Capítulo 78: Mundo em câmera lenta

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A tensão no hospital era insuportável. Hobi, depois de ouvir as palavras devastadoras do médico, sentia-se completamente perdido. Ele mal conseguia processar o que havia acabado de acontecer. Era como se tudo estivesse em câmera lenta.
Os meninos estavam ao seu redor, mas parecia que o mundo inteiro tinha se afastado dele. Seus pensamentos eram um turbilhão de emoções, o medo constante de perder Ami o consumia a cada segundo.

Enquanto isso, Suga chegava ao In the Soop. O caminho até lá pareceu mais longo do que o normal, com seu coração acelerado, tentando manter a calma para não assustar Lu. Assim que chegou, ele avistou Lu descansando no sofá, a barriga de quase oito meses muito evidente sob o vestido leve que usava. Ela estava com uma expressão tranquila, olhando para o jardim, sem saber da tempestade que se aproximava.

Suga entrou sorrindo, forçando uma calma que ele não sentia.

— Yoonie! — Lu exclamou ao vê-lo, levantando-se com dificuldade para abraçá-lo. — Pensei que você não fosse voltar tão cedo. Que bom que está aqui. Cadê a Ami e os meninos?

Ele a abraçou gentilmente, tentando disfarçar sua preocupação. — Ami está ocupada com Hobi e os meninos. Como você está? Como está a bebê? - disse tentando mudar o foco da conversa.

— Estamos bem — respondeu Lu, sorrindo enquanto passava a mão pela barriga. — Ela está agitada hoje, acho que está ansiosa para te ver.

Suga riu, mas por dentro, seu coração apertava. Ele queria contar a verdade, mas sabia que isso poderia colocar Lu e a bebê em risco. Decidiu que manteria a calma, pelo menos até ter mais informações sobre Ami.

Enquanto Suga e Lu conversavam, de volta ao hospital, o grupo estava reunido na sala de espera. Hobi não conseguia ficar parado. Ele andava de um lado para o outro, suas mãos tremiam, e o pânico crescia em seu peito. Namjoon, sempre o líder, estava mais quieto do que o normal, claramente perturbado pela notícia que havia recebido de Sr. Lee. Ele sabia que o acidente não fora apenas um infortúnio do destino, e aquela obsessiva precisava ser contida imediatamente. Mas como eles contariam a Hobi?

Hobi parou subitamente de andar e se voltou para os meninos.

— Eu preciso vê-la. Não posso mais ficar aqui sem fazer nada — ele disse com a voz rouca, os olhos cheios de lágrimas que ele lutava para conter.

Jin se aproximou e colocou uma mão em seu ombro.

— Hyung, vamos aguardar o médico. Eles vão nos chamar assim que pudermos vê-la. Temos que ser fortes por ela agora.

— E se... — Hobi engoliu em seco, incapaz de terminar a frase. O pensamento de perder Ami era insuportável. Ele se sentou no sofá, os cotovelos apoiados nos joelhos, enterrando o rosto nas mãos.

Jimin, sempre o mais sensível ao sofrimento dos amigos, sentou-se ao lado de Hobi e o abraçou novamente, apertando-o de leve, tentando oferecer algum conforto.

— Ela é forte, Hobi. A Ami vai lutar, e ela sabe que você está aqui por ela — disse Jimin, com a voz baixa, mas cheia de esperança.

Nesse momento, Namjoon entrou na sala, tentando disfarçar a preocupação. Ele sabia que a situação era mais complicada do que qualquer um poderia imaginar, mas ainda não era hora de contar a verdade sobre o acidente a Hobi. Ele precisava focar na recuperação de Ami, por mais que o medo de perder seu grande amor fosse quase insuportável.

Foi então que o telefone de Namjoon tocou novamente. Ele atendeu rapidamente, afastando-se da sala para falar com Sr. Lee.

— Nam, temos uma novidade. Conseguimos rastrear os movimentos da obsessiva. Ela está em Seul, e acredito que ainda esteja planejando algo. Temos que agir rápido — Sr. Lee disse, sua voz tensa do outro lado da linha.

Namjoon respirou fundo, sentindo a pressão aumentar. Ele sabia que estavam lidando com alguém perigoso, mas a prioridade agora era a saúde de Ami.

— Faça o que for preciso para pegá-la, Sr. Lee. Mas faça discretamente. Não podemos permitir que a mídia descubra isso, especialmente por causa do Hobi.

Quando Namjoon voltou para a sala, os meninos olharam para ele, esperando por uma atualização. Ele assentiu de leve, tentando transmitir que estavam fazendo progresso na investigação, mas sem alarmar Hobi.

Lu estava na cozinha preparando um lanche quando Suga a observou de longe, o coração apertado de preocupação. Ele sabia que teria que contar a ela sobre o acidente de Ami em algum momento, mas não agora. Lu estava radiante. Sua felicidade era contagiante, mas isso só fazia com que o peso da situação aumentasse ainda mais sobre Suga.

— Está tudo bem, amor? — Lu perguntou, percebendo o olhar distante dele.

— Sim, claro. Só estava pensando em como estou feliz por estarmos todos aqui juntos... e como o bebê está cada vez mais perto de chegar — Suga sorriu, aproximando-se para abraçá-la suavemente.

Mas por dentro, ele só conseguia pensar em Ami, no hospital, e na incerteza do que o futuro reservava. A felicidade que eles tinham ali no In the Soop era preciosa, mas tão frágil diante das tragédias que a vida às vezes traz sem aviso.

ENCONTROS DO DESTINO: O que é seu, te acha! (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora