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Coloquei uma mini aula nesse pra explicar melhor pra vocês como funciona essa dança toda. pra garantir que não fiquem confusos. Vai ter mais desses explicações no decorrer.
E leitores fantasmas, comentem.
Não consegui responder vocês ainda , mas leio todos os comentários, e assim que me sobrar um tempinho vou dar atenção 🤏❤️.
E também, se tiverem ideias que gostariam de ver em algum momento, me avisem, estou sempre pronta para modificar um parágrafo :)
Boa leitura♡


Orm se mexia pela milésima vez na cama, o travesseiro já não oferecia conforto, e os lençóis, jogados de um lado para o outro, refletiam a inquietação que tomava conta dela. Ling não tinha voltado para casa depois da última briga. E aquilo não era novidade. As duas pareciam incapazes de passar uma semana sem discutir. 

Deitada de costas, Orm encarava o teto, uma linha de pensamentos incômodos surgindo, como uma tempestade silenciosa em sua mente. Era difícil entender como as coisas chegavam a esse ponto tão rápido. Por que sempre acabavam assim? Era sempre a mesma história: uma discordância pequena virava um ataque, depois outra resposta e, antes que percebessem, estavam dizendo coisas que não queriam, ferindo uma à outra. Orm sabia que Ling se irritava por não poder controlá-la, por não conseguir ler sua mente como fazia com as outras almas. E talvez ela mesma se frustrasse pela falta de respostas convincentes diante dos argumentos de Ling, que sempre parecia ter uma forma de desmontar suas crenças. 

Virou para o lado, puxando o lençol para cima dos ombros, mas o frio que sentia não era do quarto. Era a ausência de Ling. Já tinham brigado tantas vezes que Orm perdia a conta, mas naquela noite parecia diferente. Talvez porque, no fundo, ela sabia que aquela não era só mais uma discussão. Não era só uma troca de provocações. Era algo mais profundo, mais instintivo, algo que as controlava mais do que gostariam de admitir.

Elas eram feitas para isso. Como poderiam evitar o conflito? A verdade começando a pesar. Suas naturezas as empurravam uma contra a outra. Não importava o quanto tentassem lutar contra isso, era como se algo dentro delas estivesse programado para reagir, para confrontar. Uma faísca que nunca desaparecia.

Ela se virou de novo, buscando uma posição confortável que não vinha. Orm suspirou, apertando os olhos, tentando afastar o pensamento. Ela não queria acreditar que era impossível encontrar algum equilíbrio, alguma paz. Mas a verdade era que seus papéis no universo as puxavam em direções opostas..

Aquela linha de raciocínio sempre a deixava exausta, porque não tinha solução. Elas podiam se amar, rir juntas, dançar como se o mundo não existisse – mas, cedo ou tarde, a natureza delas sempre vinha à tona. Era como se o universo não as deixasse esquecer o que representavam: duas forças em oposição. 

Mais uma vez, virou-se na cama, os olhos agora fixos na escuridão do quarto. O silêncio era pesado, e tudo o que ela queria era que Ling estivesse ali. Mas, ao mesmo tempo, sabia que, quando ela voltasse, o ciclo recomeçaria. Tentariam de novo, e de novo acabariam discutindo. Porque era isso que elas faziam. Era o que sempre fizeram. 

Enquanto Orm lutava contra a insônia, um barulho inesperado ecoou pela sala. Um estrondo suave, seguido de passos apressados, fez seu coração acelerar. Com um movimento brusco, ela se levantou da cama, puxando o lençol para fora enquanto se dirigia em direção ao som. A escuridão do corredor parecia mais densa, mas a curiosidade a empurrava para frente.

a Dança do Eclipse- LingOrmOnde histórias criam vida. Descubra agora