Amor em território proibido

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Capítulo 5: A Estrategista

Os dias seguintes foram marcados por uma intensa troca de informações entre os dois complexos. O comitê de emergência começou a se reunir regularmente, unindo as forças da Maré e do Alemão em um esforço conjunto para neutralizar qualquer ameaça. Amanda e Caio, embora ainda cautelosos um com o outro, estavam começando a estabelecer uma dinâmica de trabalho que surpreendia a ambos.

Na primeira reunião, Amanda se sentou ao lado de Caio, sua presença imponente chamando a atenção de todos os presentes. A sala, iluminada pela luz natural que entrava pelas janelas, estava repleta de líderes de ambos os complexos.

— Precisamos entender o que está acontecendo — começou Amanda, olhando ao redor. — O que sabemos sobre essas ameaças?

Um dos homens de Caio, conhecido como Rafael, se levantou. — Recebemos informações de que um grupo de fora está tentando semear discórdia entre nós. Eles querem que lutemos entre nós, e isso pode ter consequências devastadoras.

— E como podemos impedir isso? — Amanda perguntou, ansiosa para ouvir as ideias dos presentes.

Caio interveio. — Precisamos de espionagem. Alguém que possa infiltrar-se nesse grupo e trazer informações. É um risco, mas é necessário.

Um silêncio pairou na sala. A ideia de colocar alguém em perigo fez com que todos refletissem. Amanda, sentindo a necessidade de agir, levantou a mão.

— Eu posso fazer isso. Eu conheço as ruas da Maré e tenho contatos. Posso me misturar e ouvir o que estão planejando.

Os murmúrios aumentaram, e vários olhares se voltaram para Amanda, surpresos com sua proposta.

— Isso é muito arriscado — Caio disse, com uma expressão preocupada. — Você pode se colocar em perigo.

Amanda olhou diretamente para ele, seu olhar desafiador. — E se não fizermos nada, Caio? O que acontece com nossas comunidades? Preciso fazer isso.

Caio a estudou, percebendo a determinação em seus olhos. — Então eu vou com você. Se algo acontecer, quero estar lá para te proteger.

— Isso não é uma boa ideia. Você é conhecido e não pode se expor — ela argumentou, mas a expressão de Caio mostrava que ele não estava disposto a ceder.

— Precisamos de alguém forte ao nosso lado. Vamos juntos. É melhor assim.

Amanda sentiu uma mistura de alívio e frustração. Era uma escolha arriscada, mas a presença de Caio poderia oferecer uma proteção valiosa. Ela decidiu não discutir mais.

— Certo, vamos juntos — concordou, relutante.

As horas que se seguiram foram repletas de planejamento e discussões estratégicas. Amanda e Caio se concentraram em traçar um plano que os levasse até o núcleo do problema sem chamar muita atenção.

Naquela noite, Amanda se preparou. Estava nervosa, mas determinada. Olhou-se no espelho, vestindo roupas escuras que a ajudariam a se camuflar nas sombras. Seu cabelo, que costumava estar solto, foi preso em um coque, para evitar que qualquer fio se destacasse.

— Você está pronta? — Caio perguntou, aparecendo na porta de sua casa, também vestido de maneira discreta.

Amanda fez uma pausa, respirando fundo. — Estou. Vamos.

A noite estava calma, e as ruas da Maré pareciam tranquilas, mas Amanda sabia que era uma ilusão. Assim que começaram a se mover, seu coração pulsava acelerado. Cada som, cada sombra parecia carregar uma nova ameaça.

— O que você acha que vamos encontrar? — Caio perguntou, enquanto caminhavam por um beco estreito.

— Não sei. Mas precisamos descobrir se realmente existe um plano para nos atacar — respondeu Amanda, tentando manter a voz firme.

A dupla continuou a andar, atentos a qualquer movimento. Ouvindo risadas e vozes vindas de uma esquina, Amanda sinalizou para Caio pararem.

— Vamos escutar — ela sussurrou.

Aproximando-se cautelosamente, eles se espremeram atrás de um carro abandonado, onde podiam ver um grupo de homens conversando em tom baixo.

— Eles acham que podem se unir — um dos homens disse, rindo. — Mal sabem eles que vão se destruir.

Amanda e Caio trocaram um olhar significativo.

— Precisamos voltar e avisar o comitê — Caio disse em um sussurro. — Isso é mais sério do que imaginávamos.

Amanda concordou. Eles estavam prestes a se afastar, quando um grito cortou a noite. O som de uma luta irrompeu na esquina, e Amanda não hesitou em correr em direção ao barulho.

Chegando mais perto, eles viram que um grupo de jovens da Maré estava em conflito com alguns homens que pareciam ser do Alemão. A briga era intensa, e a situação rapidamente se agravava.

— Isso não pode acontecer! — Amanda gritou, tentando intervir.

Caio a puxou de volta, preocupado. — Não, Amanda! Isso pode se voltar contra nós.

— Temos que parar! — ela insistiu, mas Caio a segurou firme.

— Vamos achar outra maneira. Precisamos de um plano.

No entanto, Amanda estava decidida. Com coragem, ela gritou para os jovens: — O que vocês estão fazendo? Isso é exatamente o que eles querem!

Os jovens hesitaram, olhando para ela. Amanda percebeu que precisava ser a voz da razão em meio ao caos.

— Precisamos nos unir! O que vocês estão fazendo só está alimentando o que eles querem!

A tensão parou por um momento, e alguns dos jovens começaram a recuar, percebendo que estavam caindo na armadilha.

— Vamos! — Caio finalmente disse, puxando Amanda para longe antes que a situação pudesse se agravar ainda mais.

Quando eles conseguiram se afastar do tumulto, a adrenalina estava alta.

— Isso foi arriscado — Caio disse, ofegante.

— Eu sei, mas tinha que fazer alguma coisa. Não podemos deixar que eles nos dividam — respondeu Amanda, seu coração ainda acelerado.

Caio a observou, uma mistura de respeito e preocupação em seus olhos. — Você é muito corajosa.

— Precisamos de coragem agora mais do que nunca. E precisamos agir rápido — ela disse, já traçando um novo plano em sua mente.

Eles sabiam que não podiam perder tempo. O inimigo estava se movendo, e a única forma de enfrentá-lo era através da união. E assim, com os riscos crescendo, Amanda e Caio se prepararam para a próxima etapa de sua luta, determinados a não deixar que as sombras da desconfiança e do medo dominassem suas comunidades.