Parte XIII

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O dia da prova chegou, enfim

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O dia da prova chegou, enfim. Dessa vez, todo o time faria uma prova individualmente, na mesma sala e, assim que entregássemos, os juízes liberariam uma proposta de projeto que teríamos duas horas para desenvolver em grupo. Nesse dia não teríamos aulas. A prova individual foi absurdamente cansativa, mais do que a fase eliminatória, mas estávamos bem preparados e, apesar de sentir uma leve dor de cabeça, acredito que consegui responder bem às questões.

Mas, aí veio o projeto em grupo. Ano passado a Mariana foi bem estressante nessa etapa, mas esse ano ela está menos teimosa e mais flexível, talvez por confiar mais no time, logo, o papel de ser insuportável esse ano ficou com Cristian. O ruivo tentava impor sua opinião o tempo inteiro. Por mais que sejam boas ideias, ele demora um pouco pra entender que todo o time iria contribuir e transformar a ideia em algo ainda melhor.

Essa semana não nos encontramos muito, parecia estrando que qualquer chance que tínhamos de ficar mais próximos era só uma ilusão que a vida fazia questão de dissolver com a realidade do dia a dia. Não éramos próximos e não tínhamos nada em comum, não tinha como dizer que éramos amigos.

— Cristian, nós aceitamos sua ideia, mas estamos adaptando para que fique mais adequada ao que todos pensamos. O trabalho não é só seu. — Mariana tenta falar disfarçando a impaciência.

— Não estou dizendo que o trabalho é só meu... — O ruivo começa e eu percebo o esforço que ele está fazendo para ser diplomático. — Só estou dizendo que vocês estão descaracterizando a ideia inicial, não dá simplesmente para juntar duas ideias completamente diferentes e achar que vai funcionar. — Nessa hora ele me olha como se esperasse alguma intervenção minha. No fundo ele até tinha razão, mas como eu não sabia como contribuir de forma positiva na discussão, deixei que outro falasse.

— Nós só estamos tentando aproveitar todas as boas ideias que temos. — Gustavo tentou argumentar.

— Temos que decidir um caminho e seguir, isso aqui é um projeto único, não uma colcha de retalhos. — Cristian bufa, mas logo tenta se recuperar. — Olha, eu sei que vocês acham que eu sou o novato e que não sei de nada, mas eu estou dando um exemplo de algo que funciona em uma ONG em New Jersey onde minha tia trabalhou. Nós podemos adaptar do nosso jeito, mas a ideia da Alice, apesar de muito boa, é completamente diferente da minha proposta. — Concordei com a cabeça e ele me olhou esperançoso como se eu precisasse me pronunciar, mas eu continuei quieto, então ele revirou os olhos e continuou. — Se vocês preferirem a ideia dela, ótimo, fazemos, mas só decidam um caminho para seguir ou não passaremos dessa fase.

— Vamos ficar com a ideia do Cristian. — Alice se manifestou. — Mas, vamos tentar trazer mais para a realidade brasileira.

— Ou a nossa realidade na Ilha. — Mariana sugeriu. — Aqui temos múltiplas culturas, não fica tão longe da ideia dele. — Mas podemos sugerir uma abordagem como o projeto da Alice, me pareceu muito bom, não quero perder esse toque. — E assim todos voltam ao que Cristian estava tentando evitar, ele revirou os olhos mais uma vez e se jogou na cadeira derrotado, me olhando com raiva, mas não parecia raiva da situação, mas raiva de mim. O porquê disso, eu não sei.

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