Um acidente

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Mila

Um sábado tomando sol na praia era tudo o que eu precisava.

Estou sentada na areia com Lupita, minha madrinha e Nanda, esposa de Ramón enquanto este joga bola com Rafael, Júpiter e o meu avô.

- E o seu filho, Nanda? - Pergunto curiosa - Não quis vir?

- Ah, o Plutão tinha treino hoje - Nanda explica - Ele vai participar de um campeonato nos próximos dias e colocou na cabeça que quer vencer essa competição - Ri.

- Mas esse meu afilhado é um menino muito esforçado - Minha madrinha diz orgulhosa - Tenho certeza que com essa dedicação,ele vai longe...

- Sim... o Plutão puxou ao pai. Amante dos  esportes - Nanda comenta divertida - Olha lá o Ramón! Já faz mais de vinte anos que se aposentou dos estádios, mas ama um futebol.

- Pois é, menina! - Leda diz - Eu jurava que o Plutão ia querer ser jogador de futebol assim como o Ramón foi.

- Que nada! A paixão do meu filho sempre foi o skate. E o Ramón como um pai coruja que é, deu o maior apoio quando o nosso menino disse que queria ser skatista -  Nanda sorri - E graças ao patrocínio de vocês na Mancini, ele está conseguindo alcançar os objetivos.

- Imagina, Nanda - Digo ternamente - O seu filho merece. Ele é um garoto muito talentoso...

- Não é querendo me gabar, mas o meu Isacque é mesmo - Sorri convencida.

Rafael que acabou de  se aproximar para tomar água e ouviu o final da conversa pergunta à Nanda:

- Por que todo mundo chama ele de Plutão sendo que o nome dele é Isacque?

Ela ri e responde:

- Meu amor, é que o Pedro pai do Júpiter e da Andrômeda, amava  planeta e galáxias. Ele era padrinho do meu filho e quando faleceu, o Isacque quis homenageá-lo adotando o apelido Plutão.

- Entendi... - Rafael diz - Desculpa,tia Nanda. Mas realmente Plutão é um nome mais legal que Isacque.

- Rafael! - Exclamo repreendendo-o.

De repente, meu avô, Ramón e Júpiter se aproximam.

- E aí, garotão? Cansou de jogar? - Ramón pergunta ao meu filho.

- Eu estou com fome - Rafa responde.

- Bom, então a gente podia ir almoçar em algum lugar - Sugiro.

- Ótimo! - Meu avô diz - Olha, ali tem um restaurante só de frutos do mar - Aponta para o outro lado da rua. Podemos almoçar por lá e depois que voltarmos, posso mostrar para vocês as manobras radicais que eu faço com a prancha - Sorri sugestivamente.

- Ok, vovô. Mas primeiro vamos almoçar porque saco vazio não pára em pé - Brinco.

Então após desmontarmos a tenda e guardarmos junto com as coisas em nossa casa de praia, coloco uma bermuda e uma camiseta leve em Rafael, visto um vestido soltinho por cima do biquíni e nos encontramos com os demais para almoçarmos no restaurante indicado pelo meu avô.

(...)

Após a refeição passeamos por algumas ruas da cidade observando as lojinhas e cerca de uma hora e meia depois retornamos para a praia.
Enquanto nós mulheres conversamos na areia, Rafael brinca de fazer castelo  ao nosso lado e o meu avô vai até a casa acompanhado de Ramón e Júpiter.
Quando retornam, senhor Edgar está com sua velha e amada prancha.

- Agora vocês vão conhecer o melhor surfista de todos os tempos: Edgar Mancini! - Diz convencido.

- Vovô, o senhor tem certeza que vai surfar hoje? - Pergunto apreensiva. Afinal a última vez que vi o meu avô surfar, ele era pelo menos uns 20 anos mais jovem. - Eu estou achando o mar um pouco agitado e o senhor faz tempo que não surfa. Esse esporte pode ser um pouco puxado - Digo.

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