Tom Riddle

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A lua estava baixa no céu, lançando um leve brilho prateado sobre o quarto enquanto S/N se mexia sob as cobertas

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A lua estava baixa no céu, lançando um leve brilho prateado sobre o quarto enquanto S/N se mexia sob as cobertas. Fazia semanas desde que ela e Tom Riddle terminaram o noivado, mas a dor em seu peito parecia tão fresca quanto o dia em que ela se afastou dele. Tinha sido para melhor, ela se lembrou, embora as memórias do tempo que passaram juntos a assombrassem como um espectro do qual ela não conseguia se livrar.

Esta noite não foi diferente. S/N acordou, seu coração batendo forte no peito enquanto o cheiro familiar da colônia de Tom enchia o ar. Sua respiração ficou presa na garganta, uma mistura de desejo e confusão crescendo dentro dela. Era sutil — as notas escuras e almiscaradas que ela passou a associar a ele — mas inconfundível. Ela enterrou o rosto no travesseiro, fechando os olhos com força. Você está imaginando. Você sente falta dele, só isso.

Mas não era só o cheiro. Todas as noites desde o término, S/N acordava se sentindo... diferente.  Começou com a maneira como seus travesseiros estavam dispostos, às vezes até um leve roçar em sua pele, como se alguém estivesse por perto. Ela culpou seus pensamentos inquietos, descartando-os como se sua mente estivesse pregando peças nela. Mas uma pequena parte dela — a parte que conhecia Tom melhor do que ninguém — começou a suspeitar do contrário.

Ela se lembrava dos dias de escola, quando Tom entrava furtivamente em seu dormitório sob o pretexto de que precisava estudar. Ele se sentava ao lado da cama dela, sua pena arranhando enquanto ela adormecia. Tom era insone, mas uma vez disse a ela que estar perto dela o ajudava a descansar, sabendo que ela estava sã e salva. A lembrança de sua confissão suave fez seu peito apertar. Ele sempre foi obsessivo, possessivo até, mas havia um estranho conforto em saber que ele a observava tão de perto. Ainda assim, isso foi anos atrás. Ele não poderia estar...

As noites se estenderam. E a cada noite que passava, a sensação de estar sendo observada ficava mais forte. Ela acordava com a sensação do olhar de alguém persistindo nela, embora o quarto estivesse vazio quando ela abrisse os olhos. Tom tinha ido embora, não tinha?

Uma noite, ela acordou e se viu segurando um travesseiro no peito, seu corpo enrolado em volta dele como se fosse ele.  O cheiro da colônia dele estava mais forte dessa vez, grudando no tecido como uma segunda pele. S/N sentou-se, olhando para o travesseiro em seus braços. Ela não se lembrava de tê-lo movido. Franzindo a testa, ela o colocou de lado, o coração martelando com uma percepção perturbadora.

Naquela noite, ela não conseguia se livrar da sensação. Tom estava perto. Talvez até perto demais.

Na noite seguinte, seus sonhos ficaram sombrios. Ela estava presa, correndo por corredores sem fim com sombras a perseguindo, dedos frios tentando alcançá-la. Em seu sono, ela gritou, sua voz áspera e desesperada. "Tom..."

Houve um calor repentino, uma presença da qual ela sentia tanta falta que seu corpo relaxou. Lábios macios roçaram sua testa. Seu toque era tão familiar, tão dolorosamente terno. "Eu sempre protegerei você", a voz de Tom murmurou, baixa e suave enquanto ele sussurrava um encantamento, aliviando seus pesadelos em algo mais suave, mais pacífico.

Mas S/N se mexeu, sua testa franzindo mesmo dormindo. Ela sentiu o beijo. Aquilo não era um sonho.

Na manhã seguinte, S/N acordou com uma nova resolução. Seu cabelo, geralmente uma bagunça quando ela dormia, estava cuidadosamente trançado em suas costas. Ela tocou a trança com dedos trêmulos, sua mente acelerada. Ela não tinha trançado ela mesma.  Não havia como negar agora. Ele ainda estava aqui. Tom nunca tinha realmente partido.

Naquela noite, ela colocou um plano em ação. S/N fingiu dormir, sua respiração lenta e medida, embora seu coração disparasse abaixo da superfície. Ela esperou, ouvindo o som mais fraco, a mudança familiar no ar que sinalizava sua chegada.

O momento chegou. O quarto ficou mais frio, e ela sentiu o peso de sua presença mais uma vez. S/N lutou para manter seu corpo imóvel enquanto soltava um gemido suave e deliberado, se debatendo apenas o suficiente para despertar sua preocupação. "Tom..." ela sussurrou em seu sono, um chamado desesperado, sua voz tremendo apenas o suficiente para quebrá-lo.

Na escuridão, Tom não conseguiu resistir. Ele se aproximou, descartando o travesseiro que ele deixava em seus braços todas as noites. Em vez disso, ele a puxou para seu abraço, suas mãos gentis, mas possessivas enquanto a segurava com força. "Você está bem", ele sussurrou, afastando mechas de cabelo do rosto dela. "Eu cuido de você." Sua voz era mais suave do que ela se lembrava, vulnerável de uma forma que puxava os cantos de seu coração.

Mas S/N não ficou parada dessa vez. Lentamente, ela abriu os olhos, fixando seu olhar no dele. Tom congelou, seus olhos escuros se arregalando por um breve momento antes de um sorriso lento e conhecedor surgir em seus lábios.

"Você estava acordado esse tempo todo", ele disse, sua voz cheia de diversão.

Ela assentiu, seu coração disparado enquanto olhava para ele. Ele não se afastou; se alguma coisa, seus braços se apertaram ao redor dela.

"Olá, meu amor", Tom sussurrou, pressionando um beijo em sua testa mais uma vez, como se para selar o momento. "Você está tão inteligente como sempre."

S/N só conseguia encará-lo, sua mente girando com perguntas e a dolorosa percepção de que, apesar de tudo, ela nunca o havia realmente deixado ir. Ele também não a havia deixado ir. Nem por uma única noite.

Eu estou no cio e não tem ninguém pra me fude Onde histórias criam vida. Descubra agora