Capítulo 25

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Jake lutava contra seus próprios demônios, mas naquela noite, ele decidiu que era hora de se abrir. Após refletir, ele finalmente sentiu que precisava confessar a Alexia seu arrependimento por ter deixado o ódio dominar seus sentimentos.

Com o coração pesado, ele se dirigiu à cafeteria onde sabia que ela iria, para contar a Alessa, sobre seu plano e quem ele realmente era.

Assim que chegou, no entanto, a cena que encontrou foi devastadora. Policiais, uma ambulância e um carro do IML cercavam o local. O pânico tomou conta dele enquanto seu coração disparava.

A primeira imagem que lhe veio à mente foi a de Alexia. Ele correu em direção ao tumulto, mas logo foi barrado por um policial, que lhe disse para se afastar.

De pé, impotente e tomado pela ansiedade, Jake conseguiu ouvir a conversa de dois policiais próximos. As palavras deles eram como facas em seu peito.

Pobre garota, tão nova e morreu desse jeito. - Disse um deles com um tom de pesar.

O outro policial acrescentou:

Sim. Muito triste. Faz sentido a amiga dela estar em pânico e sofrendo. - A dor na voz deles parecia ecoar em sua mente.

Jake começou a ligar os pontos e uma sensação terrível começou a crescer dentro dele. Se Alexia estava em pânico, isso significava que algo muito grave havia acontecido com Alessa.

O desespero tomou conta dele ao perceber que sua própria raiva e desprezo por Alexia poderiam ter contribuído para isso. Ele havia ajudado Enzo a sair da prisão, cegando-se para o perigo que representava não só para ele, mas também para as pessoas ao seu redor.

A verdade bateu forte: ele sentiu como se tivesse condenado Alessa à morte por causa do seu ódio por Alexia. Ele não conseguia mais separar os sentimentos; tudo parecia entrelaçado em uma teia de culpa e arrependimento. Jake percebeu que o homem que ele achava ser apenas uma ameaça pessoal era muito mais perigoso do que ele jamais imaginara.

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Jake caiu em si: o amor e o ódio estavam tão próximos um do outro, e sua falta de ação tinha custado uma vida.

Ele sabia que precisava encontrar Alexia e explicar tudo isso, mas agora não sabia se ainda havia tempo ou se ela poderia perdoá-lo por suas escolhas fatais.

Jake caminhou lentamente, apoiando-se nas paredes, como se cada passo o levasse mais fundo em um abismo de culpa e arrependimento.

As memórias de suas ações passadas o assombravam, e ele se sentia um prisioneiro de sua própria mente. Ele lembrou do dia em que decidiu seduzir Alessa, manipulando-a para que revelasse informações sobre Alexia. Com um plano cruel em mente, ele a drogou, acreditando que poderia obter vantagens sobre a mulher que tanto o ferira.

Naquela noite fatídica, enquanto Alessa murmurava incoerências sob os efeitos da droga, Jake escutou suas palavras com um misto de desdém e curiosidade.

"Alexia tem um medo interminável do Enzo. Ele não é um humano. Ele é o próprio demônio. Capaz de tudo por ela."

As palavras de Alessa ecoavam na mente de Jake, como um aviso que ele ignorou completamente.

Se ele tivesse prestado atenção àquelas palavras, teria percebido que estava se envolvendo em algo muito maior e mais perigoso do que imaginava. Mas a cegueira provocada pelo seu ódio por Alexia o impediu de ver a realidade. A fraqueza dela se tornou uma oportunidade para Jake, uma chance de retaliar por tudo o que ele acreditava ter sofrido. Ele queria explorar essa vulnerabilidade, mas agora percebia que havia apenas cavado sua própria cova.

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