Capítulo 80: A decisão

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O médico olhou para Lu e Hobi, seu semblante sério. “Quem é o responsável por Ami?” Lu, percebendo o peso da situação, sinalizou para Hobi, que estava completamente atordoado. Ele não conseguiu articular uma palavra, sentindo o chão se abrir sob seus pés. Ele sabia que não poderia tomar essa decisão. O desespero tomou conta dele, e ele saiu da sala, soluçando, sem saber como lidar com a dor.

Lu ficou sozinha com o médico, o coração pesado. Ela olhou para o homem com olhos cheios de lágrimas. “Ami e eu fizemos um termo onde somos responsáveis uma pela outra. Eu... eu não posso deixar que ela passe por isso sozinha.”

O médico, percebendo a confusão e a tristeza em seus olhos, perguntou: “Você tem certeza de que gostaria de tomar essa decisão? É uma escolha extremamente difícil.”

Lu se lembrou das conversas que teve com Ami. Uma vez, em um momento descontraído, Ami havia dito que se algo acontecesse com ela, queria ajudar outras pessoas a viverem felizes, com suas famílias e amigos. “Ela sempre falou sobre como queria fazer a diferença na vida dos outros. Ela não queria viver em um mundo onde não pudesse se expressar, andar, ver o mundo. Se ela puder ajudar outros a viver, então eu sei que é isso que ela quer.”

O médico a olhou com compreensão, admirando a coragem dela. Lu respirou fundo, sabendo que estava prestes a tomar uma decisão que mudaria tudo. “Sim, eu dou meu consentimento para desligar os aparelhos. Ami merece ter seu legado vivo através de outras pessoas.”

Enquanto isso, Hobi estava do lado de fora, sentindo como se seu coração estivesse sendo despedaçado. Ele caminhava de um lado para o outro, sem saber como lidar com a realidade de que poderia perder Ami para sempre. Os meninos estavam lá, esperando que ele se acalmasse.

Quando Lu saiu da sala, seu rosto pálido e os olhos cheios de lágrimas, Hobi percebeu que algo estava errado. “Lu, o que aconteceu?” ele perguntou, seu coração acelerado.

Lu olhou para ele, a dor refletida em seu olhar. “Hobi... a decisão foi tomada. Ami... ela não vai voltar.”

As palavras atingiram Hobi como um golpe. Ele caiu de joelhos, incapaz de processar a verdade. “Não, não pode ser! Não pode! Ela não pode me deixar assim!” As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ele tentava encontrar algum conforto nas palavras de Lu.

Os outros meninos, que estavam ouvindo a conversa, se aproximaram, envolto em tristeza. “Hobi, estamos aqui com você,” disse Nam, colocando a mão no ombro dele. “Você não está sozinho.”

Jin se agachou ao lado de Hobi. “Ami era uma luz na vida de todos nós. Vamos nos lembrar dela e do amor que compartilhamos. Ela sempre estará conosco.”

“Isso mesmo,” acrescentou Jungkook, tentando conter as lágrimas. “Ami tocou tantas vidas. O amor que ela deu vai viver através de todos nós.”

Suga, que sempre foi a voz da razão, disse: “Não podemos esquecer o que ela queria. Ela queria ajudar os outros. É hora de honrarmos a memória dela e lutarmos por isso.”

Lu, ouvindo as palavras deles, sentiu um pequeno fio de esperança surgindo. “Ela sempre pensou nos outros antes de si mesma. Vamos fazer o que ela desejava. Vamos manter a sua memória viva.”

Os meninos começaram a se abraçar, e Hobi finalmente se juntou a eles, sentindo a força da amizade e do amor. Era um momento de dor, mas também de união.

O velório de Ami foi uma cerimônia íntima e cheia de emoções. Amigos e familiares que Hobi trouxe do Brasil para que pudessem se despedir dela, incluindo Lu e os meninos, compartilharam histórias sobre os momentos felizes que viveram com ela. Cada um deles se revezava para falar, relembrando a alegria que Ami trouxe para suas vidas.

Hobi, ao lado de Lu, segurava sua mão apertada, ambos olhando para o caixão decorado com flores que Ami adorava. As lágrimas escorriam pelo rosto de Hobi enquanto ele lembrava de todos os momentos que passaram juntos, do riso e da felicidade que compartilharam. “Desculpe, Ami... eu nunca quis que isso acontecesse. Eu só queria que você estivesse aqui comigo,” ele murmurou, a dor sufocando-o.

Lu, olhando para Hobi, sentiu que precisava ser forte. “Ela sempre queria que fôssemos felizes. Vamos fazer isso por ela,” ela disse, a voz embargada. “Nós faremos o que ela sempre sonhou.”

E enquanto todos se reuniam para prestar suas últimas homenagens, ficou claro que Ami, mesmo em sua ausência, continuaria a brilhar em seus corações, guiando-os para frente, como sempre fez.

ENCONTROS DO DESTINO: O que é seu, te acha! (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora