Echoes Impermanentae - Agathario

Quinque

"What a wicked game to play, to make me feel this way
What a wicked thing to do, to let me dream of you"

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Rio girava o copo de café entre os dedos, o olhar vagando por sobre o balcão enquanto Yelena, Kate e Natasha riam de uma piada de Yelena sobre algum encontro desastroso da noite passada. A cafeteria tinha uma atmosfera reconfortante de início de dia – o cheiro de café recém-passado misturado ao murmúrio tranquilo das conversas ao redor, o que oferecia a Rio um raro momento de paz. Ela estava se permitindo relaxar, mas o pensamento de Agatha pairava, inevitável, mesmo naquele instante de calmaria. Ela percebeu que não era apenas a curiosidade; era mais profundo, um desejo de desvendar os mistérios daquela mulher.

"Tá aí, Rio?" Yelena interrompeu os devaneios de Rio com um leve toque no braço. "Você tá com essa cara de quem tá pensando em algo proibido."

Kate ergueu as sobrancelhas, se inclinando um pouco mais para frente. "Ah, não, é pior. Ela tá com a cara de quem tá pensando em alguém proibido."

Rio soltou um suspiro, dando uma risada curta. "Vocês não vão largar isso, não é?"

"Mas é claro que não," respondeu Yelena, dando de ombros com um sorriso provocador. "Desde aquele jantar, a gente notou como você e Agatha... bem, digamos que houve uma faísca."

Natasha, que até então observava a conversa com um sorriso sutil, cruzou os braços. "E como foi o passeio de vocês ontem à noite?"

Rio hesitou por um instante, as imagens do fim da noite ainda recorriam em sua mente, a vulnerabilidade, a leve preocupação de Agatha. Ela suspirou, mas acabou assentindo, tomando mais um gole de café. "Bom... foi mais interessante do que eu imaginava."

Yelena e Kate trocaram um olhar de pura expectativa, quase pulando na cadeira.

"Defina 'interessante'," provocou Kate, com um olhar de quem esperava detalhes.

Rio sorriu, relutante, mas sabendo que, se não contasse, aquelas três iriam tirar qualquer palavra dela de algum modo. "Nós conversamos um pouco, como sempre. Ela tem essa... frieza. É um desafio. Parece que é sempre o jogo dela, entende? Mas, de alguma forma, me vi... interessada." Rio achou melhor não mencionar o pequeno incidente no fim da noite.

"Interessada? É isso? 'Interessada'?" Yelena se inclinou na mesa, zombando do tom controlado de Rio. "Oh, Rio, não me venha com essas palavras diplomáticas. Quem você acha que engana?"

"Ok, ok." Rio sorriu, rendendo-se um pouco. "Talvez mais do que apenas interessada. Ela me intrigou."

"Bem, parece que alguém finalmente encontrou um oponente à altura," Natasha comentou com um sorriso quase maternal, como se visse algo além do que Rio estava disposta a admitir.

Kate deu uma risada baixa. "Então, ela é bonita e você está intrigada. Parece que temos um caso clássico de desejo proibido."

Rio revirou os olhos, mas não conseguiu evitar rir. "Vocês falam como se eu tivesse dezesseis anos. A Agatha é... complicada. Não é só atração. Eu não sei explicar."

"Acho que não precisa explicar," disse Natasha, trocando um olhar com Yelena e Kate. "Talvez precise pensar no que realmente quer com ela. Mas, uma coisa... eu não acho justo deixar ela no escuro sobre... bom, sobre a sua condição."

A atmosfera leve desapareceu no mesmo instante. Rio desviou o olhar, seus dedos fechando-se ao redor do copo com força.

"Natasha," começou ela, em um tom controlado, mas com um peso que não passou despercebido. "Esse assunto não é... algo que eu gosto de compartilhar. E não estamos... nem lá ainda."