Azrael

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Desculpa a demora galerinha. Tanta coisa acontecendo no mundinho dos gls que acabei esquecendo de atualizar. (E também tava terminando duas cenas futuras que vocês definitivamente não estão prontos para ler.)
Obrigada pela paciência e boa leitura ♡.




Orm estava na cozinha, o som suave do cereal caindo em uma tigela ecoando pelo ambiente. Seus movimentos eram lentos e quase automáticos, como se sua mente estivesse em outro lugar. Enquanto isso, Ling estava jogada no sofá, de olhos fixos na TV, que exibia um documentário sobre Paris. Embora estivesse relaxada, seus olhos se desviavam de vez em quando para Orm, como se quisesse garantir que ela estivesse bem.

Uma cena icônica da Torre Eiffel apareceu na tela.

— Um dia eu vou te levar a Paris — Ling disse, um brilho provocador nos olhos. — Você vai provar os croissants divinos.

Orm soltou uma risada, surpresa pela escolha de palavras. — "Divinos"? Isso vindo da filha de Lúcifer? Parece irônico, não acha?

Ling deu de ombros com uma expressão inocente, mas o sorriso travesso no rosto a denunciava. — O que posso fazer? Até demônios sabem reconhecer uma obra-prima. E, convenhamos, os croissants de lá são quase pecaminosos de tão bons.

— Pecaminosos eu acredito — Orm revirou os olhos, mas não conseguia parar de sorrir. — Nunca fui a Paris. 

Ling arqueou as sobrancelhas, surpresa. — Você está brincando, né? Filha de Deus, com todo o poder que tem, e nunca foi a Paris? O que andou fazendo com a eternidade?

Orm desviou o olhar por um segundo, seus dedos mexendo no cereal que estava prestes a preparar. — A gente não escolhe de quem somos filhas. E, honestamente, prefiro uma vida mais... normal. Longe de toda essa expectativa.

Ling ficou em silêncio por um instante, observando-a. — Bom, quando você estiver pronta, eu te levo — disse, sua voz mais suave agora. — Prometo que não vai ter nada de divino lá. Só você, eu, e alguns croissants que vão te fazer questionar o sentido de todas as coisas.

— Você sabe, isso quase soa como uma tentação. — Orm riu, mas havia algo de sério em seu tom. 

Ling olhou para ela com um sorriso genuíno, dessa vez sem sarcasmo. — Talvez seja. Mas é o tipo de tentação que vale a pena.

Ela lançou um olhar rápido para Orm, esperando alguma reação. Orm reconheceu a tentativa de Ling de manter o clima leve. A sensação de segurança lentamente se infiltrava no ambiente, algo que Ling fazia questão de garantir

— Estou falando sério. Quando você quiser, a gente vai. — A voz dela soou mais suave, sem o sarcasmo habitual.

Orm soltou uma risadinha, tentando aliviar o clima que subitamente ficou mais sério do que esperava. — Vou tentar arrumar um tempinho na agenda. Ser filha de Deus, sabe como é, compromissos e tals.

Ling inclinou-se para frente, brincando com uma mecha de cabelo. 

— Claro, vou esperar na fila entre as almas perdidas, as missões celestiais, seus horários na academia e... — ela fez uma pausa dramática — a hora do soninho. Não quero atrapalhar a rotina celestial.

Orm soltou uma risada curta, balançando a cabeça em descrença. 

— Você realmente acha que vai conseguir me levar para Paris? — ela cruzou os braços, sorrindo de canto. — Com todo esse caos acontecendo, não dá nem pra saber se vamos ter tempo de respirar, quanto mais de fazer turismo. E, sinceramente, não prometa o que não pode cumprir. 

a Dança do Eclipse- LingOrmOnde histórias criam vida. Descubra agora