O jantar (Parte I )

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Mila

No período da tarde, como estou sobrecarregada com todas as demandas da gravadora peço para que o senhor Furtado busque o Rafa da escola para mim. Às 18 horas encerro meu expediente e entro no carro com Lupita e Chantal. Páro no prédio onde a minha secretária mora para que ela pegue a roupa escolhida e os itens que vai precisar pra se arrumar para o jantar.
Por sorte, ela leva apenas dez minutos para retornar.
Durante o trajeto, converso pelo celular com a minha amiga Andrômeda. Ela é meia- irmã de Júpiter e madrinha do Rafael. Apesar de ser mais nova que eu, é aquele tipo de amiga conselheira, porém meio maluquinha.
Andrômeda confirma que virá com a mãe ao jantar do meu avô, o que para mim é uma surpresa, visto que como uma das cantoras mais famosas e requisitadas da gravadora, a agenda da minha amiga vive lotada.
Assim que desligo o telefone, continuo conversando com Lupita e Chantal enquanto presto atenção no tráfego.
Quando chego ao condomínio e estou prestes a entrar, um imbecil simplesmente diminui a velocidade na minha frente sem dar seta. Eu até tento frear o meu carro, mas não dá tempo. Acabo batendo na parte traseira do outro.


- Meu Deus! - Chantal exclama.

- Aí, era só o que me faltava... - Suspiro impaciente enquanto desço do carro acompanhada pela minha amiga e a minha secretária.

A primeira coisa que faço é verificar se danificou a parte da frente do meu carro.
Por sorte, apenas amassou um pouco.
De repente escuto uma voz masculina reclamando e querendo saber quem estava dirigindo o carro.
Quando digo  que eu é quem estava dirigindo e ele vem me perguntar com aquele ar de machista se eu comprei a minha carteira, sinto o meu sangue subir. Poxa! A culpa não foi minha! Ele é que entrou na minha frente do nada.
Abusado! Como ele ousa falar assim comigo?
Me viro e após dar-lhe uma resposta à altura, percebo que ele fica sem palavras.
Adoro quando consigo colocar esses caras machistas no lugar deles.

Dá para ver que eu deixei desconcertado.
Me afasto e volto a verificar o meu carro para ver se não amassou mais nada.
Lupita me pergunta se alguma peça do carro estragou, mas ao que parece foi só mesmo o amassado na placa.
De repente vejo, que o cara está se aproximando e me irrito.
Digo para que ele não se preocupe que eu vou pagar o prejuízo do seu carro e ele mantendo a calma pergunta se eu ou as meninas nos machucamos.
Impaciente digo que não e peço para que Chantal dê o meu número para ele enquanto chamo Lupita para entrarmos com o carro no estacionamento.

(...)

Enquanto a Guatemalteca e eu esperamos  o elevador para subirmos até a cobertura, avistamos Chantal que corre ao nosso encontro.

- Dona Mila! Lupita! - Arfa - Que bom que consegui alcançar vocês.

- E aí, Chantal? Entregou o meu cartão para aquele homem? - Pergunto.

- Entreguei sim, Dona Mila - Ela diz - Mas ele mandou avisar que a senhora não precisa pagar nada. Segundo ele, o carro é alugado e depois eles se entende lá com a locadora. Esse rapaz nem deve ser daqui - Completa.

- Hum! - Murmuro desinteressada.

-  Você reparou como ele é guapo, amiga? - Lupita pergunta sorrindo maliciosamente.

- O quê? - Digo incrédula - Lupita o cara fez eu bater o meu carro, me tratou com grosseria perguntando se eu tinha comprado a minha carteira e você ainda conseguiu reparar na aparência dele?

- Mila yo no soy ciega - Retruca rindo.

- Sabe que eu também achei? - Chantal comenta sorrindo toda derretida - Ele tem aquele jeitinho de nerd tímido, mas é um gato!

- É? Deixa o Léo te ouvir dizer isso... - Retruco irritada.

- O que é isso, Dona Mila? A senhora sabe que homem nenhum no mundo é páreo para o meu noivo - A morena ri - Além do mais, eu acho que ele gostou foi da senhora.

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