Capítulo Vinte e Três

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Pov: Juliano

Que quinta-feira do caralho

Hugo: É o meu trabalho

Marília: Perguntar pra ela - Ela diz puta - Se o estuprador dela levava ela para passeios românticos?

Hmm, pesado

Hugo: Eu tinha uma linha de raciocínio.

Marília: Uma linha de raciocínio?

Isso não vai terminar bem

Hugo: Ela admitiu que é a pessoa com quem ele mais se importa, em alguns momentos ele deve ter sentindo aquele peso na consciência e resolveu bancar o bom moço. Levou ela pra algum lugar, casa... boate... qualquer lugar

Marília: "Maraisa, Wendell levou você em algum lugar no asfalto que você se lembre? Pode ser um imóvel próprio ou qualquer outro lugar" - Ela diz irritada - Viu como é fácil perguntar sem causar um monte de gatilhos na garota

Hugo: Cada um tem o seu trabalho aqui dentro, o de interrogar é meu.

Por que eu não nasci um herdeiro mimado?

Hugo: Henrique o que você acha disso?

Henrique: Eu? Bom vou dar minha sincera opinião...

Hugo: Vá em frente

Henrique: Minha opinião profissional é que os dois estão errados. Hugo esqueceu a consideração pela vítima, foram dois anos naquele inferno, insinuar momentos românticos com o abusador dela foi extremamente desnecessário. Marília, ela não tem que se meter no interrogatório, tudo bem chamar atenção do Hugo depois mas não pode tirar a autoridade dele assim.

Juliano: E a opinião pessoal?

Henrique: Quero que os dois se fodam e a Maraisa fique bem

Hugo: Huff? O que você acha?

Huff: Bom, sei que tem o risco da garota estar escondendo informações. Mas não eu não posso afirmar nada, passei uns 20 minutos com ela no máximo...

Hugo: Juliano?

Juliano: Acho isso perda de tempo, vocês batendo boca enquanto o Wendell tá por aí livre.

🍂

Juliano: Você sabe que eu te apoio pra caralho. Mas aqui dentro você não pode surtar

Marília me encara

Juliano: Foi desnecessário? Obviamente foi, mas você não pode perder o controle, não pode deixar verem como ela te afeta.

É só eles perceberem que a Marília tá preocupada demais com a Maraisa que a casa cai.

A gente não pode esquecer que temos um rato na nossa equipe.

Marília: Eu sei, mas porra... - Ela passa a mão pelo rosto

Henrique: Quero ver ela - Marília não diz nada e continua me encarando - Ela é minha amiga eu quero falar com ela e ver como ela tá.

Marília: Não vou te dar o número dela

Henrique: Me dá o seu celular, vou sentar aqui na sua sala. Assim você não tem que me acusar de nada

Marília: Nunca te acusei de nada Henrique, você que se incomodou á toa.

Um cachorro insuportável, o Henrique e a Marília. A garota fez uma estrago daqueles em apenas um mês.

Juliano: Foda-se se vocês estão brigando, na minha casa no domingo. Mohana disse pra ninguém faltar.

A palavra da Mohana é lei.

🍂

Pov: Maraisa

Maraisa: Você é pesado amor...

Pantera ignora e continua deitado em cima de mim.

Marília tranca a porta entrando com o lanche

Marília: Sério que você tá chamando o cachorro de amor?

Maraisa: Me deixa, ele tá tristinho hoje

Marília: Ele é dramático - Ela vai para cozinha

Maraisa: Não dá bola meu bebê - Faço carinho nele - Ela não sabe o que diz

Marília: Larga ele e vem comer.

Me levanto e vou pra cozinha, Marília já pôs o hambúrguer no prato.

Lavo a mão e me sento pra comer

Marília: Você conversou por um bom tempo com o Henrique - Me sento pra comer

Maraisa: É, ele nunca deixa o assunto morrer - Pego uma batatinha

Gosto do Henrique, ele é engraçado, é carinhoso ...

Marília: Hmm - Ela morde o hambúrguer

Não gosto de quando ela me responde com "hmm", eu não sei o que ela quer dizer e isso me deixa confusa.

Maraisa: Ele me conta da vida de todo mundo, é muito fofoqueiro

Eu sei da vida de pessoas que eu nunca vi.

Marília: Ele costuma falar demais

Maraisa: Não fala assim dele, é um dos seus amigos

Marília: Maraisa, a protetora dos menos desprovidos

Maraisa: Você é uma péssima pessoa - Dou um sorriso

Marília: Nem todos podem chegar aos pés do Henrique

Ok.

🍂

Entro no quarto da Marília sendo seguida pelo meu fiel escudeiro

Maraisa: Aí meu Deus - Arregalo os olhos vendo a Marília sair do banheiro só de toalha - Foi mal, eu devia ter batido da porta.

Ela me encara e seca um pouco do cabelo com a toalha.

Marília: Tudo bem, não me incomoda - Ela vira as costas e vai pro closet.

Pantera sobe na poltrona do quarto

Suspiro e deito do lado de sempre da cama, não demora pra ela voltar com uma calça de moletom e um top no corpo.

Marília apagou a luz geral do quarto deixando só um abajur ligado, sinto a a cama afundar quando ela deita.

Deito de frente pra ela, Marília fica me encarando e então estende o braço pra eu deitar com ela. Me aproximo deitando meu corpo colado na dela.

O polegar dela desliza pelo meu corpo me fazendo sentir uma sensação gostosa, nunca recebi esse tipo de carinho.

Sinto um beijo no meu maxilar e viro o rosto encarando a Marília, ela deixa um selinho nos meus lábios.

Me viro um pouquinho só pra ela poder aprofundar o beijo, o braço dela me puxa pra mais perto do corpo dela como se isso fosse possível.

Ela encerra o beijo e deixa um beijinho na minha testa.

Marília: boa noite, Mara - Passo a minha perna por cima da dela

Maraisa: Boa noite, Marília - Ela desliga o abajur.

Não sei de onde eu tirei coragem mas fiquei desenhando círculos no abdômen dela até cair no sono.

Além do Tráfico - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora