Capítulo Trinta e Oito

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Pov: Maraisa

Wendell é a pior coisa que já me aconteceu.

Terror: Se eu descobrir que você deixou ela te tocar eu te mato. - Ele aponta o dedo na minha cara - Tô avisando porra.

Fico tentada em falar a verdade, claramente tomar um tiro é melhor do que passar por todo aquele inferno.

Passei dois anos querendo morrer, não me importava em estar viva, até tentei me matar.

Mas agora eu não quero morrer, Marília e o Pan me fizeram tão feliz que eu só queria poder voltar para eles.

Maraisa: Como você me achou?

Terror: Você sabia que uma hora ou outra eu ia te achar.

Maraisa: Sabia.

Eu sempre soube, se ele não estiver preso não vai me deixar em paz.

Terror: Tenho que sair, vou tomar um banho antes

Maraisa: Ok

Terror: Você vem comigo - O meu estômago se revira e minhas mãos começam a suar.

Maraisa: Wendell, por favor não

Terror: Você sabe o que acontece se eu pedir duas vezes.

Ele me puxa pelo braço fazendo com que eu fique em pé, o meu corpo vai ficando cada vez mais tenso, quando mais perto da porta do banheiro eu fico.

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Pov: Marília

Cristiano: Como sabem que ele não subiu a rocinha?

Marília: Ele não sobe desde que pegamos a Maraisa, tem gente de olho

Cristiano: Mas agora ele tem a Maraisa, por que não voltar pro império dele? Ele recuperou a única coisa que mantinha ele preso no asfalto.

Marília: Não. Ele vai vir atrás de mim primeiro.

Cristiano: Você real acredita nisso?

Marília: Muito. Tenho certeza.

Eu sei que ele não vai deixar passar o fato de eu ter tirado Maraisa da casa dele e levado pra minha.

Isso se ele não descobrir que a Maraisa era muito mais do que uma simples hóspede. Tenho medo do que pode acontecer com ela, se ele cismar com isso.

Cristiano: Ok. A Maraisa não te contou nada sobre as casas que ele tem por aqui? Ou algo que a gente possa usar de base?

Marília: Ele tratava ela como um animal, era raro tirar ela do morro e quando tirava era pra ir para hospitais, para cuidar das surras que ele dava nela

Cristiano: Você confia nela? - Arrumo a postura - Eu confio no seu trabalho Mendonça, preciso que você que me diga se confia nela ou só tá apaixonado pela garota, não posso por minha equipe em risco.

Marília: Os dois - É estranho admitir isso.

Cristiano: Você sabe que não é o correto deixar o agente cuidar de um caso que envolve a família, né?

Marília: Maraisa não é minha família. Não temos nenhuma ligação de sangue e nada que prove que eu estou me envolvendo com ela. Não vejo problemas em eu ficar no caso.

Cristiano: Tem eu, você acabou de admitir bem aqui na minha frente.

Marília: Você quer o Terror preso e sabe que eu sou sua melhor chance. Sou a pessoa mais empenhada em encontrar ele.

Bom... tem o pantera...

Cristiano: Você abusa demais da sorte, Mendonça

Marília: Sorte? Aí você exagerou.

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Marília: Olha cara - Faço carinho na cabeça do Pantera - Eu sei que você sente falta dela, e eu também, mas você precisa comer Pantera

Faz dois dias que esse cachorro não come nada.

Marília: Preciso de você saudável e forte para quando a gente for buscar ela . Você precisa me ajudar e se você aparecer doente Maraisa vai me bater.

Me agacho sentando do lado dele.

Marília: Tem sido bem estranho, entendo você cara.

Espero que ele não tenha tocado nela

Maraisa não merece passar por toda essa merda, ela é do tipo de pessoa que monta lancheira para uma marmanja de 27 anos, o tipo que dança cozinhando quando acha que não tem ninguém vendo, do tipo que faz de tudo pra te ver feliz...

Não entra na minha cabeça que alguém tem coragem de machucar ela.

Marília: Que ódio se a gente não tivesse saído, ela ainda estaria aqui. Mas ela queria tanto fazer aquela pizza, eu tinha que ir comprar o que ela precisava.

Talvez, mas só talvez eu não consiga dizer um "não" pra ela.

Marília: A gente vai trazer a nossa garota pra casa, juro.

Tomo um banho e me jogo na cama, o cheiro do shampoo da Maraisa tá impregnado no travesseiro.
Todo canto da casa tem algo que me lembre ela, e isso não tá facilitando as coisas pra mim.

Pego o celular e entro na galeria.

Marília: Conta pra mim pantera - Encaro as fotos - Como é ser o preferido?

Meio óbvio que ele é o preferido, né?

Marília: Vou aproveitar que tá só a gente e você não sabe falar pra admitir, acho que tenho um pouco de ciúmes de você.

O cachorro me encara, ele deitou no cantinho dele e deixou o lugar da Maraisa vazio.

Marília: Ela tá sempre te beijado, te chamando de amor, fazendo carinho, dormindo abraçadinha com você.

É eu sei, é humilhante, mas não dá pra controlar.

Não quero parecer uma louca ciumenta, longe disso, pelo amor de Deus. Mas as vezes sinto uma sensação estranha quando vejo ela dando atenção, principalmente para o Henrique

Porra, é óbvio que ele tá afim dela, e isso obviamente me incomoda.

Péssimo momento pra minha ficha cair por completo.

Mas ela vai voltar, juro que vou tirar ela das mãos daquele maníaco. Não importa o que eu tenha que fazer, ela vai voltar pra casa.

Vai voltar pra casa dela, o lugar de onde ela não devia ter saído.

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Além do Tráfico - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora