Capítulo V

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Rodolffo estava sentado num cadeirão, pediu que Juliette se sentasse no outro em frente a ele e Leila sentou-se do lado dele.

- Então Juliette,  conte-me porque quer este trabalho?

- Porque preciso pagar contas e dinheiro não cai do céu.

- Mas como advogada,  possivelmente ganharia mais.

- Pode até ser, mas de momento não tenho nada nessa àrea e estou disposta a enveredar por outros caminhos.  Não tenho é certeza de corresponder aos requisitos que pretende.

- Tem assim tanta falta de confiança em si?

- Pelo contrário.  Tudo o que me proponho fazer, faço bem feito, mas é uma àrea nova, viagens e tudo isso.

- Não gosta de viajar?  E trabalhar à noite, gosta?

- Não sei.  Nunca saí de Belo Horizonte e também nunca trabalhei de noite.  À noite só conheço mesmo é baladas.

- Muito baladeira, então?

- Q.b

- Talvez já nos tenhamos cruzado lá em BH.  Já fiz lá muitos shows.

- Não creio.  Sertanejo não é muito a minha onda.  Nunca assisti um show de artistas sertanejos.

- Jura?  Imperdoável.  Não gosta?

- Não desgosto.  Pop é mais o meu estilo e forró também.

- No meu show tem todos os géneros.  Até funk.

- Funk não combina com a sua imagem.  O senhor tem ar de cantor romântico.

- Trate-me por Rodolffo.   Cantor romântico?  Também sou, mas o que eu gosto é de sertanejo.

- Desculpe, mas ainda não sei bem qual vai ser o meu trabalho.

Desta vez falou Leila.

- Eu sou irmã dele e assessora.  Estou com ele desde sempre, mas agora estou grávida e preciso descansar a conselho médico.  Procuramos quem me substitua pelo menos durante a gravidez.  O trabalho é auxiliá-lo no camarim, com a recepção dos fãs, cuidar da alimentação dele e do sono, enfim é quase ser bábá.

- Também não é assim, mana.  Bábá?

- Tu fazes algo sem mim?  Não.
Não sou eu que busco as tuas refeições e compro o que esqueces?
Até dormir no mesmo quarto às vezes durmo.
Só estou fora das tuas paqueras.

- Assim vais assustar a moça, Leila.

- É bom que ela saiba ao que vai para não ser surpreendida.

- Não acho nada demais.  Estou disposta a experimentar.

- Pode começar hoje?  Tenho show no Rio de Janeiro e podemos ver como vai ser.  A Leila ainda vai estar comigo estas duas semanas e assim  ia vendo o que é necessário.

- Não tenho nada arrumado.

- Só viajamos de noite.  Dá tempo de arrumar o básico.  Nos próximos três dias temos Rio de Janeiro, Santa Catarina e Goiânia.  É luta viu Juliette.   É frio, é calor e é mala para tudo quanto é canto.

- Então a vaga é minha?

- Com certeza.   Se aceitar, claro.

- Vou aceitar sim.  Trabalhar e viajar deve ser muito bom.

- Vamos ver se daqui a alguns meses ainda pensa igual.  É prazeiroso, mas muito cansativo.  Agora vá arrumar uma mala que mais tarde nós passamos para apanhá-la.
Esteja pronta pelas 20 horas.  Já tomei nota dos seus dados e morada.  Ah!  Não conversámos sobre salário.  Podemos acertar isso no avião?

Juliette aceitou e depressa saiu dali.  Precisava comprar alguns itens de higiene que tinha em falta.  Correu para o mercado e logo estava seleccionando algumas peças de roupa que ia usar nesses dias.

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