Capítulo 4: Espelhos e Sombras
A manhã seguinte trouxe um clima tenso para a Maré. Amanda já estava de pé antes do sol raiar, sua mente girando com planos e estratégias. Ela sabia que precisava reforçar a segurança em sua comunidade, mas também desejava evitar causar pânico entre seus moradores. O equilíbrio entre manter a ordem e se preparar para o pior era delicado.
Enquanto tomava um café, Lívia entrou na cozinha, com uma expressão de preocupação.
— Amanda, você viu as notícias? — perguntou, ligando a televisão. As imagens mostravam a agitação nas ruas, com relatos de confrontos em várias áreas do Complexo do Alemão.
Amanda estreitou os olhos. — O que aconteceu?
— Não sei ao certo, mas parece que a tensão está aumentando. Pode ser que alguém esteja tentando provocar um conflito maior — Lívia respondeu, observando a tela.
Amanda se levantou, decidida. — Precisamos nos preparar. Se houver uma guerra, não podemos ser pegos de surpresa.
— E quanto ao Caio? — Lívia questionou, tentando entender a situação. — Você realmente acha que podemos confiar nele?
Amanda hesitou, lembrando da conexão que havia sentido com Caio na noite anterior. — Eu quero acreditar que sim. Ele está tão envolvido quanto nós. E, de qualquer forma, não temos escolha a não ser trabalhar juntos.
— Então vamos reforçar as defesas e fazer uma reunião com os líderes da comunidade — sugeriu Lívia.
Amanda assentiu, determinada. — Sim, vamos fazer isso.
Enquanto isso, no Complexo do Alemão, Caio estava reunido com seus aliados. A sala estava iluminada apenas pela luz fraca que entrava pelas janelas sujas, criando sombras que dançavam nas paredes. Os homens discutiam em voz alta, cada um contribuindo com suas preocupações e estratégias.
— Precisamos ser rápidos — disse um dos homens. — Se a Maré se unir a nós, perderemos o controle.
Caio olhou para eles, sua expressão séria. — Concordo, mas precisamos agir com cautela. Se nós atacarmos sem planejamento, podemos causar uma guerra que não podemos vencer.
— Mas a mensagem que recebemos deixa claro que eles estão dispostos a nos desafiar. O que mais precisamos para entender que devemos agir? — um dos homens respondeu, sua frustração evidente.
Caio respirou fundo, mantendo a calma. — Nós temos que usar a inteligência e não a força. Vamos monitorar as atividades da Maré e identificar a fonte das ameaças.
— E se for alguém de dentro? — outro homem perguntou, levantando a possibilidade de traição.
— Aí será um problema que teremos que resolver internamente. Mas, por agora, precisamos unir nossas forças — Caio afirmou, sua voz firme. — Vamos nos encontrar com Amanda. O plano precisa incluir todos nós, e não podemos subestimar o que está em jogo.
No final da tarde, Amanda e Lívia estavam reunidas com os líderes da comunidade em um espaço aberto, cercado por árvores e flores que contrastavam com a dureza do ambiente urbano. As vozes se misturavam, cheias de preocupação e expectativa.
— Não podemos deixar que essa situação fuja do controle — Amanda começou, tentando transmitir confiança. — Precisamos nos preparar para qualquer eventualidade.
Um dos líderes mais velhos, conhecido como Tio Jorge, levantou a mão. — Mas o que faremos se a guerra estourar? Como podemos proteger nossos filhos e nossas casas?
— Precisamos de um plano — Lívia interveio, ganhando a atenção de todos. — E também de comunicação. Precisamos saber o que está acontecendo, não apenas na Maré, mas também no Alemão.
Amanda assentiu, e a conversa continuou, com ideias e sugestões sendo lançadas. O clima estava pesado, mas havia uma determinação crescente entre eles.
Nesse momento, o olhar de Amanda se perdeu por um instante, como se estivesse tentando enxergar algo além da discussão. E foi então que ela viu Caio se aproximando, sua figura imponente desenhando uma silhueta contra a luz do sol poente.
Ele entrou na reunião, e todos os olhares se voltaram para ele.
— Precisamos conversar — Caio disse, a seriedade em sua voz ecoando na sala.
Amanda sentiu seu coração acelerar. O clima que havia se formado entre eles nas últimas noites parecia palpável, mas a tensão da situação não permitia que ela se distraísse.
— Certo. O que você propõe? — Amanda perguntou, tentando manter o foco.
Caio se aproximou, seus olhos fixos nos dela. — Temos informações de que há um grupo que quer desestabilizar ambos os complexos. Não podemos deixar que isso aconteça. A união de nossas comunidades é a chave.
Um murmurinho percorreu a sala, e Amanda percebeu que todos estavam prestando atenção.
— Estamos ouvindo — Tio Jorge disse, incentivando a conversa.
Caio continuou: — Precisamos formar um comitê de emergência, onde possamos compartilhar informações e planejar nossas próximas ações. Se trabalharmos juntos, podemos evitar uma guerra.
Amanda sentiu que essa proposta poderia ser a solução. — Concordo. Mas precisamos ser transparentes. Qualquer sinal de traição ou deslealdade deve ser reportado imediatamente.
Caio a olhou, admirando sua determinação. — Perfeito. Vamos precisar de todos, e a confiança será essencial.
A reunião prosseguiu, e a ideia de uma aliança começou a tomar forma entre os presentes. Havia um ar de esperança misturado com a incerteza do que estava por vir, mas a determinação de lutar pelo que era certo estava presente em cada um deles.
Amanda trocou olhares com Caio, e por um instante, entre a tensão e a ameaça que pairava no ar, havia algo mais. Uma conexão que, independentemente dos riscos, os uniria na luta por um futuro melhor para suas comunidades.
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Amor em território proibido
FanfictionAmor em Território Proibido segue Amanda, a "Rainha de Fogo" do Complexo da Maré, e Caio, o misterioso "Fantasma" do Complexo do Alemão. Eles são líderes em territórios rivais, mas uma paixão inesperada surge entre eles, ameaçando suas posições e te...