O destino colocou os irmãos Hanson na vida de Danna, só que ela não fazia ideia dos rumos que sua vida tomaria.
A jovem produtora musical precisaria conhecer sua verdadeira força para escrever e reescrever as páginas de sua jornada que é repleta de...
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No dia da apresentação...
Danna apertava os dedos, estalando sucessivas vezes andando de um lado para o outro enquanto suas colegas de turma se apresentavam. Seu salto batia no chão e o vestido branco rodava em torno do seu corpo. Ela estava tentando administrar suas emoções e não esquecer de controlar a respiração, de não deixar a mente gritar, de checar se a garganta está aquecida, de ver se a peruca está presa, se o dente não está borrado de batom vermelho intenso, de não passar a mão no rosto para não tirar a pinta, de tirar o foco do barulho do público lá fora. Um barulho assustador, muito barulho, parece estar lotado.
Quanto mais ela pensava que tinha muita gente, mais ela ficava agitada.
– Eu não posso fazer isso. Eu não posso estragar tudo – Ela falou segurando a barra da saia com força para se manter em pé.
Tinha que haver alguma coisa que a fizesse melhorar. Se pelo menos o pai dela estivesse lá para ela ter os olhos de alguém que a ama para focar, mas não havia ninguém. Nenhum dos irmãos pôde vir, os Hanson estavam viajando novamente.
"Covardes não crescem na vida" – Como eu consigo ser amiga de uma pessoa tão insensível? – Danna se perguntou – O Zac estava errado. Primeiro, porque muito covarde cresce, sim, na vida. Segundo, porque eu não sou covarde. Só porque ele nunca teve fobia de palco, não quer dizer que ninguém tenha que ter. – Danna pensou sentando.
"Aí você vai ser uma genuína artista pop" – Outra inverdade! – Agora ela estava irritada – Só uma minoria de artistas pop fazem dublagens.
– E mais, sei que tenho plena capacidade de cantar. – Ele vai engolir a língua! – Danna pensou alto.
A súbita irritação tirou o foco do medo e Danna remexeu em uma bolsa preta, pegou o CD extra que continha sua apresentação sem a voz para que ela cantasse ao vivo.
Marilyn, altiva, com o vestido branco esvoaçante, que deixava os ombros e costas aparentes, cruzou o corredor em busca do rapaz da sonoplastia.
– Quero trocar minha trilha. Coloque essa, por favor. – Ela pediu apressada ao colega e nem deu chance dele responder.
Danna virou-se para se posicionar para entrar no palco e percebeu que o tremor do corpo havia desaparecido. Só agora ela conseguiu prestar atenção nas apresentações.
Sua colega, vestida de Aretha Franklin, terminou a sua apresentação. Infelizmente a aluna não tinha um vocal fenomenal como o da cantora original, mas ela teve coragem de mostrar a sua própria voz.
Coragem...
As mãos da Danna voltaram a tremer encerrando a trégua momentânea que a crise de ansiedade lhe deu. Ela encarou seu professor com pânico no olhar, enquanto sua colega vinha em sua direção muito feliz lhe oferecendo um abraço sorridente.
