Segunda-feira chega, e com ela a etapa classificatória, tento não ficar muito tenso, afinal, apesar do sábado perdido, eu me dediquei bastante nos outros dias, domingo estudei tanto que nem tive tempo para conversar com Lucas ou dar muitas explicações para Maria. No horário do almoço o time todo se reúne, mesmo aqueles que não farão a prova e me surpreendo com a presença de Cristian. Observo que ele está andando bem melhor e me pergunto se ele não pretende voltar a jogar e nos abandonar logo.
Ele não fala nada durante a reunião, Mariana fala muito sobre estratégias e que devemos passar o resto da semana estudando no mesmo ritmo, porque a primeira etapa é daqui a duas semanas. Nossa líder marca uma reunião no dia seguinte para definir a estratégia. Assim como a classificatória, a primeira etapa é realizada na própria escola, porém com todos do time dessa vez.
Quando o sinal que marca o início do segundo turno soa, seguimos Eu, Mariana e Alice para o local da prova e o restante para as aulas. Cristian me deseja boa prova, mas sua expressão não demonstra nenhuma emoção. Ele é um mistério incômodo pra mim, algo que eu não posso me dar ao luxo de pensar agora, então mantenho o foco na prova e sigo para o auditório onde os fiscais da Olimpíada nos aguarda.
São quatro longas horas de prova, que consistem em quatro questões discursivas extensas. Graças à Deus minha cabeça ainda me obedece quando o assunto é focar no time e eu consegui me manter calmo e produtivo. Para minha sorte saímos no mesmo horário das turmas e consigo carona com Kevin.
Penso no quanto eu gostaria de simplesmente deitar e descansar assim que chego em casa, mas terei teste no primeiro tempo e preciso pelo menos reler o conteúdo. Volto para a rotina de loucura: banho rápido, comer alguma coisa correndo e ir para o quarto estudar. Pego o celular para responder Lucas e Maria rapidamente e depois estudo por uma hora, é o máximo que eu consigo sem quase apagar em cima dos livros.
Quando o celular toca no dia seguinte que eu sinto meu corpo todo dar sinais de estar mal. Me sinto mole e quase febril, mas sei que é só cansaço, então preparo um café forte e me obrigo a ir para a escola.
"Boa sorte no teste hoje", recebo uma mensagem de Lucas pouco antes de ir para a sala e sorrio igual um idiota. Ele é um fofo, nunca esquece de mandar mensagens quando tem algo de importante acontecendo na minha vida. Me sinto mal por não estar sendo tão atencioso assim com ele, minha vida está tão corrida e eu tenho dado muita atenção ao que não devo.
"Obrigada, Lu", respondo enviando um emoji de coração em seguida.
O teste acaba não sendo difícil e apesar da minha cabeça não estar ajudando muito, acho que consigo ficar pelo menos na média. Assim que saímos para o almoço resolvo ser um amigo mais atencioso e mandar mensagem para o Lucas.
"Como está sendo seu dia?", pergunto.
"Surpreendentemente legal. Tirei 7,0 em matemática e foi a minha maior nota nessa matéria até hoje, então acho que é uma melhora."
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Sobrevivendo à adolescência.
Novela JuvenilGiovanni é um adolescente normal tentando lidar com os dramas da adolescência e a pressão por ter ganhado uma bolsa de estudos em uma das escolas mais caras do país. Isso tudo é amplificado por ele ser gay e morar em uma Ilha. Giovanni só quer ter u...