Kook party

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Estava deitada na minha cama, perdida em pensamentos, quando ouvi barulhos vindos da sala. Levantei, incomodada, e segui em direção ao som. Assim que desci as escadas, avistei Topper e alguns dos amigos dele espalhados pela sala, com garrafas de bebida e uma fumaça espessa no ar.

— O que tá rolando aqui? — perguntei, cruzando os braços e encarando o loiro que me olhava de volta.

— A casa é nossa esse final de semana, irmãzinha. — Topper respondeu, seu sorriso malicioso revelando que ele estava, no mínimo, sob efeito de alguma coisa. Os olhos avermelhados e o cigarro de maconha na mão de Kelce eram provas suficientes.

— Hoje é dia de festas. — Ele completou, enquanto seus amigos riam.

— Não quero ficar com os seus amigos Kooks. — Declarei, tentando parecer firme enquanto me apoiava na escada.

— Então vai pra casa do John B. Aposto que lá só tem Pougue. — Ele deu uma risada, e os amigos acompanharam com zombarias. Eu revirei os olhos, mas não consegui me manter indiferente.

Decidi dar uma resposta à provocação. Peguei o cigarro da mão de Kelce, dando uma tragada enquanto soltava a fumaça bem em seu rosto. Ele mordeu o lábio, claramente surpreso e divertido.

— Sai daqui, Isadora. Anda. — Topper me puxou e eu olhei para ele como quem não estivesse entendendo.

Eu ri, me movendo em direção à saída, mas não antes de ouvir Kelce sussurrar:

— Desde quando sua irmãzinha tá tão gostosa?

O comentário me fez sorrir, um calor subindo pela minha pele. Saí pela porta, indo em direção à área da piscina com o cigarro ainda entre os dedos.

Antes que eu pudesse relaxar naquela cadeira, senti o cigarro ser puxado dos meus dedos. Olhei para cima, surpresa, e encontrei Rafe, seu olhar intenso fixo no meu enquanto ele levava o cigarro à boca e dava uma tragada.

— O que você tá fazendo aqui? — perguntei, tentando manter um ar desinteressado, mesmo que a presença dele me deixasse um pouco nervosa.

Ele soltou a fumaça, o sorriso se alargando em seus lábios.

— Dia de curtir o lado bom de ser Kook.— Ele respondeu e eu dei de ombros vendo os carros começarem a chegar.

— Só cuidado pra não machucar o nariz. — Ele me olhou por alguns segundos sem entender mas logo entendeu que eu estava falando sobre a cocaína.

Rafe soltou uma risada curta, ainda com o cigarro entre os lábios, antes de apagar o resto nas bordas da cadeira. Seu olhar fixo em mim era penetrante, como se tentasse decifrar até o que eu não dizia.

— Engraçada você, hein? — ele respondeu, o tom carregado de ironia, mas seus olhos não perdiam a intensidade. — Só porque você anda com o John B e aqueles moleques, acha que pode falar qualquer coisa?

Revirei os olhos, mantendo meu rosto impassível, embora sua presença ainda provocasse um leve desconforto. Ele sempre tinha esse efeito em mim — uma mistura de atração e irritação que me deixava confusa.

— Não tenho que andar com ninguém pra saber como você se afunda nas próprias merdas — retruquei, tentando manter o controle da situação.

Rafe se aproximou, agora perto o bastante para que o calor de sua respiração se misturasse ao ar fresco da noite. Havia algo no jeito como ele me olhava que me desafiava a recuar, mas ao mesmo tempo, eu sabia que ele gostava dessa provocação.

— E quem disse que eu me afundo sozinho? — A resposta saiu com um sussurro provocante, enquanto ele mantinha o olhar fixo no meu.

Eu me apoiei mais na cadeira fechando meus olhos e suspirando antes de responder ele.

Toxic • Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora