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05:00 AM
O dia estava quase amanhecendo, Max, que tinha literalmente acabado de fechar o bar, voltava a pé para casa. Seu corpo inteiro doía pelo trabalho intenso daquela madrugada, ele sempre achava um pouco exagerado o fato do Wise ser o único bar que fecha cinco horas da manhã em uma quinta-feira, era o único dia que ficavam até mais tarde.
Seus passos arrastados o levavam até sua casa, ele via jovens e adultos indo para seus empregos enquanto ele saía do seu. Esse contraste o desgastava cada vez mais, mas era um emprego em que ele ganhava minimamente melhor do que o antigo, fora a comodidade que seus amigos lhe davam durante o expediente, nem todos os empregos são assim.
Verstappen entrou pela porta do seu prédio e caminhou até as escadas, subiu vários lances e finalmente chegou no seu andar. Ele estava morto de cansaço, praticamente só o pó da capa da gaita, porque gaita não tinha fazia tempo. Foi até o quarto do seu pai e abriu a porta, viu o homem dormindo tranquilamente em sua cama e então suspirou aliviado.
O loiro nem se deu o trabalho de tomar banho, apenas se jogou na cama e desmaiou de sono. Eram dias tenebrosos, cada vez mais difíceis, não apenas por ter que trabalhar tanto, mas porque era uma constante luta com seu pai. Todo dia indo ao hospital ouvir o médico que o quadro de Jos ainda não apresentava melhora. Eram dias inteiros dedicados a recuperação do câncer que Max esquecia de ser ele mesmo, sempre focado naquilo e nunca em outra coisa.
Mas, por algum motivo, Max estava preso novamente em um sonho. Há uma semana Max tinha um sonho recorrente, sonhava com isso todos os dias e acreditava que não era um sinal, apenas uma forma do seu cérebro dizer que ele estava pensando demais.
*
Max caminhava descalço por um mar de girassóis, seus pés sentiam a terra molhada e se afundavam na fofura dela, deixando que a terra fresca abraçasse completamente sua pele. Os girassóis amarelos refletiam uma felicidade que tinha tempo que não via.
Suas mãos nadavam sobre o mar de flores, sentindo as pétalas leves acariciando cada centímetro de pele. O vento fresco batia no seu rosto conforme corria e pulava, seu cabelo estava completamente bagunçado e a única coisa que ele era capaz de fazer era rir.
O loiro se jogou no chão, sentindo a risada histérica passar com calma. Enquanto se acalmava aos poucos, Max começou a sentir uma escuridão dominar sua visão, quase como se a noite estivesse caindo tão rápida quanto o dia. Então se levantou tirando os pedaços de terra do corpo, olhou para frente e percebeu que não conseguia ver muito.
Apenas uma casa.
Max não entendia o motivo daquela casa estar ali, era um campo de girassóis e agora só a restava lá. Caminhou entre o matagal alto que batia na sua cintura, quando finalmente chegou a casa, seu peito apertou.
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Brooklyn Baby - Lestappen
RomantizmNavegar pelos bares de Nova Iorque nunca foi uma tarefa simples para Charles Leclerc. A cada noite, ele enfrentava novas plateias, conhecia pessoas diferentes e vivia reações tão diversas quanto as próprias personalidades dos frequentadores. Em meio...