DUSKWOOD- unrecognizable

Capítulo 10

Dois dias depois, Alexia chegou a Duskwood e estacionou seu carro na entrada da delegacia da cidade.

A delegacia era uma construção modesta, típica de uma cidade interiorana, com uma escada de quatro degraus que levava à entrada. As paredes externas eram pintadas de branco, com detalhes azuis que identificavam a função do local.

Alexia entrou na delegacia e foi direto à recepção. Antes de falar com a recepcionista, ela ouviu uma voz familiar:

—  Senhorita, fico feliz que você tenha vindo. - Era o delegado Alan, que estava se aproximando para cumprimentá-la.

Alexia pôde ver o delegado pela primeira vez durante o dia, pois ela só o conhecia daquela noite tumultuada, quando ocorreu a explosão de mina e ela foi "presa".

O delegado Alan era um homem de aparência nobre, com olhos azuis penetrantes e cabelos castanhos claros bem cuidados. Seus lábios eram bem definidos e delineados, e suas sobrancelhas grossas na medida certa ajudavam a realçar seus traços faciais. O nariz empinado dava a ele um ar de autoridade.

Alan usava a roupa típica de um delegado de uma cidade esquisita do interior, com um uniforme de cor marrom claro e calça cinza. Na placa identificadora em seu uniforme, no lado direito do peito, estava o nome "Bloomgate" em letras brancas.

Alexia não podia negar que o delegado era muito bonito e charmoso. Ele arqueou seus lábios do lado esquerdo e sinalizou com a mão direita para que ela o seguisse até a sala dele. Alexia hesitou por um momento, mas finalmente concordou em ir com ele, lembrando-se do café prometido durante sua última conversa.

Alexia entrou na sala simples do delegado Alan, notando o armário marrom na parede e a mesa de metal com um computador, teclado e uma datilografia no canto direito da mesa dele. Alan puxou a cadeira para ela sentar e sentou-se diante dela, olhando nos olhos dela.

— Certo. - Começou Alan, ativando seu ditafone que retirou da gaveta da mesa. —  Primeiro, gostaria de novamente agradecer pela sua ajuda no caso da senhorita Donfort. Porém, dadas as circunstâncias do caso tão complexo, gostaria de saber como você se envolveu em tudo isso, senhorita.

Alexia franziu o cenho e respondeu:

— Ok, vou ser direta, delegado. Eu sou uma caçadora de recompensas, e trabalho em conjunto com a polícia, tanto do estado quanto do governo.

O delegado arregalou os olhos surpreso e disse:

— Como? - Alan não conseguia acreditar que uma jovem tão bela tenha tanto talento e até solucionou um caso de 10 anos que foi considerado insolúvel.

Alexia revirou os olhos e disse:

— Exatamente o que o senhor ouviu. Mas na verdade, o caso do hacker caiu nas minhas mãos. Não vim atrás dele, eu recebi uma mensagem do Senhor Miller, o namorado da 'vítima', dizendo que ela havia desaparecido e enviou meu número.

O delegado perguntou:

— Por que falou 'vítima' entre aspas?

Alexia revelou:

— Chego lá. Enfim, eu não tenho ideia do motivo dela ter enviado meu número. Então, o hacker entrou em contato oferecendo ajuda, e eu aceitei prontamente, porque sou muito boa no meu trabalho, mas não entendo tão bem de códigos e essas coisas.

O delegado assentiu e perguntou:

— Certo. Provavelmente foi o tal hacker. E por que não contatou a polícia local?