Capítulo XXXV

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Liguei para a Leila ainda em Paris para saber onde ia ter show da dupla.

- Hoje é em BH e amanhã em Brasília.

- Leila eu chego amanhã e quero fazer uma surpresa para o teu irmão lá no show.  Ajuda-me mas não contes nada a ninguém.

Expliquei a minha ideia e ela ficou empolgada.

Já no Brasil

Rodolffo ligou-me ainda estava em Paris e eu fingi problemas com meu telemóvel.  Mais tarde mandei mensagem a explicar que não estava a conseguir fazer chamadas para ele não estranhar se porventura eu não atendesse.

Antes de embarcar mandei mensagem dizendo que ia tentar falar com ele de noite.

Cheguei a minha casa no final da tarde.  Tomei um duche e fui dormir um pouco pois nas últimas noites tive dificuldade em adormecer.

Eu ia chegar ao show já depois dele ter começado para não correr o risco dele me ver.

Leila veio ter comigo explicando que estava tudo certo.  Abracei-a e agradeci.

- Falei para o Ismael apenas.  Ele precisava saber para o plano não dar errado.

- Tudo bem.  Melhor assim.

Assisti a uma parte do show num local escondido e foi quando a banda  iniciou os primeiros acordes do nosso forró.

Rodolffo olhou para Ismael e depois mandou a banda parar.

- Desculpem.  Foi lapso de alinhamento. - Disse ele dirigindo-se ao público.

Imediatamente se ouviu alguém do público gritar.  JULIETTE! - logo seguida de outra e outra até todo o público gritar o nome dela.

Não teve jeito e ele deu ordem para a banda tocar com o público em delírio e aos gritos.

Rodolffo começou a cantar e pouco antes do refrão Juliette invadiu o palco com um urso de pelúcia nas mãos.

A banda parou de tocar.  Rodolffo ficou sem reacção.   Juliette com um microfone de orelha perguntou:

- Quer ser meu par neste fórró?

Rodolffo abraçou-a de lágrimas nos olhos e Ismael mandou a música continuar.

Os dois dançavam como se estivessem sózinhos  ignorando o clima de festa à sua volta.  Rodolffo tentava cantar direito mas a emoção não deixava.  Valia Ismael que salvou a música.

Quando terminou, Ismael veio cumprimentar Juliette  e ela de seguida entregou o urso a Rodolffo.

O urso tinha um bolso na roupinha onde ela colocou o teste de gravidez.

- Desculpa ser com plateia.

- O quê?

- Olha no bolso dele.

Rodolffo olhou o teste, olhou para ela e caiu no choro.  Abraçou-a pela cintura e ajoelhou na frente dela apoiando a cabeça na barriga dela.

- Ai amor!  Desculpa-me por isto.  Agora estou a morrer de vergonha.

- Eu adorei a surpresa.  Gente, eu vou ser pai. - gritou ele para o público, segurando o teste numa das mãos e o urso na outra.

Não souberam identificar quem era, mas a mesmo voz que gritou Juliette,  começou a cantar:

" ou casa mobilada, - e logo todos entraram no ritmo.
- a gente financia e paga em 200 parcelas.  Imagina na escola, menino xutando bola e ela brincando de boneca..."

Juliette deu um cheiro em Rodolffo e abandonou o palco para junto de Leila.

O show continuou precisamente com a - casa mobilada - agora com um Rodolffo completamente eléctrico.

Quando finalmente terminaram, ele correu para junto dela e levou-a para o camarim.

Estavam todos reunidos aguardando para as fotos com os fãs.  Juliette estava sentada no colo de Rodolffo abraçando-o pelo pescoço.

- Quem foram os teus cumplices?  Diz-me para eu os despedir.

- Só a Leila.   Não,  o Ismael sabia que eu vinha, mas do bébé ninguém sabia.  Tu foste o primeiro a saber.

- Eu e milhares de pessoas.

- Não.   Eu só contei para ti.  Tu é que contaste a todos boca de sacola.

- Eu amei a surpresa.  A história do telefone já fazia parte,  não é?

- Sim.  Não queria falar muito contigo para não me denunciar.

- E agora, como ficamos? - Rodolffo perguntou apertando a bochecha dela.

- Os três juntos.  Parceiros no amor e na vida.

Rodolffo deu-lhe um beijo na barriga e a seguir nos lábios.  Olhou-a nos olhos e  disse:

- Para sempre.

FIM

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