capitulo 31

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A madrugada estava calma no hospital, e Ana finalmente havia conseguido adormecer após horas de desconforto e ansiedade. Enquanto dormia, mergulhou em um sonho que parecia mais real do que qualquer outro que já tivera.

O Sonho de Despedida

Ana se viu em um campo florido, iluminado por um sol quente e acolhedor. No meio daquele cenário, uma menina apareceu. Era pequena, com cabelos cacheados e um sorriso doce que iluminava todo o espaço ao redor. Ana sentiu imediatamente que aquela era sua filha.

— Mamãe? — a voz da menina soou suave, quase como uma melodia.

— Sim, minha princesa, sou eu. — Ana ajoelhou-se para ficar na altura dela, o coração batendo rápido.

— Eu vim dizer que eu te amo muito e que nunca vou te deixar de verdade. — A menina segurou o rosto de Ana com suas pequenas mãos, os olhos brilhando como duas estrelas.

Ana começou a chorar, sentindo uma mistura de amor e tristeza.

— Por que está falando isso? Você está comigo... nós ainda temos tanto tempo juntas.

A menina balançou a cabeça com delicadeza.

— Não, mamãe. Meu tempo aqui foi curto, mas foi cheio de amor. Eu aprendi tudo o que precisava com você, e agora preciso voltar.

Ana sentiu um aperto no coração, como se algo estivesse sendo arrancado de dentro dela.

— Não... por favor, não vá. Eu preciso de você.

A menina a abraçou forte, e Ana sentiu uma paz inexplicável.

— Você vai ser sempre minha mamãe, e eu vou estar sempre com você, no seu coração.

Antes que Ana pudesse dizer mais alguma coisa, a menina começou a se afastar, acenando e sorrindo até desaparecer no campo de flores.

O Despertar e a Realidade

Ana acordou assustada, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Olhou ao redor do quarto escuro, tentando processar o que acabara de acontecer. Mas antes que pudesse pensar mais, sentiu um incômodo quente em suas pernas.

Ao puxar o cobertor, viu que havia sangue.

— Não... não, por favor, não! — sussurrou, o coração acelerado.

Ela apertou o botão de emergência, e em poucos segundos, uma equipe médica entrou no quarto.

— O que está acontecendo? — perguntou o médico enquanto começava os procedimentos para avaliar a situação.

Ana tentou falar, mas a dor e o desespero eram muito intensos. Em questão de minutos, ela foi levada para uma sala de emergência.

O Adeus à Filha

Apesar dos esforços da equipe médica, o desfecho foi inevitável. Ana havia perdido sua filha. Quando o médico retornou ao quarto, encontrou Ana com o olhar fixo no teto, como se tentasse absorver o impacto da notícia que acabara de receber.

— Ana... eu sinto muito. Fizemos tudo o que podíamos, mas a sua filha... — Ele parou, escolhendo as palavras com cuidado. — Ela não resistiu.

Ana fechou os olhos, permitindo que as lágrimas escorressem livremente. Ela já sabia. Sentira isso no sonho.

— Obrigada, doutor... por tudo.

O médico hesitou antes de perguntar:

— Quer que eu avise alguém? Alguma das suas amigas? Pois precisamos fazer um procedimento e você tem que ter uma acompanhamento.

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