Capítulo 39: Um tempo para repletir

5 2 0
                                    


No dia seguinte, Ami despertou ainda abatida. Ela estava deitada, com o olhar perdido no teto, quando Lu entrou no quarto carregando uma bandeja. "Fiz um café da manhã para você, amiga. Você precisa se alimentar. É café com leite, seu favorito!", disse, sentando-se ao lado de Ami, colocando a bandeja perto dela.

Ami balançou a cabeça, desviando o olhar. "Não consigo comer, Lu. Estou tão triste que o simples pensamento de comer me dá enjoo", respondeu com a voz embargada, as lágrimas voltando aos seus olhos.

"Eu sei que você está triste, mas ficar sem comer não vai ajudar em nada", insistiu Lu, segurando a mão de Ami com carinho. "Lembra do seu leite com café? Eu fiz do jeito que você gosta."

Ami olhou para a xícara de leite com café, sentindo o cheiro familiar. Por um breve momento, um sorriso fraco apareceu em seus lábios, mas logo desapareceu. "Obrigada, Lu... mas não sei se consigo."

Lu suspirou, compreensiva, mas não desistiu. "Você precisa ligar para Hobi, Ami. Tentar resolver isso. Ficar aqui, se torturando, não vai mudar nada. Só ele pode te dar as respostas que você precisa."

Com uma dose de encorajamento, Ami respirou fundo, pegou o celular com as mãos trêmulas e tentou ligar para Hobi. Do outro lado, Hobi estava sentado no sofá, seu celular repousando na mesa ao lado. Ele viu o nome de Ami brilhar na tela, mas hesitou e ignorou a ligação.

Namjoon, que estava sentado ao lado, observou. "É a Ami", disse calmamente.

"Deixa tocar", respondeu Hobi, a voz carregada de frustração.

Namjoon olhou para ele com seriedade. "Você devia atender, Hobi. Ouvir o que ela tem a dizer. Apenas escutar pode te dar uma visão melhor. Depois, você decide."

Mas Hobi, ainda magoado, permaneceu firme. A chamada caiu, e o silêncio entre os dois foi denso.

De volta ao apartamento, Ami soltou um suspiro profundo ao ver a ligação cair. "Ele não quer falar comigo, Lu", murmurou, desanimada.

Lu suspirou e sentou-se ao lado da amiga, abraçando-a. "Ele vai falar com você quando estiver pronto, mas você precisa se manter forte."

O dia passou devagar, com Ami abatida e triste, sem conseguir sair da cama. Lu, sempre ao lado dela, recebeu uma ligação de Suga. "Oi, Suga", atendeu ela, com a voz baixa.

"Oi, Lu", disse ele. "Como vocês estão?"

"Estamos... sobrevivendo. Ami está muito mal", confessou Lu, olhando para a amiga.

Suga suspirou do outro lado da linha. "Eu imaginei. Mas queria te dizer que estou tranquilo quanto a isso. Entendo que você não tenha dito que era Army. Para mim, isso não muda nada. A gente sempre vai ser transparente um com o outro, certo?"

Lu sentiu um peso saindo dos seus ombros. "Sim, eu... eu só não queria que você pensasse que estava te escondendo algo importante."

"Eu sei. E confio em você. Tudo vai se ajeitar. Dê um tempo para as coisas acalmarem."

No outro dia, Ami acordou com uma nova decisão em mente. "Eu preciso passar uns dias no Brasil, Lu. Preciso entender o que vou fazer da minha vida", disse ela, com os olhos determinados, enquanto começava a arrumar suas malas.

"Você não precisa fazer isso agora, Ami. Talvez seja melhor esperar", tentou convencer Lu, mas sabia que sua amiga estava decidida.

Ami sorriu de forma triste, mas firme. "Não, Lu. Eu preciso desse tempo para mim."

"Vou sentir tanto a sua falta", disse Lu, segurando as lágrimas.

"Eu também vou sentir sua falta. Mas isso não é um adeus, ok? Vou voltar. E você vai estar aqui me esperando, como sempre fez, com todo o amor que temos uma pela outra", disse Ami, abraçando-a forte.

As horas que restavam foram aproveitadas com risadas e olhares melancólicos, enquanto admiravam a vista de Seul da sacada. O tempo passou rápido demais, e logo, Lu levou Ami ao aeroporto.

O abraço que trocaram foi longo, e as lágrimas que seguravam escorreram livremente. "Cuida de tudo enquanto eu estiver fora", sussurrou Ami, antes de se despedir e seguir para o portão de embarque.

Ami se virou e acenou para Lu, como um "Até breve!"

ENCONTROS DO DESTINO: O que é seu, te acha! (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora