Tredecim

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"I will remember you
Will you remember me?
Don't let your life pass you by
Weep not for the memories"

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Agatha chegou ao escritório com o rosto pálido e cansado. Os últimos dias tinham sido como um sonho ruim, do qual ela não conseguia despertar, e a conversa com Natasha ainda ecoava incessantemente em sua mente. A ausência de Rio e o fardo de uma decisão que, até agora, não sabia se era realmente definitiva deixavam-na consumida pela angústia, mas ela havia decidido que já era hora de retomar sua rotina. Afinal, o trabalho sempre fora seu refúgio, o único lugar onde ela conseguia se desligar, onde tinha controle. Hoje, porém, mesmo esse controle parecia frágil.

Quando cruzou a porta, ela logo notou o olhar preocupado de Lilia. Mas, antes que a amiga pudesse dizer qualquer palavra, Agatha se apressou em afastá-la com um gesto impaciente, quase frio.

"Agatha, você está bem?" Lilia perguntou em tom baixo, cuidadoso.

"Não tenho tempo para conversas hoje, Lilia. Preciso... preciso trabalhar."Respondeu, desviando o olhar para evitar qualquer possível insistência.

Lilia observou o semblante de Agatha e entendeu que havia algo ali além de exaustão. Havia uma fragilidade quase dolorosa. Decidiu, então, recuar. Com um aceno discreto, deixou Agatha em sua sala, sabendo que, no fundo, aquela batalha interna só poderia ser enfrentada por ela mesma.

Agatha se jogou no trabalho, deixando que as pilhas de documentos e casos tomassem seu tempo e mente. Horas passaram sem que ela notasse; as linhas das páginas eram lidas e relidas, mas ela sabia que, por trás de sua concentração aparente, havia uma névoa que se recusava a dissipar. Ela estava lá, sempre lembrando, sempre pesando.

Finalmente, depois de uma manhã intensa, Billy entrou em sua sala, interrompendo seus pensamentos.

"Agatha..." Ele hesitou ao chamá-la, como se pressentisse a delicadeza da situação. "Tem alguém aqui querendo falar com você."

"Eu não estou recebendo ninguém, Billy." Respondeu sem levantar o olhar, tentando manter o foco.

Billy, porém, continuou parado à porta, parecendo relutante em sair.

"Eu disse para mandar embora, Billy. Por favor." Insistiu, com um toque de irritação na voz.

Billy respirou fundo antes de responder.

"Mas é... é Wanda, Agatha."

A menção do nome foi como um soco. Agatha congelou, incapaz de disfarçar a tensão que tomou seu corpo. Ela engoliu em seco, o coração batendo acelerado. Por um momento, considerou mandá-la embora também, mas, então, percebeu que, talvez, não pudesse evitar essa conversa para sempre.

"Deixe-a entrar." Murmurou, resignada.

A sala ficou em silêncio enquanto aguardava a chegada de Wanda. Agatha, ansiosa, ajustou-se na cadeira, tentando compor uma postura firme, ainda que estivesse desmoronando por dentro. Quando Wanda entrou, Agatha ficou surpresa. Esperava vê-la com raiva, mas, em vez disso, Wanda parecia... perdida, quase abatida. Sua expressão era um misto de dor e algo que Agatha reconheceu imediatamente: desamparo.

Wanda sentou-se, sem pressa, e respirou fundo antes de falar. Sua voz soou baixa, carregada de uma tristeza que parecia tão antiga quanto a própria relação que compartilhavam com Rio.

"Eu não vim aqui para te convencer a ir vê-la, Agatha. Sei que a escolha é sua... e respeito isso. Mas..." Wanda pausou, buscando as palavras "Ver Rio daquele jeito... sem você... tem sido uma das coisas mais difíceis que já enfrentei."

Echoes Impermanentae - Agathario Onde histórias criam vida. Descubra agora