Capitulo 15

11 4 3
                                    

WILLIAN BANKS

Sinto a água quente aquecer meu corpo e um arrepio percorre meu corpo lembrando daquele toque nos mesmos locais. Chuveiro de hotel é definitivamente uma das melhores terapias existentes, ainda mais com uma água quente em temperatura de queimar frango.

Me sento no chão e cruzo as pernas aproveitando a água, não que eu queira agravar os problemas da falta de água no mundo mas não duvido que a água daqui deve ser a mesma das piscinas.

Emma já tomou banho e está se trocando e nessa altura eu não devo estar me preocupando em terminar logo meu pequeno banho. Tanto ela quanto Gracie não devem estar com fome mas sim cansadas da tarde experienciando a vida de peixinhos.

Um grito me tira da minha paz interior e é de Emma me mandando apressar no banheiro, prefiro não responder e apenas continuar a aproveitar a experiência. Saindo do banho me enrolo na toalha e passo a mão no meu cabelo e cheiro sentindo um bom aroma de um shampoo que não é meu e que eu poderia gastar à vontade.

Me seco e coloco uma roupa comum com as que uso, uma camisa social preta e uma calça bege complementando o visual com um cinto criando uma aparência digna da Vogue. Saindo do banheiro o vento frio do ar-condicionado logo me preenche e olhando para frente vejo Emma se maquiando.

Ela está usando um vestido vermelho tal como o que ela usou no nosso baile de formatura do ensino médio, por incrível que pareça ela está igual como naquele dia, o cabelo preto liso com cachinhos nas pontas e o mesmo colar com seu sobrenome, tenho certeza que é um dos únicos pertences que ela tem que a lembre da sua família. Antes dela colocar o colar eu pego ele e atravessando seu pescoço consigo fechar ele.

A única diferença entre hoje e aquele dia há cerca de 7 anos atrás eu acho é que esse vestido eu comprei nas nossas compras semana passada porque o modelo era igualzinho o que ela usou. Não é tão grande e tem um decote pequeno mostrando uma parte bem pequena de uma das penas e em cima tem uma rosa e alguns detalhes todos bem discretos mantendo a elegância na simplicidade.

— O que deu em você? Agora acha que eu te amo? — disse ela e depois debocha em surpresa com minha ação de colocar o calor.

— Não confunda minha gentileza com ingenuidade.

Voltamos ao silêncio e não consigo analisar pelas suas expressões se ela percebeu que eu comprei um vestido igual ao que ela usou no ensino médio ou se eu ainda se lembrava daquela noite.

— Você estava me apressando sair do banheiro e agora nem está pronta? Parece uma grande piada. — Falo vestindo um sapato e passando perfume estando completamente pronto.

— Mulher demora muito para se arrumar — ela passa batom — Você saberia se ao menos convivesse com alguma.

— Eu convivo com você ué. Dizendo isso está me provando ainda mais que você não é mulher.

— Sim, eu sou o Batman. — Ela se estressa e eu rio da sua reação exagerada, eu amo esse seu jeito infantil.

— Vou ir chamar Gracie. Se meu humor estiver bom vou te esperar antes de descer. — Aceno saindo do apartamento.

Bato no apartamento da Vovó que é ao lado. Bato três vezes até que ela aparece deslumbrante exalando perfume de alfazema clássico digno da saída para um chá da tarde da terceira idade.

— Eu estava morrendo de tédio e de fome esperando vocês! — Diz ela dramática como sempre. Sem que ela me interrompa invado o apartamento e não há muita diferença entre os dois, caberiam 2 pessoas facilmente aqui também pela cama de casal.

Olhando pelas suas coisas vejo algumas roupas e em cima da cômoda dois remédios para pressão e duas vitaminas, provavelmente foram as que os seus filhos deram. Vejo elas e identifico que uma é para dormir e para o colágeno, tenho certeza que não funciona, e a outra para energia e ossos, olho para embalagem e ela é de gengibre antes que consiga ver os minerais que a vitamina tem Gracie me manda parar de xeretar as suas coisas.

Nada a PerderOnde histórias criam vida. Descubra agora