capítulo 5

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Nos dias que se seguiram àquela tarde tranquila no Parque Ibirapuera, a rotina de cada uma das amigas começou a tomar novos rumos. A vida em São Paulo era cheia de oportunidades, mas também de desafios inesperados. Enquanto algumas estavam encontrando seu ritmo na cidade, outras ainda enfrentavam incertezas sobre seus caminhos.

Ana, em especial, começava a se questionar sobre seu trabalho no escritório de advocacia. O ambiente era competitivo, e apesar de ser uma pessoa extremamente organizada e eficiente, ela sentia que havia algo faltando. As noites em que ela,Myrella e as meninas se reuniam para assistir Lei e Ordem eram um alívio bem-vindo, mas a inquietação permanecia.

Certa noite, depois de mais um dia estressante no trabalho, Ana decidiu compartilhar seus sentimentos com Mirella.

“Eu não sei se estou no lugar certo, nega”, disse Ana, enquanto mexia em sua xícara de chá. “Quando decidi vir para São Paulo, achei que seria diferente. Que eu encontraria algo que realmente me apaixonasse. Mas não estou feliz no escritório. Na verdade, eu me sinto presa.”

Mirella olhou para a amiga com empatia. “Você já pensou em explorar outras áreas? Talvez não seja o trabalho em si, mas o ambiente que não é o ideal para você.”

“Talvez...”, Ana respondeu pensativa. “Mas o problema é que não sei para onde ir. Eu sei que sou boa no que faço, mas não sei se quero passar o resto da minha vida fazendo isso.”

Mirella sorriu. “Eu entendo. Acho que todas nós, de alguma forma, estamos tentando encontrar nosso caminho aqui. Mas você tem algo que nem todo mundo tem, Ana. Você tem determinação. E eu tenho certeza que, qualquer que seja o caminho que você decidir seguir, vai ser bem-sucedida.”

Ana agradeceu com um sorriso e suspirou, sentindo-se um pouco mais leve por ter desabafado. “Obrigada, Mirella. Você sempre sabe o que dizer.”

Do outro lado da cidade, Jess estava em uma situação semelhante. Embora ainda estivesse no emprego de eventos, a insatisfação aumentava a cada dia. A pressão de cumprir prazos impossíveis e lidar com clientes exigentes estava sugando sua energia. Gabi, que tinha se tornado sua maior conselheira, sugeriu que ela tirasse um tempo para si.

“Você está correndo demais, Jess”, disse Gabi enquanto almoçavam em um restaurante perto da agência de publicidade onde Gabi trabalhava. “Se você continuar assim, vai se esgotar. Às vezes, é importante dar um passo atrás e pensar no que você realmente quer.”

“Eu sei, mas eu fico com medo de perder o emprego se eu fizer isso. O mercado em São Paulo é tão competitivo…”, respondeu Jess, preocupada.

“Entendo sua preocupação, mas pense bem: de que adianta manter um emprego que está te deixando infeliz e esgotada? Talvez seja a hora de considerar outras opções.”

Jess olhou para Gabi e assentiu lentamente. “Você tem razão. Preciso de uma pausa. Talvez eu deva pensar em um curso ou algo assim, algo que me dê uma nova perspectiva.”

Gabi sorriu, satisfeita por ver que sua amiga estava começando a considerar novas possibilidades. “Seja qual for sua decisão, nós estaremos aqui para te apoiar. Lembre-se disso.”

Enquanto isso, Joana estava se adaptando melhor ao ritmo de freelancer, mas havia dias em que a insegurança batia. Trabalhar por conta própria era uma aventura, cheia de altos e baixos. Ela adorava a liberdade que isso proporcionava, mas a incerteza sobre os próximos projetos era algo que a deixava ansiosa. Decidiu então encontrar-se com Ana e Mirella para pedir conselhos sobre como lidar com essas incertezas.

Elas se encontraram em um café no centro de São Paulo, um lugar que havia se tornado o ponto de encontro preferido do grupo. O cheiro de café fresco pairava no ar enquanto as três amigas se sentavam ao redor de uma pequena mesa de madeira.

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