O avião sobrevoava as nuvens, e a imensidão do céu parecia refletir o futuro desconhecido que aguardava Ana e suas amigas. Cada uma delas estava imersa em seus próprios pensamentos, mas o sentimento compartilhado era o mesmo: empolgação, ansiedade e, acima de tudo, a sensação de que suas vidas estavam prestes a mudar para sempre.
Ana olhava pela janela, segurando um leve sorriso no rosto. Os últimos dias haviam sido tão intensos que parecia quase surreal que estavam realmente indo para Nova York. Lembrou-se de como a vida dela e das amigas mudou drasticamente desde que decidiram se mudar para São Paulo em busca de uma vida melhor. Agora, estavam prestes a embarcar em outra aventura, ainda mais desafiadora. Mas a parte mais assustadora era, sem dúvida, a gravidez. Embora soubesse que seria uma grande reviravolta, Ana estava determinada a encarar a nova fase com coragem. Ela não estava sozinha.
Mirella, sentada ao seu lado, virou-se para ela e sorriu.
— Tá nervosa? — perguntou, tentando aliviar a tensão.
Ana assentiu, com um riso abafado.
— Bastante. Tem tanta coisa pra pensar… o bebê, o trabalho, a mudança. Sinto que minha vida tá mudando de uma vez só.
Mirella pegou a mão de Ana com carinho.
— Você não está sozinha, Ana. Vamos fazer isso juntas. E você sabe que, no fim das contas, tudo vai dar certo. Nova York vai ser incrível.
Jess, Gabi e Joana, que estavam sentadas mais à frente, também estavam conversando sobre o que as aguardava. Gabi, sempre a mais pragmática, estava preocupada com os detalhes da mudança, enquanto Joana não conseguia conter a empolgação de estar indo para a cidade dos sonhos de tantas pessoas.
— Eu mal posso esperar pra ver a Times Square! — Joana disse, animada. — Sempre sonhei em andar por aquelas ruas, sentir a energia da cidade.
— Eu só espero que a gente tenha tempo pra aproveitar, porque pelo jeito vai ser trabalho duro logo de cara — comentou Gabi, com um tom mais realista.
Jess, no entanto, manteve seu otimismo característico.
— Vai ser puxado, sim, mas a gente vai conseguir equilibrar. E, de qualquer forma, só o fato de estarmos juntas nessa já faz tudo valer a pena.
Ao chegarem em Nova York, a sensação de estar em um mundo completamente diferente tomou conta delas. O ritmo frenético da cidade, os arranha-céus imponentes, as luzes que pareciam nunca se apagar — tudo contribuía para o impacto inicial. No entanto, ao invés de se sentirem intimidadas, as meninas se sentiram energizadas pela nova realidade que começava a se desenhar.
Logo após o desembarque, foram recebidas por um motorista enviado pelo escritório de advocacia. Ele as levaria até os apartamentos que ficariam temporariamente, enquanto organizavam suas vidas e se estabeleciam no novo país. Ana olhou para o endereço no papel e sentiu um frio na barriga. O escritório realmente não havia economizado esforços — os apartamentos ficavam em uma área nobre de Manhattan.
— Bem-vindas a Nova York, meninas! — o motorista disse, abrindo a porta da van com um sorriso. — Espero que estejam prontas para a cidade que nunca dorme.
As meninas trocaram olhares animados enquanto entravam no carro, já imaginando as possibilidades. A viagem pelas ruas da cidade foi um espetáculo à parte. O barulho, as luzes, as pessoas de todos os tipos andando apressadas — tudo era como em um filme.
Ao chegarem ao prédio, ficaram surpresas com a elegância do lugar. Era um edifício alto, com vista para o Central Park. Cada uma teria seu próprio apartamento, mas no mesmo andar, o que as deixava aliviadas, pois mesmo estando em uma nova cidade, sabiam que teriam umas às outras sempre por perto.
— Meu Deus, isso aqui é surreal! — Joana exclamou, enquanto olhava em volta, encantada com a vista. — Nunca pensei que fosse viver em um lugar assim.
Gabi, que sempre mantinha os pés no chão, também parecia surpresa.
— Esse escritório realmente está investindo pesado na gente. Isso só prova que o trabalho vai ser intenso, mas... caramba, olha só essa vista!
Ana, que ainda estava processando todas as mudanças, sentia-se grata, mas ao mesmo tempo sobrecarregada. Ela sabia que nos próximos meses, além de lidar com a gestação, teria que administrar a responsabilidade de vice-presidir o escritório. E isso sem mencionar o fato de que agora tinha que contar à família sobre a gravidez — algo que ainda não havia feito.
Os primeiros dias em Nova York foram um misto de adaptação e descobertas. As meninas exploraram a cidade, se maravilhando com cada detalhe, mas também começaram a se preparar para o trabalho. As responsabilidades logo começaram a aparecer. Ana se reuniu com os diretores do escritório para discutir os planos de expansão, enquanto as outras amigas começaram a organizar suas respectivas funções.
Joana, que tinha formação em arquitetura, já estava com a mente a mil sobre como seria o novo projeto. Estava animada para mostrar suas ideias, mas sabia que teria que trabalhar duro para se destacar em uma cidade tão competitiva.
— Esse é o meu momento, Ana. Preciso aproveitar essa oportunidade. Fazer parte da criação de um escritório em Nova York é algo que pode mudar minha carreira — ela comentou durante um jantar entre as amigas.
Ana sorriu, sentindo orgulho de Joana. Sabia que todas elas eram extremamente talentosas, e agora tinham uma chance de ouro para mostrar isso.
Gabi, por outro lado, estava encantada com a ideia de trabalhar com a inauguração do escritório. Ela sempre foi criativa, e sabia que conseguiria transformar a presença digital do escritório em algo grandioso.
— Eu já tenho mil ideias! A gente vai bombar nas redes sociais, e esse escritório vai ser conhecido no mundo todo — ela disse, com os olhos brilhando.
Mirella, a designer de moda, estava com a responsabilidade de criar uniformes para a equipe do escritório. Era uma tarefa desafiadora, mas ela estava pronta para usar sua criatividade para inovar.
— Quero algo que seja sofisticado, mas com um toque de modernidade. Algo que mostre que esse escritório é único. Acho que Nova York vai me inspirar — comentou, cheia de ideias.
Jess, por sua vez, estava encarregada de organizar o evento de inauguração do novo escritório. E não seria qualquer evento. O objetivo era fazer algo grandioso, que chamasse a atenção da mídia e da alta sociedade de Nova York.
— Esse evento precisa ser impecável. Vai ser o início de uma nova era para o escritório, e precisamos causar uma boa impressão. Já estou pensando em possíveis locais e ideias inovadoras — ela disse, determinada.
Os meses foram passando, e com eles, os desafios e as alegrias da nova vida em Nova York. Ana, agora com a gravidez mais avançada, sentia o peso da responsabilidade, mas com o apoio das amigas, continuava firme. O projeto do novo escritório estava indo muito bem, e todas estavam se destacando em suas respectivas áreas.
Apesar do cansaço, as meninas faziam questão de se reunir sempre que possível, seja para um jantar descontraído ou apenas para conversar sobre o dia. Estavam felizes por estarem juntas, e a amizade que as unia era o que as mantinha fortes diante dos desafios.
Certa noite, depois de mais um dia agitado, Ana se deitou na cama e passou a mão sobre a barriga, sentindo o leve movimento do bebê. Sorriu, sentindo-se abençoada. A vida havia mudado completamente, e apesar de todos os medos e incertezas, ela sabia que tinha tudo o que precisava: um futuro promissor, amigas que eram como irmãs e um bebê a caminho. E, claro, uma cidade nova e vibrante para chamar de lar.
Nova York era, sem dúvida, o começo de uma nova fase.
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Laços Inquebráveis
Fiksi PenggemarAna e Myrella,duas amigas inseparáveis que moravam em uma cidade do interior de Minas Gerais, em busca de novas experiências e oportunidades, decidem se mudar para a agitada capital São Paulo. Com a mudança, surgem desafios e conquistas, mas também...