso durante o intervalo do almoço enquanto minha amiga descansa ao meu lado e me faz cafuné.
— Giovani... — A voz sonoramente bem entonada de Cristian ecoa na sala de repouso me fazendo pular na cadeira. — Temos reunião de estudos hoje?
— Como combinado — respondo no mesmo tom seco e formal que ele usou.
— Achei melhor verificar sua vontade hoje para não ouvir reclamações.
— Não se preocupe, sou bem ético quanto aos encontros do grupo.
— Ótimo. Vejo você mais tarde na mesma sala de ontem. — Ele sai sem nem falar com Maria. Uma boa tarde não mataria, mas ele ainda insiste que não é arrogante.
— O que tem entre vocês dois? — Ela pergunta assim que ele sai.
— Como assim? — Meu tom de voz sai agudo e exasperado. — Não há nada entre nós.
— Quis dizer esse clima de guerra fria. — Ela se justifica me olhando com desconfiança.
— Não tem guerra fria nenhuma, ele é um idiota arrogante e eu acabei estourando ontem, então ele veio aqui me provocar.
— Não pareceu exatamente provocação.
— E parece o que? Você com certeza não o conhece direito.
— Me pareceu que ele só não queria ser destratado por você de novo. — Ela riu agora voltando a mexer no meu cabelo. — Se ontem você estava estourado comigo imagina com o garoto que você odeia.
— Não odeio ele.
— Se alguém tem o poder de mexer tanto assim com a gente, ou é amor ou ódio, querido.
— Cala a boca! — falo ofendido e ela explode em gargalhadas.
— Sério, por que você não gosta dele?
— Ele é só um riquinho esnobe que veio pro time pra passar o tempo e fica se sentindo superior enquanto a gente leva a sério.
— Isso é óbvio, sempre te avisei que os garotos do outro prédio são uns idiotas, mas ele parece estar se esforçando, então use isso a favor do time.
— Parece que todo mundo resolveu agir de forma mais madura que eu ultimamente. — Reviro os olhos.
