Tema: Brisa
Cantor: Matuê• Aurora Narrando •
Me jogo no sofá, começo a rir vendo o teto se mexer como se estivesse flutuando, talvez eu estivesse flutuando. A música tocava mais alta, as batidas surpreendentemente vibravam dentro de mim, fazendo meu coração disparar, e tudo ficava meio nebuloso, mas de um jeito bom. Os meus pensamentos flutuavam como nuvens, e a sensação de leveza me envolvia. Era tudo uma grande viagem, e, por um instante, as preocupações pareciam tão distante e o mundo era um lugar rosa, cheio de felicidade e arco íris.
Matuê: Cê' tá muito chapada, Aurora. - Diz sentando no meu lado no sofá, assim de pertinho ele ficava tãooo bonito.
Aurora: Puf - Faço o som com a boca, demonstrando minha indignação.
Matuê: Tu usou o quê? - Me encara rindo, olho para o mesmo e só consigo focar em sua boca.
Aurora: Eu? - Aponto para mim - Usando drogas!? Impossível! - Faço uma cara de indignada.
Matuê: Tú é aloprada sem drogas, mas nesse nível? Alguma coisa tu usou.
Aurora: Talvez, mas olha, só talvez! Eu tenha usado um pouquinho - Faço o sinal com a mão - de md e experimentei lean.
Matuê: Porra cara! Lean é pesado, ainda mais pra tu que não é acostumada. - Nega com a cabeça passando a mão no rosto, se mostrando indignado.
Aurora: Que nada tuêzin', eu tô bem oh! Vou até ficar de quatro pra você. - Rio quando percebi o que falei. - Não, pera! Vou fazer o quatro mas se cê' quiser eu também fico de quatro. - Tento ficar em pé e levantar a perna na altura do joelho mas bambeio e só não dou de cara no chão porque o Matheus me segura antes.
Matuê: Essa noite acabou pra ti, gatinha. Vambora' vou te deixar em casa. - Segura na minha cintura me apoiando, jogo meu peso pra cima do mesmo e deito meu rosto em seu peito, ele praticamente me arrasta para o carro enquanto eu murmurava reclamações.
Ele me senta no carro e passa o cinto de segurança por cima de mim, aproveito quando seu braço passa por cima de mim pra prender o cinto e dou uma mordidinha no seu bíceps.
Matuê: Que isso, Aurora? - Me olha assustado mas rindo.
Aurora: Gato, você não é um hambúrguer, mas eu estou doido pra te dá uma mordida. - Faço uma cara sexy, ou pelo menos tento, tenho certeza que estava mais engraçada que tudo.
Ele começa a rir, mas aquelas risadas que cê' fica sem ar, sabe? Fico encarando o mesmo rindo e começo a rir junto, a risada dele era engraçada.
Depois de sei lá, uns cinco minutos, ele para de rir e vai em direção ao banco do motorista e da partida com o carro. Fico encarando o mesmo e só conseguia pensar o quão bonito ele estava hoje, estava muito beijavel hoje também, aí eu quero.
Aurora: Oh, vou te contar outra piada, pode ser? - Começo a rir antes mesmo de falar.
Matuê: Tú tá falante hoje hein? - Ri mas confirma com a cabeça para eu continuar.
Aurora: Vamos supor que estamos numa festa. - Encaro o mesmo que desvia o olhar da estrada e me encara rapidamente. - Tem um brigadeiro e um bejinho em cima da mesa. O brigadeiro rolou e caiu. E o beijinho, será que rola? - Faço uns barulhos de beijos com a boca.
Matuê: Engraçado, quando tá sóbria nem olha pra minha cara com vergonha, bêbada cê' fica safadinha é? - Gargalha.
Aurora: Lá lá lá lá não tô ouvindo lá lá lá. - Coloco as mãos no ouvido e a língua para fora.
Matuê: Oh, amanhã, vou fazer questão de te contar as coisas que cê' falou, quero ver se o beijinho rola amanhã com você sóbria.
Aurora: Hmmmm. - Encaro o mesmo. - Então cê quer me dar uns beijinhos hein?
Matuê: Amanhã quando você estiver sóbria eu te respondo, falou? Chegamos, gatinha. - Estaciona na frente da minha casa, que era do lado da sua, somos vizinhos.
Ele me carrega mais uma vez e vai me direcionando até a porta de entrada da minha casa e toca a campainha, minha irmã mais velha atende e me olha um tantin assustada, olha, tô começando a achar que eu tô chapada, viu?
Amara: Que houve? - Indaga preocupada.
Matuê: Aloprou na bebida, se cuida dela? - Me passa pra minha irmã, estava me sentindo um presente indo de mão em mão.
Amara: Aham, obrigada por trazer ela em casa! - Me segura pela cintura, e eu firmo os pés no chão também pra ajudar ela, não estava 100% sã mas estava semi consciente.
Matuê: Nada! Boa noite pra vocês, tchau Amara, tchau gatinha. - Me manda uma piscadela e vai em direção a casa vizinha.
Aurora: Até amanhã, tuê! Cê' me deve um beijo hein! - Grito para o mesmo que já estava longe.
Matuê: Pode cobrar, gatinha! - Grita de volta.
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BRASILIDADE • Imagines
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