DUSKWOOD- unrecognizable

Capítulo 35

Após sair do hospital, Jake encontrou Lilly e Hannah na entrada, suas expressões carregadas de preocupação. Os olhos delas refletiam a ansiedade e o cuidado que sentiam por ele. Ele sabia que elas estavam ali para oferecer apoio, mas naquele momento, tudo o que Jake queria era um tempo para si mesmo.

Com um suspiro profundo, ele disse a elas:

—  Eu preciso de um tempo sozinho. Vocês podem voltar para Duskwood.

As duas trocaram olhares preocupados, mas respeitaram seu desejo. Com um aceno triste, Jake se despediu e se afastou do prédio, sentindo o peso da decisão em seus ombros.

O céu estava nublado, uma tela cinza que parecia acompanhar seu estado emocional, e o ar frio cortava sua pele como uma lembrança constante de sua solidão.

Jake caminhou em direção ao rio, seus passos lentos e pesados. Cada passo parecia uma reflexão sobre as escolhas que o levaram até ali.

Quando finalmente encontrou um banco isolado à beira da água, ele se sentou e deixou os ombros caírem, como se todo o peso do mundo estivesse sobre eles.

A água fluía calmamente à sua frente, as ondas pequenas se formando e se desfazendo em ciclos naturais que contrastavam com a turbulência em sua mente. Ele observava cada ondulação como se fossem fragmentos de suas memórias — momentos bons e ruins que se entrelaçavam em uma dança confusa.

Jake se perdeu em pensamentos sobre Alexia; cada lembrança era um lembrete de suas falhas.

Lembrava-se da primeira vez que se conheceram: A primeira mensagem dela, a maneira como ela conseguia fazer até os dias mais cinzentos parecerem radiantes. Mas agora, tudo isso parecia tão distante. As decisões erradas que ele havia tomado pesavam como âncoras em seu coração. Cada erro era um eco constante de arrependimento.

Ele fechou os olhos por um momento, tentando afastar os pensamentos dolorosos.

"Como eu pude ser tão insensato?", questionou a si mesmo.

A dor que causou a Alexia não era apenas uma consequência de suas ações; era uma ferida profunda que agora ele precisava enfrentar. A ideia de perder alguém tão especial o atormentava, e ele sabia que precisava encontrar uma maneira de reparar isso.

Enquanto as águas continuavam a fluir diante dele, Jake fez uma promessa silenciosa: ele iria lutar por Alexia, não importa quanto tempo levasse ou quão difícil fosse. Precisava aprender com seus erros e crescer como pessoa antes de poder esperar que ela considerasse perdoá-lo.

O frio do ar envolvia seu corpo, mas dentro dele havia um fogo aceso — a determinação de não desistir dela.

Ele respirou fundo, sentindo a brisa suave no rosto enquanto observava as ondas dançarem à luz fraca do dia nublado. Ali sentado à beira do rio, Jake soube que estava apenas no começo de uma jornada para consertar seu coração partido e reconquistar a confiança daquela que amava profundamente.

....

Nos dias em que Alexia precisou ficar no hospital para averiguação e assistência médica, a atmosfera ao seu redor era carregada de incertezas e ansiedade.

Após o acidente, ela foi rapidamente levada para a emergência, onde os médicos começaram uma série de exames minuciosos. O ambiente hospitalar era frio e impessoal, mas as enfermeiras e médicos se mostraram atenciosos, tentando confortá-la em meio à confusão.

Durante a internação, Alexia experimentou episódios de lapsos de memória. Às vezes, ela não conseguia lembrar como havia chegado ali ou até mesmo quem eram algumas das pessoas ao seu redor. Esses momentos de desorientação a deixavam angustiada, mas os exames médicos logo identificaram que isso era resultado da quantidade excessiva de água que seu cérebro havia absorvido.