Capítulo Quarenta e Sete

203 67 21
                                    

Pov: Maraisa

Marília acabou de parar o carro na garagem de casa.

Marília: Eu entro primeiro para controlar o Pantera, senão ele abre os pontos dele e os seus.

Ela vai abrir a porta do carro mas eu seguro a mão dela impedindo. Marília agiu de forma estranha a semana toda.

Marília: Que foi? - Ela me encara com o cenho franzido.

Maraisa: Já disse que não estou nenhum pouco chateada, ele ia me achar de qualquer jeito.

Marília me contou como o Wendell me achou, ela tá remoendo isso a semana toda, mesmo eu dizendo milhares de vezes que a culpa não foi dela.

Marília: Mas eu facilitei o processo - Entrelaço os dedos

Maraisa: Inconscientemente, sei que você nunca teria feito algo assim de propósito - Ela me encara

Eu passei dois anos apanhando pra caralho, então é meio estranho eu ter tanta confiança em uma mulher que eu conheço a menos de 5 meses.

Mas eu acredito que a Marília NUNCA me machucaria.

Maraisa: Já passou, vamos seguir em frente.

Marília: Certo - Ela se inclina e me beija

O choro do cachorro pode ser ouvido daqui, eu quero tanto ver ele.

Marília: Vou na frente, espera cinco minutos e vai - Ela beija minha testa

Marília sai do carro, e eu espero os cinco minutos antes de sair do automóvel e ir na direção da porta.

Assim que entro na casa vejo a Marília segurando o Pantera pela guia, o cachorro começa a abanar o rabo freneticamente.

Marília: Lembra garoto, a gente tem que tomar cuidado com ela

Me sento no sofá e a Marília deixa o cachorro vir até mim, mas continua controlando ele pela Guia.

Maraisa: Oi amor - Ele começa a me cheirar e logo depois me lamber, ele não pula e não se apoia em mim - Tava com saudades - Faço carinho na cabeça dele - Você me assustou muito garoto - Ele deita a cabeça na minha coxa

Marília senta do meu lado

Maraisa: Quanto tempo ele vai ficar de repouso?

Marília: Pantera vai se aposentar - Encaro ela - Outros cachorros podem fazer o trabalho dele

Maraisa: Por causa do tiro? Deixou sequelas?

Marília: Não, ele vai ficar bem, mas quero que ele fique em casa com você

Maraisa: Marília...

Marília: Eu vou trabalhar muito mais tranquila, se eu souber que você está bem protegida. E eu não tenho dúvidas que ele vai te manter totalmente segura.

Deito minha cabeça no ombro dela.

Maraisa: Obrigada por cuidar de mim - Sussurro

Marília: No fundo é você que cuida da gente - Ela estica a mão fazendo carinho no Pan.

Esse simples momento faz o meu coração palpitar de um jeito bom, eu adoro esses momentos, me deixa tão feliz.

🍂

Ruth: Sinto muito por tudo que você passou querida

A mãe da Marília apareceu no final da tarde, foi logo xingando ela e depois começou a conversar.

Ela tá fazendo o jantar, Marília mal deixou eu levantar.

Ruth: Fico feliz que tenha achado segurança nessa casa e na minha filha.

Maraisa: Marília sem dúvidas é a melhor pessoa que eu já conheci, ela tem me dado muito apoio.

Ruth: Minha menina é incrível - Ela sorri de forma orgulhosa - E fico feliz que ela tenha encontrado alguém tão incrível quanto você para dividir a vida

Maraisa: Temos uma amizade incrível, mas só isso.

Ruth: Não insulte minha inteligência querida - Ela põe a travessa na mesa - Cinco minutos no mesmo ambiente que vocês e já percebi o clima.

Não vou discutir sobre isso.

Marília logo aparece na cozinha, ela beija a minha testa e depois a da mãe dela. E ainda diz que não é carinhosa, olha o jeito que ela trata a mãe, talvez ela seja a exceção a regra.

Ruth: Tudo bem se eu passar o fim de semana aqui?

Marília: Claro, o quarto de visita é todo seu - A mais velha me encara com um sorrisinho

Ruth: Ótimo, quero conhecer melhor a Maraisa agora que ela vai fazer parte da sua vida... bom, já faz

Marília: Não se ilude não, dona Ruth - Ela encara a mãe - No fundo ela só ficou por causa do Pantera.

Ruth: Garota, eu tô aqui a quatro horas e já percebi que você tá atrapalhando o romance dela com o Pantera

Marília: Ele não é egoísta, ele divide comigo de boa

Ruth: Nenhuma criança gosta de dividir a mãe.

🍂

A gente já deitou pra dormir, mas tá estranho. A gente geralmente dorme de conchinha ou eu deito no peito dela. Só que as costelas quebradas me impedem de fazer isso, tenho que ficar de barriga para cima.

Marília deita de lado bem perto de mim, pego a mão dela e ponho por cima da minha barriga, se ela não apertar vai ficar tudo bem.

Marília: Foi estranho dormir sem você na cama - Ela faz carinho na minha cintura

Maraisa: Você deve estar toda dolorida por conta da poltrona

Marília: Logo passa.

Fecho os olhos aproveitando o carinho na cintura

Marília: Maraisa?

Maraisa: Hmm?

Marília: Fico feliz por você ter voltado - Ela beija meu ombro

Maraisa: Wendell disse que me mataria se descobrisse que eu tinha transado com você - Começo a minha confissão - Em outra ocasião eu teria admitido só pra ele atirar em mim e acabar com tudo aquilo.

Marília: Em outra ocasião?

Maraisa: Eu não queria morrer, fiquei com medo de nunca mais ver vocês. Você e o Pan fazem eu querer estar viva e aproveitar cada momento.

Marília respira fundo contra o meu pescoço

Marília: Merda Maraisa...

Eu disse algo errado?

Além do Tráfico - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora