Eles nunca ouviram falar na felicidade, mas sabiam exatamente o que era a escuridão.
Nesse romance mafioso, Ahvi e Hades estão predestinados, presos em um casamento feito pela proteção da mafia Miazu, os dois precisarão aprender a lidar com a pressã...
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Eu não sabia exatamente a hora que era, mas sabia que se passava da meia noite, enquanto Alessio se preparava para sair comigo, eu me encontrava sentado a beira da cama de Ahvi.
Seu rosto completamente leve, sua respiração tranquila, ela não usava cobertores, sua pele estava exposta para mim, vestindo uma camisola azul clara que lhe caia bem e a deixava sexy, seus cabelos castanhos dominavam o lado oposto da cama enquanto ela se encolhia em um único espaço.
Meu corpo inteiro desejava ela, minhas mãos coçavam pelo desespero de tocá-la, mas minha mente me trazia seu pedido de volta a memória, manter a distância dela não seria fácil e não era algo que eu desejava fazer.
A semana que havia se passado, eu estava lidando com os imbecis que invadiram meu território sem permissão, homens de Theron, o babaca estava tramando algo contra quem nao devia, era muita insanidade fazer aquilo, mas sabia que estava com raiva por eu ter tirado a princesinha da Miazu de seu alcance.
Passei as pontas dos dedos no fio que atrapalhava minha visão completa de seu rosto, me arriscava a compará-la com um anjo, sua beleza inigualável, seus traços leves e expressivos, era tudo um combo para a minha loucura.
— Você é louca — Toquei sua boca, aquela mesma boca que ao tempo que desferia palavras firmes, denunciava seus medos — Quer me amar, nao sabe o que faço no tempo livre, não faz ideia das pessoas que matei.
Não havia respostas e eu estava sendo um covarde por dizer o que ela precisava ouvir. Tinha coragem para enfrentar meus inimigos, coragem para matar pessoas e destruir vidas, mas não tinha coragem de dizer a minha mulher que eu não podia aceitar seu tão puro amor.
Mas era realmente o que estava oferecendo a mim? amor puro e verdadeiro, como se não me conhecia?
— Ingênua, não pode me amar — Neguei com a cabeça, aproximei meu rosto do seu, minha boca tocou sua testa e eu fui gentil ao beijá-la — Sou feito e construído de demônios, querida, não pode me amar.
Me afastei, saindo do quarto sentindo ódio correr em minhas veias, por que era aquilo que aquela simples palavra causava em mim, amor e ódio sempre foram iguais, e no dia em que eu não soube distinguir qual dos dois sentia mais forte, fui além do que eu podia.
Amar é ser vulnerável, e ser vulnerável é abrir caminho para seus inimigos.
Jamais correria esse risco outra vez.
Quando cheguei no andar debaixo, encontrei com Angeline, minha irmã sorria para o nada enquanto cambaleava segurando uma garrafa de whisky em uma mão e sua faca favorita em outra, sua roupa estava coberta de sangue, seu rosto sujo com respingos, misturando em suas lágrimas.
— Angel — Me aproximei da bebada, sem me preocupar, pois sabia onde estava — Você terminou?
Seus olhos azuis sem vida vieram na minha direção, uma risada amarga saiu de sua garganta e minha irmã negou com a cabeça.
