Capítulo Dezessete

454 76 56
                                    


Pov: Maraisa

Eu não consigo me mexer.

Eu tô sendo barrada dos dois lados, um sanduíche de Maraisa.

De um lado tem um pastor alemão enorme todo esticado, e do outro tem uma mulher com mais de 1,70 que tá me imobilizando com o braço em volta da minha cintura.

Maraisa: Marília - Chamo baixinho - Você precisa me soltar

Sou ignorada, mas sei que ela escutou porque ela bufou contra o meu pescoço.

Maraisa: Preciso fazer o café...

Marília: Eu como fora, fica quietinha aí

Suspiro derrotada e permaneço deitada, quando ela levantar pra se arrumar eu passo o café.

Ela ficou se remexendo na cama boa parte da madrugada, daí ela simplesmente colocou o braço sobre a minha cintura. Acho que é um jeito de saber que eu tô aqui, que não fui pega.

Encaro o braço tatuado que me mantém fixa no lugar. Nunca pensei que ia ficar tão confortável por estar em uma cama com uma mulher tocando meu corpo.

Minha mente ainda tá rodando por conta da noite de ontem, eu tava tão mais leve sem ter contato com o Wendell. 

Quando abri o áudio entrei em desespero, chorei tanto. Fiquei encarando a porta esperando ele me pegar e me levar embora, senti um alívio enorme quando a Marília apareceu na porta.

Fico na cama por mais meia hora até o celular dela despertar.

Marília: Que merda - Ela choraminga se virando de barriga pra cima.

Eu ainda não posso me mexer já que ela e o Pantera continuam fazendo sanduíche da minha pessoa

Ela se senta se encostando na cabeceira da cama, viro o rosto pra encarar ela.

Marília tá com o rosto todo amassado e o cabelo todo bagunçado.

Observo ela se por de pé e se espreguiçar

Maraisa: Bom dia - Digo meio sem jeito

Marília: Bom dia - Ela resmunga indo pro banheiro.

Me ponho de pé e vou pro banheiro do corredor, faço xixi, escovo meus dentes rapidinho e vou fazer o café da manhã

Pantera como sempre já tá no meu pé, ponho ração pra ele e continuo fazendo o café.

Marília logo vem pra cozinha já usando a farda.

Faço um sanduíche e ponho no pote que a Marília leva pro trabalho, pego a garrafinha térmica e ponho o café também.

Marília: Eu venho no horário do almoço, vou trazer um chip novo pra você.

Maraisa: Ok.

Marília: Você entende que não vai poder mandar mensagem nem pro Henrique nem pra Mohana né? Não até sabermos a fonte do vazamento

Maraisa: Eu entendo. Você acha que um dos dois...

Marília: Não, acho que não. Não faz sentido, nenhum deles ia ganha nada entregando você.

Maraisa: Eu disse que o Wendell não para até conseguir o quer

Marília: E eu disse que ele não vai conseguir você - Ela me encara

Marília toma o café dela e vai pro quarto escovar os dentes

Além do Tráfico - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora