Capitulo 9

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WILLIAN BANKS

Acordo com o despertador me acordando do de algumas memórias do dia em que conheci a Emma, aquela época sim da escola era boa, competíamos quase toda semana, ou melhor, quase todo dia para descobrir quem era o melhor. Em um dia até mesmo caímos de tanto beber para ver quem aguentava mais, naquele dia eu poderia ter quebrado algum membro do corpo imitando o homem e aranha mas não tinha país para me ajudar ou me repreender se isso acontecesse.

Corro ao banheiro para tomar um bom banho e aliviar a tensão da última noite, fui dormir muito tarde depois da visita de Emma e hoje tenho que acordar mais cedo que os outros dias. "Cuidar de você" desde quando eu me tornei tão impulsivo? Deixo a água fluir pelo meu corpo e levar as preocupações e ressentimentos, a esse ponto ela nem deve mais lembrar disso e o jantar... eu só precisava de alguém para conversar, comer sozinho todos os dias é entediante.

Saindo do banheiro me seco e coloco uma camisa negra e um terno preto montando um look All black, depois pego um pouco de café ainda da noite passado e faço um sanduíche com ovo, mortadela, queijo e alguns vegetais da geladeira e requeijão e manteiga até ficar o mínimo aceitável e energético.

Assim que entro na varanda vejo Emma acabando de acordar e indo ver o sol.

— Acordando agora, Margarida? E a faculdade?

— As aulas pararam, voltam só próxima semana — ela diz ainda bocejando.

— Então você não vai fazer nada esses dias? Que legal, parabéns por realizar seu sonho de ser uma desempregada feliz.

— Eu não sou, desempregada, sou estudante. E também não sou feliz.

— Não é feliz acordando a hora que quer? Tudo bem — falo mastigando o sanduíche — Você tem certeza que quer fazer direito mesmo? Eu terminei mas não é minha área...

— Eu gosto... — Ela se senta e fala com incerteza.

— Eu também só gostava, mas hoje em dia em preferia nem ter feito. Qual o seu sonho?

Um silêncio preenche o ar e só é quebrado por passarinhos agitados, ela provavelmente não tem sonhos ou não quer me contar. Esse tempo já é o bastante para eu me certificar que não preciso da resposta e que terminei meu café.

— Esquece, não quero saber. Seja o que for, não se prenda aos sonhos que um antigo você já teve e fique no que você realmente quer agora.

— Por que tá se preocupando tanto comigo? — Emma diz claramente chateada.

— Eu não tô me preocupando, só não quero rir mais da sua desgraça no futuro. Aliás tenho que ir! Tenha um bom dia admirando os pássaros e a flores — digo colocando o prato na pia, fechando a varanda e a casa e saindo rápido pegando minha mala.

Entrando na sede do grupo Blisoo vejo que estão fazendo reuniões na minha sala e apresso o pé para descobrir o que estão fazendo, encosto o ouvido na porta e consigo ouvir algumas pontas soltas como "Quem apoia a troca da posse da Gofood levante a mão" é uma reunião entre acionistas com a minha empresa sem o dono.

Com a fúria aumentando empurro a porta e entro na sala, quem está fazendo a reunião é Michael e sua esposa e para minha felicidade quase todos os acionistas levantaram a mão.

— O que estão fazendo? Está reunião não foi feita por mim e como em todas as empresas outras pessoas de fora não podem acionar os apoiadores.

— Não somos qualquer um — Michael fala se levantando do palanque — E sua empresa está em decadência e todos querem mudança.

— Reunião terminada. Peço que todos os acionistas se retirem da sala e vou fingir que esse momento ficou apenas na minha imaginação — digo fazendo um grande sorriso de orelha a orelha para todos.

As pessoas saem da sala e me viro para Michael.

— Você enlouqueceu? Não pensei que estava tão louco atrás de ações ou do que é dos outros. — digo sem tentar esconder a frustração no meu rosto.

— Banks, banks. Não é isso. — Ele tenta amenizar a situação mas com certeza não vai conseguir, pelo menos comigo.

— E eu sou um pato. Sai da minha frente Michael, o nojo que eu sinto por você cada dia aumenta mais.

— Eu que deveria dizer isso, você invadiu minha família e agora quer roubar a minha mãe para tomar posse da Blisoo.

Dou uma gargalhada ouvindo ele ditar as palavras igual um líder político lunático.

— Tchau, tenha um bom dia Michael! — Me despeço dele com outro sorriso deixando a sala apenas os dois batendo a porta com a maior força que consigo.

Saio da sala e repenso o quão estranho e maluco o Michael é. Ele é o filho mais velho e tem sede por poder e dinheiro, ela faria qualquer coisa ou mataria qualquer um pela herança.

Os dias vão correndo e finalizando a papelada do evento nem percebo o tempo passar tanto que na maioria dos dias sempre fico até tarde no escritório, não acontece nenhuma outra situação como a de Michael em outros dias para me dar um ânimo a mais nem recebo notícias de Emma, ela deve ter ficado chateada com o que eu disse.

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Alguns dias se passam desde a noite que descobri que ela morava aqui e que jantamos juntos, não é tão tarde agora são cerca de 9 horas da noite mas bisbilhotando de longe seu apartamento não vejo nenhuma movimentação, tomo banho e coloco um pijama do homem aranha e vou na janela do meu quarto que fica só um pouco distante a janela do quarto dela também. Pego uma pedrinha decorativa e jogo na janela dela.

Ela não responde e jogo outra até que enfim ela abre e sai com uma máscara facial verde e o cabelo enrolado em bobes.

— Meu Deus! Você vai atuar em qual filme de terror? — Digo me espantando com a feiúra dela, quando na verdade ela está bem atrativa quando parece estar descansando.

— O quê que você quer? — ela resmunga com sono ou seja lá o que ela esteja sentindo agora.

— Queria saber como você está... — pergunto sentindo vergonha em perguntar algo assim — Na verdade queria te convidar para o festival, ele vai ocorrer amanhã. Seria legal você ir, eu sei como você adora comer.

— Se eu estiver livre eu vou — ela diz enquanto se aproxima da janela e retira os bobes soltando o cabelo que fica com as pontas onduladas.

Ela se apoia na janela e consigo ver que está usando apenas uma toalha, mordo os lábios tentando me controlar vendo que estou olhando demais para ela.

— Você sempre está livre, se não for quem vai perder é você. — Afirmo tentando parecer estável com a posição dela.

— Com certeza. — ela diz em tom de ironia enquanto tira a máscara facial.

— Ei, você não deveria tirar isso com água?

— Tanto faz, eu vi que não importa como você vai usar vai fazer o mesmo resultado.

— Sério? Então acho que os resultados são negativos porque já estão funcionando em você.

— Eu juro que se eu estivesse aí eu iria te matar! — ela levanta a mão em forma de soco e joga uma pedra em mim.

Me esquivo e dou a língua para ela fechando a janela e entrando para dentro do apartamento.

Me esquivo e dou a língua para ela fechando a janela e entrando para dentro do apartamento

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