Capítulo XX - Um plano

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Cíntia, Lena e Never passaram a noite em claro enquanto todos os outros dormiram tranquilamente.

Pela manhã as olheiras nos três jovens eram bastante visíveis, mas não houve nenhum comentário. Todos pareciam bastante apreensivos por não saberem o motivo dos rapazes não terem voltado.

- Precisamos procurá - Los - Lena olhou Cíntia com impaciência.

- Mal amanheceu, vamos dar um tempo. Deve haver um motivo para não terem voltado ainda.

- Claro, eles devem estar precisando de nós.

- Tenta se acalmar, vamos esperar algumas horas. Vou dar uma olhada na Bia - a loira suspirou e foi até o quarto.

**

- Bom dia - Cíntia falou entrando onde estavam Eduardo e a filha - Como ela está?

- A febre baixou, mas continua pálida.

- Hm - a garota a analisou com o olhar e tocou em sua testa - ela parece bem, mas vamos esperar que acorde para termos certeza.

- Ela vai ficar bem? - Gabriel apareceu na porta e olhou Cíntia cabisbaixo, que sorriu como resposta.

- Pode ficar tranquilo, ela já está bem melhor. Fora de perigo.

- Obrigado - O garoto sorriu saindo do quarto.

**

- Acorda - Pedro cutucou Miguel que parecia dormir profundamente.

- O que? Aconteceu alguma coisa? - O rapaz levantantou atordoado.

- Eu te tive um plano.

- Cara, você não dormiu? - perguntou bocejando.

- Escuta, a rua parece mais vazia - o rapaz olhou pela janela - Eu encontrei um sinalizador em um dos kits de sobrevivência que estavam no quarto vizinho. - apontou o objeto vermelho em sua mão - temos uma única chance, se conseguirmos acertar o carro que está a alguns metros daqui.

- Você é louco? Sério, você só pode ser louco, porque isso é loucura. Se der errado essas coisas podem acabar invadindo o predio e eu acho que sou muito jovem pra morrer.

- Preta atenção no que eu to falando. Vai dar certo - Pedro ficou sério - tem um carro com alarme estacionado a poucos metros. Eu atiro daqui, o alarme toca, os errantes vão ser atraídos e o tempo que eles levarem para chegar lá é o que levamos pra sair daqui.

- Você tá falando sério né - Miguel suspirou levantando as mãos - Tudo bem, Eu só quero sair daqui e ver minha namorada e meu irmão novamente.

- Pega algumas coisas, mas não muito. Vamos precisar correr. Faz isso o mais rápido possível, quanto mais cedo sairmos melhor.

**

- Acho que você deveria explicar o que há entre você, a Cíntia e o Pedro - Jhon cerrou os olhos observando Nicolas andar pelo quarto.

- Não acho que seja importante - o homem arqueou a sombrancelha.

- Pode ser que não, mas talvez sim. Por que nós deveríamos confiar em você? Ao que parece nem sua família confia.

- Ela não é Da família - respondeu sério.

- Você quem sabe, mais cedo ou mais tarde o Pedro vai chegar e aposto que tudo vai ficar claro - o rapaz deu as costas saindo.

**

- Como você está? - Jhon encostou no lado esquerdo da janela ao lado de Cíntia.

- Eu não sei qual a resposta certa pra essa pergunta, acho que jamais ficaremos bem novamente.

- Ele vai voltar. - O rapaz a olhou de lado - Eu sei que nós não temos nos dado bem, mas ele faz tudo pra cuidar de vocês, tenho certeza que está dando o melhor de si para estar aqui novamente.

- Obrigada - a loira sorriu - o Pedro não é o idiota que você pensa, ele só tá tentando fazer o que é certo.

- Espero que ele volte - Jhon assentiu com a cabeça e saiu da sala deixando a garota sozinha novamente.

**

- Tudo pronto. - Miguel analisou a expressão do companheiro que segurava firme o sinalizador.

- Ótimo, eu vou atirar e nós vamos esperar. Quando vermos que deu certo vamos descer e correr o mais rápido que pudermos.

- Parece um bom plano - o mais novo engoliu a seco.

- Vai dar certo. - Pedro respondeu abrindo a janela. - Fica preparado. - falou observando a multidão de andarilhos que se encontrava na frente do prédio e mirando no carro que estava a alguns metros.
" Um... Dois... Três... " contou mentalmente e puxou o gatilho fazendo com que o sinalizador acertasse o carro em cheio, disparando o alarme.

- Ual - Miguel ficou boquiaberto - Você é bom nisso.

- Obrigado - O outro observou as criaturas andarem em direção ao carro, que parecia estar com a bateria carregada, pelo som auto que emitia. - Vamos esperar mais um pouco, eles são muitos.

- Certo - Miguel respondeu colocando a mochila nas costas. - Quando você der o sinal.

- Acho que já é o suficiente, vamos.

- Nossa, que rápido.

- Apenas ande, Por favor - Pedro pareceu impaciente correndo escadas abaixo e sendo seguido por Miguel. - Vou abrir a porta e sair na frente - sussurrou segurando firme o cabo de uma grande faca e a maçaneta da porta. - Corre - gritou saindo porta a fora e sendo surpreendido por um pequeno grupo de errantes que se encontrava próximo ao meio-fio e o cercou imediatamente.

- Pedro - o companheiro gritou tentando salvá- lo da orda de criaturas que o atacavam.

- Corre Miguel - Pedro gritou mais auto lutando bravamente contra os errantes que o atacavam.

- Não, Eu não posso te deixar aqui - Miguel respondeu derrubando e chutando a cabeça de um dos andarilhos.

- Vai logo garoto, corre ou você vai morrer aqui - Pedro falou tão auto e sério que o rapaz não pensou duas vezes e correu, sem olhar pra trás.

Sobreviventes: O fim dos temposOnde histórias criam vida. Descubra agora