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Luna, César e Liam pararam à entrada da vila. Mãe e filho voltaram a se transformar em humanos.

- Esta é a nossa vila - disse César, quando começaram a entrar na vila. Vários macacos olhavam para os humanos, que pareciam não se incomodar.

- Nossa! - exclamou Luna, fascinada com as construções. - Isso é inacreditável! - disse a mulher sorrindo, fazendo César sorrir também. - Você sempre foi bom construindo coisas - falou Luna, olhando para o chimpanzé, que sorriu envergonhado.

- Liam também gostava de construir coisas quando era menor - comentou Luna, sorrindo, e Liam abaixou a cabeça, envergonhado, quando César o olhou. - Conta para o seu pai - incentivou Luna.

- Maquetes da casa dos Rodman, do quarto de vocês, da ponte Golden Gate, e eu construí um forte uma vez - disse Liam, ainda envergonhado, mas animado.

- E não quis sair de lá por dois dias - contou Luna, rindo. - E ele montou a torre de Lucas com nove movimentos. Mais rápido que nós dois - falou a mulher, deixando César surpreso e orgulhoso.

- O que mais você gosta de fazer? - perguntou César, olhando para o filho.

- Gosto de ler os livros velhos do Charles e de ouvir músicas. Gosto de desenhar e estudar novas línguas. Mas o que eu amo mesmo é escalar. Nas árvores ou até mesmo nas vinhas da casa - respondeu Liam, e César olhava para ele com os olhos brilhando.

- Vejo que a mamãe fica brigando quando eu escalo as vinhas da casa - continuou Liam, rindo com graça, fazendo César rir também, e Luna sorriu enquanto observava a interação dos dois.

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Depois de um tempo, os três se encontravam sentados nas pedras de uma cachoeira, conversando.

- Quando o Liam tinha seis anos, ele saía do banheiro igual a você - contou Luna, rindo enquanto olhava para César. - Ele saía escalando tudo. E quando tinha insônia, ficava horas olhando pela janela - continuou a mulher, e César olhou para o filho, que sorria com as bochechas rosadas.

- Mas a tia Caroline disse uma vez que meu temperamento é igual ao da mamãe e que ela socou um guarda uma vez - disse Liam, e Luna sorriu envergonhada.

- Foi por um bom motivo, tá legal? - disse Luna, tentando se defender.

- Ameaçar o dono do controle de animais com um pé de cabra também foi por um bom motivo? - perguntou Liam, sarcástico.

- Isso eu me lembro. Ela estava descontrolada - disse César, arrancando uma risada do filho e uma careta de Luna.

- Em minha defesa, eu estava grávida. Foram os hormônios - falou Luna, tentando se defender.

- Estava grávida? Mas não foi nesse dia que você se jogou em cima do Landon, socando ele? - perguntou Liam, confuso.

- Como eu disse... descontrolada - comentou César, divertido.

- Mãe! Isso foi perigoso, um risco enorme de eu não ter nascido - o garoto debochou, fazendo César rir. - O que você iria fazer sem mim? - perguntou Liam, em tom de brincadeira.

- Eu não me arrependo de ter socado aquele idiota. Mas me arrependo de ter te colocado em risco - falou a mulher, beijando a cabeça do filho.

- Está anoitecendo, temos que voltar - disse César, levantando-se.

Sim. Vamos, Liam - disse Luna, levantando-se e estendendo a mão para o filho se levantar.

- Ainda temos que montar a barraca - lembrou Liam, e Luna concordou.

- Barraca? - perguntou César, curioso.

- Sim. Vamos montar uma barraca perto do carro em que viemos. Não queríamos incomodar, e como os outros ainda não estão acostumados com a gente, não quero conflitos. Nem problemas para você - explicou Luna, batendo nas roupas para tirar a sujeira.

- Obrigado - agradeceu César, com um sorriso amoroso. - Isso vai ser temporário. Vou conversar com todos e, logo, vocês poderão ficar na vila - afirmou, determinado.

- Não tem problema. Só por poder te ver novamente, não me importo de ficar alguns metros de distância - falou Luna, sorrindo.

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César acompanhou Luna e Liam até onde estava o carro da mulher. Liam se despediu do pai com um abraço e foi até o carro pegar a barraca para ser montada.

Luna e César ficaram sozinhos por um momento.

- Obrigada por nos acompanhar - agradeceu Luna, e antes que César pudesse responder, ela lhe deu um selinho e saiu correndo, rindo e sentindo borboletas no estômago, como uma adolescente apaixonada.

César ficou alguns minutos raciocinando, mas logo sorriu e negou com a cabeça, voltando para a vila.

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Dolly Parton - Jolie
"Estou implorando, por favor, não leve meu homem"

PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO Onde histórias criam vida. Descubra agora