Giovanni é um adolescente normal tentando lidar com os dramas da adolescência e a pressão por ter ganhado uma bolsa de estudos em uma das escolas mais caras do país. Isso tudo é amplificado por ele ser gay e morar em uma Ilha. Giovanni só quer ter u...
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Acordei às 5 da manhã com mais sono do que o normal. Olhei o celular e não tinha nenhuma notificação, o que me deixou desanimado. Preparei o café para mim e minha mãe. Já que eu sempre acordava mais cedo, criei o hábito de fazer isso para que ela pudesse dormir um pouco mais. Desde o meio do ano passado que ela não precisa acordar cedo para me levar, já que Kevin é filho do prefeito da cidade eles moram próximo do centro da cidade, por isso me oferecia carona para o mercadinho da minha mãe no final da aula assim que nos aproximamos e com o tempo seu pai autorizou que ele me desse carona para a escola também. Passar na minha casa desviava um pouco do seu caminho, mas ele insistiu que não seria um incomodo.
Termino de comer e me arrumar quando chega a mensagem de Kevin "chego aí em 5 minutos". Antes de sair escrevo um bilhete para minha mãe e prego na geladeira, um hábito que criamos para ficarmos próximos apesar da rotina corrida: "O café está pronto, a geleia está acabando, precisamos de mais. Hoje tenho ensaio depois da aula, volto tarde com o Kevin. Te amo." Coloquei um imã de aniversário de alguma criança do bairro e saí para esperar minha carona.
No caminho para a aula Kevin falou sobre a namorada que está empolgada com a crisma e sobre as aulas de canto, ele tem ensaio hoje. Normalmente eu assisto as aulas dele quando não tenho treino, mas hoje eu tenho, a segunda etapa da Olimpíada de Língua Portuguesa está próxima e apesar de serem provas individuais todos que fazem parte da Equipe de Língua Portuguesa e Linguística treinam juntos. Eu sempre vou muito bem, mas está na hora de começar os treinos mais sérios. Logo após a Olimpíada vem a Disputa Nacional de Linguística, que é disputado em times defendendo suas escolas, a escola vencedora pode participar da disputa internacional. Eu e a capitã do time, Mariana, somos os mais pressionados. Temos os melhores rendimentos e parece que todos contam conosco. Mariana é uma aluna do terceiro ano, completamente irritante, que acha que por ter dinheiro e ir bem nas aulas ela é a rainha do mundo. Só me obrigo a aturar porque sou realmente bom e gosto de participar das olimpíadas, o que é também um alívio porque ela não tem que ficar pegando no meu pé para estudar.
Apesar da atividade extra do Kevin ser canto, ele não é muito bom, tem ficado melhor com as aulas, mas não é nenhum grande talento. Ele sempre diz como a namorada iria aproveitar as aulas aqui no instituto, que ela iria amar aula de canto porque faz parte do coral da igreja, o que ele também faz só que ela é solista, acredito que ele só faça essa aula para poder chegar em casa e ensinar todas as técnicas para a Louise. Eu não sou muito bom em esportes então faço música também, mas no meu caso aprendo a tocar instrumentos além de participar das olimpíadas de português porque em matemática eu sou péssimo.
As aulas da manhã passam se arrastando, talvez seja meu sono, mas não consigo me concentrar em nenhuma aula. Maria faltou e eu envio uma mensagem para ela perguntando o que aconteceu, mas ela só me responde no intervalo: "minha irmã passou mal, depois te explico".
No almoço sento para comer com Kevin e a Ana que está preocupada com os estudos e reclamando de ter que assistir os jogos do campeonato. Sim, somos obrigados a torcer nos jogos e apesar do campeonato ser só no mês que vem, a escola trará olheiros internacionais, então estão a todo tempo nos dizendo o quanto é importante apoiar os times. Kevin está empolgado com a aula de música de hoje porque cada um podia trazer uma música para treinar e ele trouxe a que cantará no dia da Crisma e está ansioso para repassar tudo com a namorada depois.
