Just

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Pra dizer pra vocês: esse capítulo está enorme!! Enfim, acho que tem muita coisa aqui que meio, não sei, pode causar gatilho em algum de vocês. Lá embaixo eu falo mais com vocês porque é um aviso importante :)))

Boa leitura, lembrem-se de favoritar e comentar muito pra me dar um incentivo!! Amo vocês <3

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Há um mês

Maio

05:40 PM

Arthur passava a mão pelo rosto, sentindo o cansaço pesar sobre ele, como uma âncora que o mantinha preso naquela vida que parecia não ter saída. Ele ajustava o cinto e se preparava para mais um turno no banco, um emprego que ele nunca imaginou que teria. Não era apenas o trabalho físico que o exauria, mas a sensação constante de estar encurralado, sem perspectivas. Estava preso ali, trabalhando sete dias por semana, sem folga, como se fosse a única opção que lhe restara.

Enquanto colocava sua roupa normal para deixar o banco, ouviu passos e vozes conhecidas, era Patrício, ou Pato, como gostava que lhe chamassem. O rapaz mexicano parou na porta da sala dos funcionários e sorriu.

— Tem um cara querendo te ver, ele parece todo acabado... mas é o Francês.

— Ai, de novo! O que ele quer me dizer agora?

— Melhor ir falar com ele, nossa, se você visse o jeito que ele tá...

— Ok, eu vou ir, só vou terminar de arrumar minhas coisas.

Arthur terminou de colocar sua camiseta e casaco, saiu da sala dos funcionários e foi para o lado de fora. Assim que cruzou as porás grandes de vidro blindado viu um homem arcado ao lado de um poste de luz, ele usava uma jaqueta de couro e tinha um cigarro em seus lábios, a barba estava grande, diferente do outro Pierre que Arthur conhecera.

— Gasly? O que está fazendo aqui? — perguntou colocando sua bolsa no seu ombro.

— Precisamos conversar sobre seu irmão... — soou desesperado.

— O que ele fez? Vocês não estavam separados?

— Deixa eu te explicar... por favor, aceite jantar comigo.

— Você, desse jeito? Você parece um mendigo, desculpa — foi sincero.

— Eu sei, mas é tudo culpa do seu irmão... eu vou explicar o motivo, mas precisa vir comigo.

— Ok...

Eles caminharam lado a lado, sorrindo um para o outro em alguns momentos, quase como se Pierre quisesse alguma coisa além de uma conversa, exatamente como fizera há doze anos com Charles. Mas ali, naquele momento, o francês tinha apenas um objetivo.

06:10 PM

O restaurante era aconchegante, mas Arthur não conseguia se sentir à vontade. Enquanto Pierre falava, ele bebia pequenos goles de cerveja, como se aquilo fosse aliviar a tensão. Pierre se inclinava para frente, a expressão séria, enquanto começava a tecer sua narrativa.

— Eu e Charles... — começou Pierre, com um tom quase melancólico. — Eu fiz tudo por ele, Arthur. Ajudei em cada passo da carreira dele, estive ao lado dele nos piores momentos. E como ele me pagou? Com traições. Mentiras.

Arthur piscou, confuso. — Do que você tá falando?

Pierre tirou o celular do bolso, deslizando algumas mensagens na tela. Ele empurrou o aparelho para Arthur, que olhou para as conversas exibidas. Eram mensagens antigas, nunca respondidas por Charles. Palavras secas, frias, como se seu irmão tivesse se distanciado sem motivo.

Brooklyn Baby - LestappenOnde histórias criam vida. Descubra agora